Seu grande passo em direção ao sucesso começou com essa iniciativa que todos conhecemos de perto. A empresa que liderou e hoje deixa o cargo está no ranking das maiores varejistas da internet. Mas os negócios que se multiplicam sob essa marca icônica se ampliaram consideravelmente ao longo do tempo e a Amazon hoje estende sua expansão global em investimentos que vão muito além dos livros físicos e digitais e do famoso Kindle.
Em 1995, a Amazon era apenas uma loja digital de livros e hoje é uma das empresas mais valiosas do mundo, em quarto lugar de acordo com o ranking 2020 da Forbes.
Esse porte confere vantagens únicas, como a possibilidade de ter uma plataforma própria de computação em nuvem, a Amazon Web Services (AWS). A expansão dos negócios acontece em muitas direções, tanto em espaços físicos, como em tecnologia, sempre com iniciativas que parecem não ter conexão com o core dos negócios, mas na verdade todas contribuem para oferecer uma experiência do cliente ainda mais significativa. Como por exemplo, a expansão das lojas Amazon Go, o investimento da Amazon Air em frotas de aviões e a aquisição de startups de carros elétricos e autônomos, que contribuem para viabilizar a promessa da marca de oferecer a remessa em um dia.
Além do espírito visionário de Jeff Bezos, seus negócios têm um ponto em comum sob o qual não se falava na época em que tudo começou: a experiência do cliente. Em 1999, apenas quatro anos após iniciar sua jornada empreendedora ele declarou em uma entrevista à CBN:
“A obsessão do cliente impulsionou nosso sucesso, e eu entendo isso como um artigo de fé que os clientes percebem quando você faz a coisa certa. Você ganha confiança lentamente, ao longo do tempo, fazendo bem as coisas difíceis, promete cumpri-las e tomar decisões baseadas em princípios, mesmo quando são impopulares, e nossa abordagem está funcionando.”
Dos muitos aspectos sob os quais se pode observar uma empresa como a Amazon quero focar apenas nesse ponto: como a experiência do cliente tornou a marca uma referência no mercado. Inclusive uma referência em CX, quando pensamos em como os clientes se tornaram bem acostumados a ter uma experiência de nível muito superior e passaram a ter a mesma expectativa em relação às outras marcas.
Conhecida por oferecer uma experiência incomparável ao cliente e por fazer seus clientes felizes, a Amazon inova continuamente, sempre de olho no futuro para trazer as tecnologias mais avançadas, que permitem criar uma experiência de compra significativa, com recomendações altamente personalizadas a estratégias de entrega eficazes.
Como todos sabemos, não existe um CX relevante sem a participação efetiva do time, que na Amazon recebe treinamentos, remuneração e benefícios diferenciados, e sem o apoio incontestável das lideranças. Uma direção que Jeff Bezos indicou desde o início, incentivando os clientes a enviarem reclamações ao seu e-mail, que posteriormente eram direcionadas aos responsáveis com um sinal “?”. Brad Stone autor do livro The Everything Store comenta:
“Quando os funcionários da Amazon recebem um e-mail com ponto de interrogação de Bezos, eles reagem como se tivessem descoberto uma bomba-relógio. Eles geralmente têm algumas horas para resolver qualquer problema que o CEO sinalizou e preparar uma explicação completa de como isso ocorreu, uma resposta que será analisada por uma sucessão de gerentes antes que a resposta seja apresentada ao próprio Bezos. Essas escaladas, como são conhecidos esses e-mails, são a maneira de Bezos garantir que a voz do cliente seja constantemente ouvida dentro da empresa.”
Em um pronunciamento, Jeff Bezos voltou a enfatizar essa obsessão pelo cliente afirmando que “você ganha confiança lentamente ao longo do tempo, fazendo coisas difíceis, cumprindo pontualmente, oferecendo baixos preços diários, fazendo promessas e cumprindo-as”. Não por acaso, 80% dos americanos têm uma impressão favorável da Amazon e, em geral, os americanos confiam mais apenas nos seus médicos e nos militares do que na Amazon para fazer a coisa certa.
A lealdade dos clientes com a Amazon e sua satisfação com a experiência de compras são confirmadas pelas pesquisas com consumidores americanos: quando os compradores online estão pensando em comprar um item, 48% pesquisam direto na Amazon, ao invés de pesquisar no Google, bem atrás com 22 %, ou em outro site.
Claro que uma expansão desse porte pode trazer problemas de toda ordem e Jeff Bezos precisou se explicar diante do subcomitê antitruste da Câmara dos Deputados dos EUA. Mais um entre os muitos desafios que surgiram nesses mais de 25 anos e apenas levaram Bezos a amadurecer como líder de um negócio que inova e se multiplica surpreendendo o mercado o tempo todo.
As dificuldades que surgiram ao longo do tempo são a parte menos fascinante de um negócio, mas certamente não abalam a imagem de uma marca que vem conquistando a lealdade dos clientes ao longo do tempo. Mais uma vez é nas crises que essa lealdade se revela um patrimônio de grande valor e ela só pode ser conquistada com o investimento contínuo em CX. Como um jogador apaixonado, ele apostou alto na expansão do e-commerce, sem perder o foco no propósito que o guiou desde sempre: oferecer a melhor experiência de compra aos seus clientes.
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