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[Artigo] Alunos devem ser incentivados a desenvolver a criatividade com ferramentas virtuais das tecnologias educacionais e estímulos sensoriais da vida analógica

Por Regina Silva

A criatividade é uma habilidade fundamental para as nossas vidas. Desenvolvê-la traz benefícios para as experiências sociais, profissionais e acadêmicas. A escola é um dos espaços nos quais essa habilidade deve ser incentivada e fortalecida, mas a realidade mostra que ainda precisamos melhorar nesse quesito. Mais da metade dos alunos brasileiros de 15 anos apresenta limitação no desenvolvimento de pensamento criativo para solucionar problemas.

A triste verdade foi registrada nos resultados do Pisa divulgados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em junho deste ano. Naquele levantamento, vimos com preocupação a notícia de que 54,43% dos jovens atingem aquela idade sem uma capacidade potencial de criação bem desenvolvida. Entre os países membros da OCDE, a média de estudantes na mesma situação é de 33%.

A ausência de estímulo à criatividade tem impactos significativos tanto no aprendizado quanto na vida extracurricular dos alunos. Na escola, a falta de incentivo à criação pode levar o aluno a atitudes passivas e dependentes, o que dificulta a aplicação prática dos conhecimentos adquiridos. Estudantes com menor inspiração podem ter dificuldades em pensar de forma independente e em resolver problemas com autonomia, o que impacta negativamente seu engajamento e no desempenho acadêmico.

Fora dos muros da escola, a criatividade também é fundamental para enfrentar desafios cotidianos. Pessoas com pouco potencial criativo podem encontrar dificuldades para se adaptar a novas situações e para resolver problemas, o que limita as suas oportunidades e, consequentemente, o seu desenvolvimento. Mais do que isso, a falta de criatividade pode afetar habilidades sociais e emocionais, como o relacionamento interpessoal e a comunicação.

A boa notícia é que algumas ferramentas que podem incentivar o aluno a pensar de maneira criativa vêm da tecnologia, assunto no qual as gerações mais novas demonstram interesse e facilidade de uso. Sendo assim, tecnologias educacionais aplicadas em projetos STEAM (acrônimo em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática), de cultura maker e de Educação 4.0 proporcionam um ambiente de aprendizado dinâmico e envolvente, reforçando, assim o interesse e a curiosidade.

Vou tomar como exemplo um projeto de robótica: nele, os alunos são desafiados a criar protótipos, a programar, a realizar experimentos e a encontrar soluções únicas. Esse processo exige imaginação constante e a aplicação de conceitos de física, engenharia e arte. A integração dessas habilidades não só estimula a curiosidade, mas promove a inovação – o que é fundamental para a criatividade.

Além disso, o trabalho em equipe é uma característica central dessas abordagens, fazendo com que os alunos percebam os benefícios da colaboração. Compartilhar ideias e soluções em grupo enriquece o repertório dos estudantes e estimula habilidades de criação. É importante notar que, nessas metodologias pedagógicas, o processo construtivo é mais valorizado do que o resultado. O verdadeiro aprendizado e desenvolvimento criativo se dá menos no destino e mais no trajeto, usando uma metáfora para as intervenções e as reformulações que os alunos devem fazer para chegar ao projeto finalizado.

As instituições de ensino têm um papel essencial na promoção do desenvolvimento da criatividade dos alunos. Fomentar o trabalho em grupo, oferecer oportunidades para a exploração de seus interesses e integrar tecnologias que permitam a expressão criativa são estratégias eficazes.

Adotar metodologias ativas, como a aprendizagem baseada em projetos, é fundamental para que os estudantes possam experimentar e inovar. Atividades práticas que exploram conceitos teóricos na solução de problemas reais proporcionam uma aprendizagem significativa. Essas iniciativas não apenas engajam e motivam os alunos, mas também os incentivam a pensar de forma diferente e a ver novas possibilidades de aplicação dos temas estudados.

Promover a formação continuada de professores para a integração de novas abordagens pedagógicas e tecnologias digitais também tem poder transformador na experiência educacional e potencializa o desenvolvimento de pensamentos ‘fora da caixinha’ dos alunos.

Mas as escolas não devem ser as únicas responsáveis por acompanhar o desenvolvimento nas crianças e nos jovens. Familiares e tutores também desempenham um papel vital no estímulo à criatividade. Atividades diárias oferecem muitas oportunidades simples e atraentes para o desenvolvimento do raciocínio imaginativo. Encorajar leituras diversificadas, participar de atividades culturais, promover jogos que envolvam resolução de problemas e incentivar a cultura do “faça você mesmo” são outros estímulos que geram bons resultados.

Tecnologias educacionais como Lego Education e Inventura – programa de Educação 4.0 com foco em prototipagem e programação – também têm um impacto profundo no estímulo à criatividade dos estudantes, tanto na escola quanto em sua vida social. Elas oferecem um ambiente propício para o desenvolvimento de habilidades criativas, fundamentais para a adaptação e inovação no mundo contemporâneo. Instituições de ensino e responsáveis por alunos devem continuar a incentivar e a explorar essas ferramentas para preparar os jovens para novos desafios.

] processo, porém, deve mesclar o virtual ao real. O acesso à tecnologia pode ser aproveitado para explorar interesses de maneira criativa e original, mas a combinação da praticidade digital com o estímulo de sentidos da vida real, analógica, abre um vasto universo de possibilidades para a educação, permitindo que os jovens desenvolvam sua criatividade em múltiplas frentes – e a apliquem mundo afora.

Regina Silva é diretora Pedagógica do Educacional – Ecossistema de Tecnologia e Inovação, área de negócios da Positivo Tecnologia dedicados à educação


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