por Thamirys Zeviani Lopes
Para mim, a maternidade era um sonho, mas também fonte de preocupação. Não vamos negar: junto com o desejo de ser mãe, vêm também muitas questões. De fato, os desafios são muitos. No meu caso, sempre sofro, por exemplo, com a questão de saúde. Ter que deixar a minha filha Laura doentinha na escola para vir trabalhar ainda me angustia. É uma briga interna querer vir e exercer meu papel profissional – algo que me faz imensamente feliz – ao mesmo tempo em que, nesses momentos, sinto vontade de ser uma mãe mais presente.
Conciliar a maternidade com vida profissional não é fácil. Mas, para as mamães de primeira viagem, ou para quem planeja ser mãe um dia, digo com base na minha experiência: tenha tranquilidade no coração e a certeza de que sempre está fazendo as melhores escolhas para você e seus filhos.
Depois que me tornei mãe, o método “prioridade” se tornou meu grande aliado. E funciona, viu? Saber definir prioridades é muito importante nessa jornada de mulher, mãe e executiva. Hoje eu consigo administrar melhor o meu tempo, e ainda separo momentos para mim. Por exemplo, consigo fazer exercícios diariamente. Trabalho durante todo o horário comercial, mas quando saio do trabalho meu foco total é dar atenção à minha filha. É pouco tempo quando se olha por essa perspectiva, mas é uma rotina que me completa e que me faz ser uma mãe mais feliz para ela. Além disso, a rede de apoio é fundamental. Ter a parceria do meu marido é parte importante nesse processo.
Nas relações de trabalho, tudo mudou. Hoje sou muito mais empática com todas as situações particulares. A gente fica mais humana mesmo, e espera que as pessoas também sejam assim conosco, pois os momentos de dificuldade que vivenciamos como mães – seja uma febre ou um resfriado – causam um nível de estresse muito grande, e realmente não é fácil administrar quando eles chegam. A maternidade me ensinou, ainda, a ser mais prática e objetiva. Dentro do trabalho, acabei conhecendo um ‘eu’ mais racional, pois os desafios que encontrei como mãe são tantos e tão definitivos, que acabei ganhando um olhar pragmático para que pudesse de fato resolvê-los. E isso me ajuda, e muito, a ter uma rotina mais produtiva.
Nós mulheres somos sempre muito cobradas, pela família, pela sociedade, pelo ambiente corporativo. Como dizem, nasce uma mãe, nasce uma culpa. A essa cobrança interna e externa, somam-se nossos anseios, nossas inseguranças, e a vontade de fazer mais e melhor, que se multiplicam quando nos tornamos responsáveis por outra vida. Mas temos que mudar esse pensamento. Na verdade, nasce uma mãe, nasce uma mulher ainda mais potente e poderosa, um alguém que não poderíamos pensar que existia dentro de nós. É um amor e um orgulho que nos levam adiante com muita força e intensidade. A maternidade é o papel mais bonito que já pude experienciar.
Eu vi, na prática, esses medos tão naturais se transformando em fortalezas. Descobri que ser mãe, à medida que me desafiava, me impulsionava a ser, também, uma profissional mais plena e completa. Há muitas coisas que podemos aprender na faculdade, em uma boa pós-graduação, e dentro das empresas. Mas ainda não inventaram um curso melhor de soft skills do que a maternidade. De fato, não temos controle sobre nada na vida. Mas o amor e a dedicação que depositamos em tudo o que fazemos e, mais do que tudo, no cuidado com nossos filhos, é uma força capaz de construir e solidificar tudo o que quisermos. Isso me torna a cada dia uma pessoa de mais fé, que confia no tempo e no processo com uma expectativa sempre positiva.
por Thamirys Zeviani Lopes
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