Uma nova pesquisa realizada pela ActiveCampaign, em parceria com a AnaMid (Associação Nacional do Mercado e Indústria Digital), revela que apenas 41,2% das empresas brasileiras utilizam campanhas automatizadas no WhatsApp. O estudo, intitulado “Panorama do Uso do WhatsApp e Estratégias de Marketing no Brasil”, traça um retrato detalhado do uso da plataforma no país, destacando desafios técnicos, oportunidades de automação e tendências emergentes.
Segundo o levantamento, 79,3% das empresas já utilizam o WhatsApp em suas operações, e 77,6% o consideram o principal canal de marketing para os próximos dois anos. No entanto, o uso ainda é majoritariamente funcional: 90,8% o utilizam para atendimento ao cliente e 66% para suporte pós-venda.
“O estudo mostra que o Brasil já consolidou o WhatsApp como ativo indispensável, mas ainda enfrenta desafios de governança, mensuração e diversificação”, afirma Rodrigo Bidinoto, diretor global de vendas da ActiveCampaign.

Subutilização da automação e fragmentação na maturidade digital
Apesar da popularidade da plataforma, o estudo aponta uma maturidade fragmentada no uso do WhatsApp. Apenas 45% das empresas utilizam a API oficial, enquanto 41,2% recorrem a soluções não oficiais e 13,9% desconhecem a diferença entre elas. Além disso, 64,3% dos entrevistados afirmam que as plataformas entregam apenas parcialmente o que prometem, e 72,7% já enfrentaram problemas na aprovação de templates.
“A concentração no atendimento confirma o papel do WhatsApp como ferramenta de relacionamento e retenção, mas também expõe uma subutilização do potencial de integração com funis de aquisição e campanhas escaláveis”, destaca Rodrigo Neves, presidente da AnaMid.
Principais desafios enfrentados pelas empresas
A pesquisa também identificou os cinco principais pontos de melhoria desejados pelas empresas:
- Integração mais simples e nativa com CRMs, IA e automações
- Redução de custos e maior clareza nos preços da API oficial
- Mais transparência nas regras e flexibilização da janela de 24h
- Dashboards com métricas avançadas em tempo real
- Suporte mais próximo e humanizado, especialmente para PMEs
Esses dados revelam um cenário de fragilidade regulatória e técnica, que limita o potencial do WhatsApp como ferramenta estratégica de marketing.

Mix de canais e tendências para o futuro
O WhatsApp aparece como o terceiro canal mais utilizado pelas empresas (62,7%), atrás de Meta Ads (77,3%) e Google Ads (68,7%). Já canais como TikTok Ads (8,7%), influenciadores (17,3%) e mídia offline (16,7%) ainda têm baixa penetração, o que, segundo Neves, limita a criação de demanda e a construção de marca fora do duopólio digital.
O estudo aponta três grandes tendências para os próximos anos:
- Uso de inteligência artificial para automação e hiperpersonalização
- WhatsApp como hub de marketing, vendas e pagamentos
- Dados integrados com rastreabilidade em tempo real
“A evolução desse ecossistema será determinante para separar quem apenas ‘atua no WhatsApp’ de quem transforma o aplicativo em uma engrenagem central de relacionamento, vendas e marketing escalável”, conclui Neves.
Perfil dos respondentes e metodologia
A pesquisa ouviu 300 empresas brasileiras, com predominância de micros (43,7%) e pequenas empresas (33%). Os principais setores representados foram serviços (53,3%), tecnologia/startups (20,7%) e indústria (8,7%). Os cargos mais comuns entre os respondentes foram empresários (42%), diretores/gerentes de marketing (29,3%) e coordenadores (10,7%).

