A preocupação com segurança digital tem crescido em todo o mundo. Uma pesquisa da iProov, empresa de segurança biométrica, mostra que 70% dos executivos de tecnologia expressam inquietação com fraudes online. No Brasil, o cenário é similar: 54% dizem ter sofrido ataques digitais em 2023, e a IA Generativa foi utilizada em mais da metade das invasões recentes.
Nesse cenário, a adoção de novas tecnologias de segurança, como inteligência artificial, autenticação multifatorial e criptografia robusta, é fundamental para proteger as corporações de ameaças digitais cada vez mais sofisticadas. É o que observa Bruno Telles, COO da BugHunt, empresa brasileira de cibersegurança pioneira em Bug Bounty na América Latina. “A negligência em relação a essas tecnologias aumenta a vulnerabilidade das organizações a ataques”, ressalta o executivo.
Para garantir a segurança ao longo do tempo, é essencial estabelecer um ciclo contínuo de aprimoramento. “É importante fomentar uma cultura de proteção em toda a organização, envolvendo desde a alta administração até os colaboradores na linha de frente. Quando todos estão engajados e comprometidos com práticas seguras, a companhia segue as melhores práticas de forma consistente, mantendo-se preparada para enfrentar novas ameaças e assegurando uma proteção sólida e duradoura”, diz Telles.
O especialista em segurança da informação apontou cinco medidas que as empresas podem adotar para se proteger contra o roubo de dados online.
Para garantir a estabilidade digital de uma corporação, é essencial realizar uma avaliação de riscos completa. Isso envolve identificar os ativos digitais, entender as ameaças e vulnerabilidades e avaliar o impacto de cada risco. “Essa análise fundamenta a estratégia de proteção das áreas críticas, adaptando-se aos novos perigos, e cria uma cultura eficiente engajando todos os níveis da organização em práticas seguras”, afirma Telles.
As melhores políticas de segurança são ineficazes se os funcionários não entendem os riscos ou como evitá-los. Segundo o Grupo Daryus, 15% das organizações não investem em treinamento regular de cibersegurança, mesmo que 84% apontem os colaboradores como a principal porta de entrada para vulnerabilidades. “Funcionários bem treinados são uma linha de defesa vital contra ofensivas que exploram erros humanos, como phishing e engenharia social”, explica. Para o especialista, simulações práticas de ataques são fundamentais para preparar a equipe para responder rapidamente a ameaças reais, reforçando a proteção dos metadados da empresa.
Telles destaca a importância de usar ferramentas de monitoramento em tempo real que integram dados para fornecer uma visão completa da rede e identificar atividades suspeitas. “Essas ferramentas permitem respostas rápidas, utilizando IA para detectar padrões anômalos e bloquear automaticamente tentativas de acesso não autorizado”, explica. Soluções como Splunk e Darktrace exemplificam tecnologias que protegem empresas de maneira eficiente, agregando informações de várias fontes e monitorando o tráfego em busca de comportamentos suspeitos.
Além do programa de Bug Bounty, é importante que as empresas realizem testes de invasão (pentest) e avaliações de vulnerabilidades de forma contínua e proativa. Essas práticas identificam e corrigem pontos fracos antes que sejam explorados, simulando cenários reais de ataque. “Essas avaliações revelam áreas que precisam de melhorias e fortalecem a defesa cibernética. Ao adotar essas medidas regularmente, as empresas mantêm suas defesas atualizadas, estando à frente dos cibercriminosos. O programa de Bug Bounty também incentiva pesquisadores em cibersegurança a reportar vulnerabilidades, fortalecendo ainda mais a defesa”, explica o executivo.
Armazenar informações críticas em backups seguros é essencial para recuperação após golpes, como ransomware, minimizando o impacto nos negócios. Além de realizar backups regulares, é crucial testar sua integridade para garantir a restauração dos dados. “Adotar backups off-site ou em nuvem e criptografar os conteúdos são práticas recomendadas para aumentar a proteção e resiliência contra perdas”, finaliza o especialista.
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