Rebeca Barbalat | Diretora da unidade de tecnologias educacionais da Positivo
As transformações proporcionadas pela tecnologia impactam todos os setores da economia. São evoluções que influenciam e conduzem os mercados a um novo momento. No setor educacional, a situação é semelhante. Escolas vivenciam um cenário de múltiplas oportunidades e ferramentas que possibilitam preparar os alunos para contexto atual e para as necessidades e interesses da indústria 4.0.
A origem do termo “Educação 4.0” está na preparação do aluno para a indústria dessa Era. Mas o conceito é mais abrangente, principalmente por se tratar de preparar o aluno para o mundo em evolução. Vivemos em um mundo cada vez mais dinâmico, com mudanças muito rápidas. Porém, não fomos preparados para acompanhar essa realidade na mesma velocidade. É preciso, portanto, qualificar os estudantes para este mundo em constante evolução e torná-los cada vez mais habilidosos para lidar com estas situações.
Os desafios da “Educação 4.0” estão na criação de metodologias que potencializem estas novas habilidades e trabalhe com a questão da formação de professores. É fundamental que docentes estejam afinados com a proposta de novas formas de aprendizado. No entanto, é preciso compreender que a tecnologia em si não transforma o ensino. O bom uso dela é que pode fazer a diferença e conectar a escola com os demais âmbitos da vida dos estudantes.
Convém-se apresentar as diversas possibilidades das tecnologias e instigar os alunos a dominarem o pensamento computacional para ajudá-los no desenvolvimento do pensamento criativo e inventivo. É importante o professor permitir a autonomia de aprendizado dos alunos. Na maioria das vezes, os estudantes têm facilidade de dominar as novas tecnologias e o professor, dentro de seu papel, deve ter a função de instigar a curiosidade e provocar novas ideias.
Inserir a tecnologia como ferramenta na rotina educacional permite despertar o lado inventor dentro de cada aluno. Potencializa habilidades para trabalhos em equipe como colaboração e escuta ativa, além de capacidade de raciocínio e comunicação, competências essenciais para a vida pessoal e profissional futura.
Um exemplo de iniciativa pautada pelo conceito “Educação 4.0” é o Micro:bit, um hardware baseado em uma pequena placa programável criado pela Micro:bit Foundation, instituição sem fins lucrativos com sede na Inglaterra. O dispositivo motivou uma parceria entre a fundação e a unidade de tecnologias educacionais da Positivo. O resultado foi a criação do Inventura, solução concebida para transformar crianças em inventores ao ensinar programação computacional de maneira fácil, imersiva e estimulante.
O uso do Micro:bit na educação aumentou consideravelmente o interesse de alunos por programação. Pesquisa realizada em 2016 na Inglaterra com alunos do 7º ano trouxe esse indicativo. Mais de um milhão de Micro:bit foram distribuídos aos estudantes. Após um ano de uso, 90% deles disseram que o dispositivo demonstrou que qualquer pessoa pode programar. Além disso, foi constatado também o aumento de 45% do interesse de meninas pela disciplina de Programação.
Em 2019, a experiência foi repetida no Brasil com resultados muito positivos também. A percepção da facilidade de programação ficou igualmente evidente. Antes de conhecerem o Micro:bit e o Inventura (currículo de invenção baseado no Micro:bit), 23% dos alunos acreditavam que era fácil fazer programas de computador. O percentual elevou-se para 43%, após três meses de utilização.
Ambas as soluções, totalmente inseridas no conceito de “Educação 4.0”, realmente ajudam na formação de alunos e os preparam para um cenário de transformações tecnológicas permanentes. Possibilitam aos estudantes serem protagonistas nesse processo evolutivo com estímulo ao pensamento crítico, respeito ao ser humano e à natureza que os cerca.
O Micro:bit e o Inventura são exemplos que comprovam as valiosas contribuições da tecnologia no ambiente educacional. Confirmam também o compromisso de empresas e instituições de ensino para criar e disponibilizar as melhores soluções para facilitar a formação de cidadão que o mundo realmente precisa.
Fonte: Positivo
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