Por Marcio de Paula Faria, Gerente de Produtos do Educacional – Ecossistema de Tecnologia e Inovação, área da Positivo Tecnologia para negócios de educação
Vale reforçar que a base para o pensamento computacional é a tecnologia, mas isso não significa, necessariamente, o uso de computadores e a programação deles. Ou seja, podemos dizer que para resolver um problema, mesmo que de forma inconsciente e simplificada, aplicamos o pensamento computacional por meio de quatro pilares: a divisão do problema em partes menores (decomposição); identificação do que é realmente importante (abstração); identificação de pontos em comum, semelhanças e repetições que podem ajudar na resolução da maneira mais lógica e assertiva (reconhecimento de padrão), para daí sim chegar a um resultado final, com uma ordem de passos (algoritmo). E essa resolução pode ou não envolver equipamentos tecnológicos, mas a sua base é a exploração de forma criativa, crítica e estratégica dos domínios computacionais.
Basicamente, colocar o pensamento computacional em prática é deixar de ser usuário para ser criador. Isso não quer dizer que o aluno se tornará programador, mas que desenvolverá competências que têm se tornado tão necessárias na vida cotidiana quanto o conhecimento de português e matemática. Por meio do pensamento computacional, as crianças desenvolvem a habilidade de resolução de problemas, aprendem a pensar de forma criativa e fazem a autocrítica do que produzem. Quando bem aplicado, os alunos passam a resolver problemas com base nos seus quatro pilares, notando padrões e chegando a conclusões de maneira lógica, que podem ser usadas em situações cotidianas ou mais complexas e ser o diferencial nas atuais demandas das relações sociais ou de trabalho.
Como já citamos anteriormente, essa habilidade não está necessariamente ligada à programação, mas, sim, a princípios que ajudam a resolver problemas. Isto é, além de desenvolver o raciocínio lógico, o pensamento computacional auxilia na construção do conhecimento em diversas áreas, fomenta o aprendizado de qualquer disciplina, a criatividade e o trabalho em equipe, e incentiva o empreendedorismo. Assim, a escola forma alunos que vão saber modelar e resolver problemas de determinada área, de maneira rápida e eficaz. A própria Base Nacional Comum Curricular (BNCC) foca o pensamento computacional no ensino da Matemática, mas não descarta sua importância como cultura digital em outras competências.
Desenvolver o pensamento computacional na escola é, portanto, uma necessidade que não pode mais ser adiada, sob o risco de limitar as oportunidades para crianças e jovens que cada vez enfrentam um mundo mais competitivo e que exige soluções rápidas e eficientes. O ensino de robótica e programação, a adoção de metodologias ativas, STEAM, gamificação ou aprendizado por projetos são alguns exemplos que dão protagonismo ao aluno, lhe permitindo maior autonomia e contribuindo para um espaço escolar mais dinâmico e criativo.
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