O RD Summit 2025 encerrou sua 11ª edição reafirmando seu título de maior evento de marketing, vendas e inovação da América Latina. Com o tema “Conexões que fortalecem negócios”, o encontro reuniu 20 mil participantes por dia no Expo Center Norte, em São Paulo, com mais de 300 palestrantes, 180 horas de conteúdo exclusivo, além de 200 mil leads gerados pelas marcas patrocinadoras.
Realizado pela RD Station, unidade de negócios da TOTVS, o evento marcou o início de uma nova fase no ecossistema brasileiro de negócios: a consolidação do marketing e das vendas orientados por inteligência artificial, sem perder de vista o papel essencial das pessoas e da cultura.

A nova lógica do crescimento: quando a IA deixa de ser ferramenta e vira infraestrutura
O primeiro dia do evento deixou claro que o mercado está vivendo uma mudança de paradigma. O futurista Neil Redding provocou a plateia ao afirmar que a IA “não é mais uma ferramenta, mas uma infraestrutura”, exigindo dos profissionais um novo repertório de habilidades — que envolve desapego, delegação e treinamento de times para trabalhar em parceria com a tecnologia.

Walter Longo foi direto: “a IA não é uma onda incremental, é um tsunami”. O recado foi reforçado por Gustavo Avelar, vice-presidente da RD Station, que subiu ao palco ao lado de Rafael Mayrink, CEO da Neil Patel Brasil. Para ele, o crescimento hoje exige estratégia viva — adaptável, experimental e alimentada por dados: “É fundamental que todos entendam esse novo momento, revisem suas premissas, rituais e processos, e adaptem suas operações com maior frequência. O melhor playbook é aquele que escrevemos juntos”, afirmou Avelar.

A mensagem foi clara: os modelos prontos ficaram para trás, e o novo diferencial competitivo é a capacidade de aprender, testar e ajustar em tempo real.
Tecnologia não é neutra — e o humano voltou ao centro das estratégias
A abertura do evento trouxe uma conversa simbólica sobre o papel das pessoas na transformação digital. Pedro Bial mediou o painel “Sempre foi sobre pessoas: a verdadeira transformação digital”, ao lado de Laércio Cosentino (TOTVS) e Bruno Camargo (FAIRFAX). A discussão destacou que a verdadeira inovação começa pela cultura e pelos times — não apenas pela tecnologia. Bial reforçou que o avanço da IA deve vir acompanhado de uma reflexão sobre valores e propósito, e que liderar na era digital exige empatia, escuta e adaptação constante.

No segundo dia, o palco principal deu espaço a reflexões sobre cultura, propósito e liderança. Andrew McLuhan, neto do lendário teórico Marshall McLuhan, lembrou que “não existe tecnologia neutra” — cada meio reorganiza primeiro nossa percepção e depois o conteúdo.
Enquanto isso, Mari Maria e Rudy Loures discutiram como autenticidade e consistência se tornaram vetores de valor na economia da atenção. A conversa com Dennis Herszkowicz, CEO da TOTVS, e Cléber Morais, Diretor-Geral da Amazon no Brasil, trouxe um olhar pragmático: a tecnologia e os dados só fazem sentido quando geram impacto real no país. “No mundo da tecnologia, gente é matéria-prima”, resumiu Herszkowicz, defendendo que a liderança competitiva no Brasil depende de formar e mobilizar talentos.

A vice-presidente de Pessoas da TOTVS, Vivian Broge, complementou: “colocar o ser humano no centro é o que faz uma marca se tornar relevante”.
Entre falas e painéis, o consenso foi unânime: a inteligência artificial redefine processos, mas o propósito redefine o valor.
De copilotos a GEO: as novas ferramentas que colocam a IA no dia a dia do marketing
No coração dessa transformação, a RD Station apresentou um novo portfólio de soluções baseadas em IA, que deu um salto em direção ao marketing hiperpersonalizado e automatizado. Durante a apresentação, Bruno Ghisi, cofundador e diretor de engenharia e produto da RD Station, revelou quatro novidades principais:
- Rê da RD — um copiloto de IA integrado a todos os produtos da empresa, capaz de auxiliar usuários em análises, automações e oportunidades de crescimento.
- MCP (Model Context Protocol) — tecnologia que conecta copilotos e assistentes virtuais aos dados de produto, automatizando tarefas e decisões.
- Radar GEO — ferramenta gratuita que avalia o conteúdo de sites e mostra o quão preparados estão para serem mencionados corretamente por LLMs (Large Language Models), inaugurando o conceito de Generative Engine Optimization.
- RD Tracker — funcionalidade que recomenda produtos com base no comportamento de navegação dos usuários.
As novidades reforçam o posicionamento da empresa como trusted advisor das organizações que buscam crescer de forma sustentável e inteligente, com apoio real da tecnologia e foco no aprendizado contínuo.
A especialista em inovação e tecnologia Martha Gabriel também esteve entre os destaques do evento, trazendo uma reflexão sobre como a inteligência artificial está redesenhando não apenas processos, mas também o papel da cultura e da comunicação nas organizações.

Em sua palestra, ela destacou que tecnologias como a IA só se tornam verdadeiramente transformadoras quando estão ancoradas em significado, repertório humano e responsabilidade social — uma mensagem que preparou o terreno para as discussões sobre criatividade e propósito que encerraram o RD Summit.
Marcas vivas e comunicação com propósito
Entre os momentos mais leves e inspiradores do RD Summit, Fábio Porchat falou sobre criatividade, humor e autenticidade na comunicação contemporânea. Ele destacou que, mesmo em um cenário cada vez mais automatizado, a conexão humana continua sendo o que diferencia uma mensagem marcante de um conteúdo genérico. Com seu estilo bem-humorado, Porchat provocou o público a repensar como espontaneidade e olhar humano podem coexistir com a inteligência artificial na criação de histórias e marcas.

Encerrando o evento, o terceiro dia trouxe uma mensagem poderosa sobre cultura e comunicação. Nelson Motta e Christian Roças mostraram que a força de uma marca não nasce de métricas isoladas, mas da sua capacidade de dialogar com o repertório cultural das pessoas.
E, fechando o ciclo, Gabriela Prioli destacou que “comunicação não é apêndice, mas o elo que transforma o que se faz em percepção — e percepção em resultado”. A provocação ecoou entre executivos e criadores de conteúdo: as marcas mais fortes do futuro serão as que souberem ser autênticas e humanas, mesmo em meio à automação total.
Experiências que inspiraram e conectaram
Fora dos palcos, o RD Summit foi um verdadeiro parque de experiências e ativações. Empresas como TikTok, Canva, Unilever, Globo Ads, Getnet, MBA USP/ESALQ, Appmax e Instax Fujifilm criaram espaços interativos com talks, workshops e demonstrações ao vivo.
A Arena Canva ofereceu discussões sobre storytelling com IA e design estratégico, enquanto o TikTok Shop apresentou cases de e-commerce e estratégias de ROI com criadores e marcas.

O clima era de aprendizado, colaboração e troca genuína — com startups, CEOs, creators e profissionais dividindo o mesmo corredor e conversando sobre o futuro dos negócios.
O legado de 2025: inteligência com propósito
Mais do que um evento sobre tecnologia, o RD Summit 2025 foi uma aula sobre como equilibrar inovação e humanidade. A edição deste ano consolidou a IA como parceira estratégica das empresas, mas reforçou que o coração do marketing ainda bate no mesmo lugar: nas pessoas. A mensagem final é simples — e poderosa: O futuro do marketing não será só artificialmente inteligente, mas genuinamente humano.


