*Eduardo Zanini, Diretor de Produto da Geekie
O mercado vem lidando com diversas situações inéditas nos últimos anos por conta do avanço tecnológico e da digitalização de processos. A área da educação é um grande exemplo dessa transformação, principalmente ao considerarmos as melhores práticas para acompanhar a evolução da aprendizagem e ensinar as novas gerações que nascem com acesso a uma gama imensa de informações.
Por essas razões, não teria como um dos protagonistas dessa jornada de transformação não ser o professor. Esse profissional foi e sempre será um dos mais importantes de toda a sociedade, mas, com o novo cenário educacional, a figura tradicional que existia nesta posição também vem sendo redesenhada para atender às demandas desse mundo cada vez mais conectado.
Em um passado não tão distante, o educador era visto como uma espécie de autoridade máxima da sala de aula, tanto em termos de conhecimento quanto de hierarquia. Sua função era levar um aglomerado de informações aos estudantes, que deveriam memorizá-las e reproduzi-las em avaliações, e fazê-los cumprir as regras da escola.
No entanto, essa visão é insustentável em um país onde 84% da população de 10 anos ou mais acessa a internet, conforme aponta o Cetic (Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação). Os estudantes de hoje cresceram imersos em um ambiente digital, possuindo informações a um clique de distância, assim como ferramentas que facilitam a busca e o processamento de dados.
Diante desse contexto, o professor precisou começar a atuar mais como um facilitador da aprendizagem. O profissional agora é um guia que auxilia os alunos a construir o próprio conhecimento, de forma que possam se desenvolver dentro de uma realidade que estão acostumados e imersos.
Novas tecnologias, novas oportunidades
Pensando que um volume extremamente grande de informações pode ser alcançado em poucos segundos, o direcionamento de quais conteúdos são realmente relevantes para o aprendizado é a maior missão do professor na atualidade. Por isso, a adoção de novas metodologias e ferramentas pedagógicas é indispensável.
Recursos como a inteligência artificial, por exemplo, são excelentes para permitir a personalização do ensino, adaptando as estratégias de acordo com as dificuldades e facilidades de cada estudante. Além disso, são tecnologias que desafogam o dia a dia dos educadores de atividades repetitivas, como correções de provas, permitindo que se concentrem na interação com os alunos e nos planejamentos.
Aliás, muitas instituições de ensino também já usam plataformas digitais para facilitar a comunicação entre professores, estudantes, gestores e pais. Ferramentas baseadas em dados promovem um senso colaborativo entre todos esses elementos, garantindo que estejam na mesma página e caminhem em prol de um aprendizado mais engajado e transparente.
Propósito coletivo
É sempre importante ressaltar que a tecnologia não substitui o professor; pelo contrário, ela o complementa, oferecendo novos caminhos para que ele possa desempenhar seu papel de forma mais eficiente. Contudo, para que seja dessa forma, é preciso que os educadores sejam capacitados e estejam motivados a utilizá-la.
Esse objetivo não é alcançado apenas investindo em formação continuada, mas por meio de um propósito coletivo. A incorporação de ferramentas tecnológicas ao aprendizado não se trata simplesmente de seguir uma tendência, mas de inspirar e criar um ambiente de aprendizagem como nunca antes visto, repleto de confiança e inovação.
E aqui vale frisar: inovar vai além de dominar novas tecnologias. No caso da educação especificamente, envolve, mais do que tudo, liberar o potencial humano de cada jovem e prepará-lo para lidar com os desafios de um mundo cada vez mais complexo e interconectado.
O professor está no centro desse processo porque é o coração da sala de aula. E é apenas neste espaço que é possível formar as mentes do futuro.
*Eduardo Zanini é Diretor de Produto da Geekie, principal plataforma de soluções personalizadas para a educação baseadas em inteligência de dados.