Em quatro décadas, os videogames deixaram de ser um nicho de entretenimento para se tornarem uma das indústrias culturais mais poderosas do planeta. Segundo a PwC, o setor deve movimentar US$ 321 bilhões até 2026, enquanto o Brasil, maior mercado da América Latina, já faturou cerca de US$ 3,79 bilhões, de acordo com a Inkwood Research.
A Pesquisa Game Brasil (PGB) 2025 confirma o avanço: 82,8% dos brasileiros consomem jogos digitais, um recorde histórico. A empresa Globant, responsável por títulos como FIFA, Fortnite e Hogwarts Legacy, compartilhou os principais marcos dessa revolução.
1. Dos pixels à realidade virtual
A transição do 2D para o 3D redefiniu a experiência gamer. Jogos como Super Mario 64 e Winning Eleven abriram caminho para mundos imersivos. No PC, placas como a Diamond Monster 3D revolucionaram títulos como Tomb Raider. Hoje, gamers buscam FPS elevados e gráficos fotorrealistas, otimizando hardware com placas como as GeForce da Nvidia.
“Os gamers não querem apenas jogar, mas otimizar cada detalhe do hardware para extrair o máximo da experiência”, comenta Kevin Janzen, CEO do Games & Edtech Studio da Globant.
2. A internet como ponto de virada
A conectividade permitiu partidas online, comunidades globais e novos modelos de negócio. Plataformas como Game Pass e PlayStation Plus substituíram os jogos físicos, mas também levantaram debates sobre preservação digital e propriedade de conteúdo.
“Hoje pagamos por licenças, não por produtos. É mais acessível, mas também mais efêmero”, alerta Janzen.
3. Modelos de negócio e cultura global
Jogos como serviço e microtransações transformaram títulos como Fortnite, League of Legends e EA Sports FC em fenômenos de faturamento. Na Ásia, o gaming móvel domina com sucessos como Genshin Impact e Call of Duty Mobile.
O mercado de publicidade in-game deve atingir US$ 181,36 bilhões até 2030, segundo a Statista, com crescimento anual de 7,8%.
4. Inteligência artificial: jogabilidade e desenvolvimento
A IA adapta a dificuldade ao perfil do jogador, detecta abandono e oferece incentivos personalizados. Em partidas multiplayer, garante balanceamento dinâmico e inimigos que aprendem com cada confronto.
“A IA torna o jogo mais desafiador e vivo, como se fosse um oponente humano”, explica Janzen.
No desenvolvimento, algoritmos geram cenários, personagens e scripts em segundos, reduzindo prazos e liberando espaço para a criatividade humana.
5. Esports: da sala de casa ao palco global
Os eSports se tornaram uma indústria multimilionária, com investimentos, patrocínios e profissionalização. A América Latina se destaca como celeiro de talentos, com equipes como a 9z Team, que atua em Counter-Strike, Valorant, Sim Racing e Rainbow Six Siege, com jogadores do Brasil, Argentina, Uruguai, Chile e México.
