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[Artigo] Uma educação inovadora e inclusiva precisa de ferramentas tecnológicas como as Mesas Educacionais

Por Melissa Rackel Rosa, Gerente de Projetos do Educacional – Ecossistema de Tecnologia e Inovação

Sempre achei fascinante acompanhar o processo de aprendizagem dos alunos, e a tecnologia tem deixado tudo isso ainda mais interessante para mim (e, certamente, para eles!). Novos recursos desenhados, desenvolvidos e produzidos sob medida para apoiar o processo de ensino-aprendizagem já se mostraram eficientes em sua proposta inicial e, mais do que isso, importantes aliados no que diz respeito a aprendizagem ativa, aumento de atenção, engajamento com as atividades e com os colegas, feedbacks personalizados e realimentação motivacional, entre outros aspectos fundamentais.

Dentro desta perspectiva e direcionadas ao processo de ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa e Matemática, destacam-se as Mesas Educacionais, uma tecnologia educacional integrada por hardware (módulo eletrônico, estrutura física e sistema de processamento), softwares (atividades interativas multimídia) e materiais concretos (blocos codificados e marcadores para realidade aumentada). Esta ferramenta oferece a crianças da Educação Infantil e alunos dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental ambientes virtuais ricamente ilustrados, nos quais podem “navegar” com seus colegas e construir caminhos que os levem a dominar o sistema de escrita, a compreensão de conceitos matemáticos e a desenvolver habilidades e competências necessárias para atuação na sociedade.

As Mesas Educacionais são um exemplo entre muitos que eu poderia lembrar de como a tecnologia favorece a educação, mas por acompanhar de perto esta ferramenta e por tudo o que ela possibilita para alunos e professores, me sinto extremamente à vontade para reafirmar a sua eficiência em sala de aula. Obviamente, antes de optar por uma tecnologia A ou B, é essencial que os gestores (estaduais, municipais ou privados) conheçam bem suas reais dores, as necessidades de suas instituições, a aptidão dos professores para usarem novas ferramentas, e que analisem criteriosamente todas as tecnologias que pretendem implantar em suas redes, inclusive a partir de pesquisas, depoimentos de alunos, pais e professores, e impactos e benefícios pedagógicos que elas podem promover em cada caso.

Um aspecto específico que me encanta nas Mesas Educacionais é o configurador, um recurso voltado ao professor no qual ele pode incluir e editar as atividades, textos, palavras, imagens, sons e vídeos, contextualizando as atividades de acordo com seu planejamento pedagógico. Assim, a mesa favorece a aprendizagem baseada em projetos integrados e estudos interdisciplinares, envolvendo todas as áreas do conhecimento, e propiciando diferentes estratégias pedagógicas, temas e situações-problema reais que vão além dos muros da escola.

Inovadoras e efetivas, as Mesas Educacionais também promovem o trabalho colaborativo, já que até seis alunos podem utilizá-las ao mesmo tempo. Tanto esta estrutura física como suas atividades interativas multimídia favorecem que, a todo momento, os alunos troquem ideias uns com os outros. Posso afirmar com propriedade o quão incrível é vê-los testando suas hipóteses, ajudando os outros, trabalhando em grupo, organizando e manipulando os materiais, respeitando a opinião dos colegas e desenvolvendo sua autonomia. Desta forma, perdem a vergonha de expor seus pensamentos, trocam ideias e tornam-se protagonistas de seu processo de aprendizagem.

De forma ampla, defendo que a tecnologia educacional é uma grande aliada da acessibilidade, e as Mesas Educacionais não são exceção à regra. Pelo contrário. Elas promovem a inclusão digital e social de pessoas com deficiência (seja intelectual, motora, auditiva ou visual) visando a aprendizagem, autonomia, independência e qualidade de vida. Tanto é que estão contempladas no Guia de Tecnologias do MEC também na categoria de educação especial. Os recursos de acessibilidade contemplados na mesa – como traduções em LIBRAS, lupa, identificação dos blocos em Braille, navegação adaptada do teclado e sistema de regulagem da altura – possibilitam a participação de alunos e professores com deficiência em todas as atividades propostas, além de promover o desenvolvimento pessoal e social, elementos fundamentais para garantir sucesso nas etapas posteriores da escolarização.

Sou uma grande defensora do papel insubstituível dos professores – que, a meu ver, são atores fundamentais no processo de ensino –, mas a tecnologia veio para somar, melhorar e democratizar. Quando o professor visualiza o valor pedagógico de uma determinada tecnologia e aprende (técnica e pedagogicamente) a utilizá-la, integrando tal recurso à sua prática pedagógica, os resultados são muito mais positivos e efetivos. Não à toa, as Mesas Educacionais estão presentes em mais de 40 países, já foram objeto de pesquisas de diversas instituições de renome, utilizadas por mais de 1,6 milhão de crianças, 44,6 mil professores e 7,5 mil escolas.

Acompanhar este processo de descoberta dos alunos tem sido maravilhoso. Ver a felicidade deles quando conseguem realizar uma atividade e comemoram junto com seus colegas é algo fascinante para mim como pedagoga. Por isso, termino como comecei: Uma educação inovadora e inclusiva precisa de ferramentas tecnológicas como as Mesas Educacionais.


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