Autodesk BIM 360 como modelo de construção virtual | Case Camargo Corrêa Infra

Numa apresentação da ferramenta Autodesk BIM 360 na manhã de 16 de agosto de 2019, Sylvio Mode, presidente da Autodesk no Brasil, e Januário Dolores, presidente da Camargo Correa Infra, revelaram que a construção civil é um dos setores mais defasados. Realmente, se acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na média, o percentual de inovação da indústria do Brasil é de 35,7%. Mas na construção esse número limita-se a 29,6%.

Porém, o próprio evento, demonstra que algumas empresas estão se movimentando para mudar esse cenário, com investimentos crescentes em inovações tecnológicas voltadas especificamente para o setor, como é o caso da adoção da metodologia BIM, uma sigla que significa Building Information Modeling, algo como Modelagem de Informação da Construção em português.

Em resumo, o BIM é uma maneira eficiente de reunir todas as informações de uma construção de forma integrada e organizada. Esse conjunto de informações da construção é composto desde o modelo em si da edificação até seu orçamento, por exemplo. Isto é, acompanha a obra em todo o seu ciclo de vida.

Além de integrar todos os dados em um único local, o seu uso também facilita o compartilhamento do projeto entre diferentes profissionais durante o processo de construção. Esses profissionais podem inclusive trabalhar no mesmo projeto e ao mesmo tempo! Desde arquitetos, engenheiros, projetistas, fornecedores de materiais, gerentes ambientais e clientes. Assim, todos podem interagir com o projeto de um edifício, gerando maior valor agregado.

Autodesk BIM 360

O BIM 360 é uma plataforma unificada desenvolvida pela Autodesk, que se propõe a expandir as possibilidades da metodologia BIM, levando-a para a nuvem, permitindo assim conectar equipes de projetos e dados em tempo real, desde a concepção até a construção, que podem visualizar e editar os arquivos salvos direto nos servidores da Autodesk, permitindo que os usuários troquem informações com praticidade e rapidez, otimizando o processo de desenvolvimento de projetos, apoiando a tomada de decisões e levando a resultados mais previsíveis, minimizando riscos e aumentando os ganhos.

O BIM 360 oferece recursos específicos para projetos de infraestrutura, assim, profissionais da área conseguem editar e visualizar arquivos de maneira que o projeto fique sempre atualizado e que todos os envolvidos consigam ter acesso a esses arquivos, acelerando a troca de informações, otimizando o desenvolvimento do projeto, e ele se destaca dos métodos convencionais de troca de informações porque os arquivos ficam salvos no servidor, e podem ser editados direto do mesmo, sem a necessidade de realizar download ou upload, e como esses arquivos são muito grandes, muito tempo é economizado.

A plataforma permite centralizar todos dados de um projeto, cujas informações necessárias podem ser acessadas em tempo real, de qualquer lugar, permitindo o acompanhamento do projeto e tomada de decisões em campo. O compartilhamento de trabalho controlado permite que equipes multidisciplinares atuem conjuntamente em modelos compartilhados, visualizem todas as atualizações e gerenciem dados de projeto durante todo o ciclo de vida do projeto.

BIM no Brasil

A metodologia BIM vem sendo adotada no Brasil desde meados dos anos 2000, sendo pouco a pouco absorvida pelo mercado desde então. A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) junto da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) lançaram, em 2017, um catálogo de normas aplicáveis ao BIM, que proporciona a empresas e profissionais do setor da construção civil o acesso às normas técnicas relacionadas à tecnologia.

Ainda em 2017, foi publicado no Diário Oficial da União o decreto que institui o Comitê Estratégico de Implantação do BIM. A proposta é que se tenha uma Estratégia Nacional de Disseminação da tecnologia. Além do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, que exercerá a sua presidência, o Comitê será integrado pela Casa Civil da Presidência da República; Ministério da Defesa; Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão; Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações; Ministério das Cidades e pela Secretaria-geral da Presidência da República. O decreto também conta com a criação do Grupo de Apoio Técnico – GAT-BIM que prestará apoio ao Comitê Estratégico.

Em março de 2018, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em parceria com o Senai Nacional, promoveu o primeiro Seminário BIM de 2018. O objetivo era juntar esforços ao Comitê Estratégico do Governo Federal para colocar em pauta a Política Nacional de Implantação do BIM.

Porém o grande passo determinando para a consolidação do BIM no Brasil foi o decreto nº 9.377, de maio de 2018, que torna o BIM parte de uma estratégia nacional que visa incentivar o uso dessa tecnologia em âmbito nacional, exigindo que a partir de 2021, a modelagem 3D na elaboração de projetos de arquitetura e de engenharia, uma iniciativa que pretende aumentar em dez vezes a implantação da plataforma BIM. Com isso, espera-se que 50% do PIB da construção civil utilize a metodologia até 2024.

Atualmente, somente 9,2% das empresas do setor da construção utilizam a modelagem em suas rotinas de trabalho. O dado é de um estudo do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Obras da Estação Morumbi | Camargo Corrêa Infra

A Camargo Corrêa Infra é uma empresa de engenharia e construção pesada, que demonstra orgulho ao apostar em soluções da Autodesk para reforçar pilares importantes, como transparência e inovação para melhorar o desenvolvimento de grandes obras com complexidade, seu foco de negócio.
A parceria com a Autodesk para a implantação da metodologia BIM já existe há alguns anos, e para avançar neste mercado pouco inovador, a empresa tem procurado investir em práticas até então inéditas no mercado brasileiro, como é o caso do uso de tecnologia móvel no canteiro de obras, possibilitado por meio do Autodesk BIM 360. Assim, a construtora levou os modelos 3D e 4D para todas as equipes envolvidas na obra, desenvolvendo uma rede de colaboração e resolução das principais questões que afetam a produção e avanço do cronograma.

Para isso, forma disponibilizados tablets e smartphones aos profissionais que coordenam as atividades no canteiro de obras, de forma que eles pudessem consultar os projetos executivos e a mais recente versão dos modelos 3D e 4D construídos a partir do BIM; registrar os principais problemas que podem impactar a produção, seja no projeto ou no campo, e direcioná-los aos profissionais que irão resolvê-los; e até mesmo realizar as listas de verificação de qualidade e socioambiental.

Atualmente, a empresa ampliou o uso do BIM 360 e, a partir da metodologia Autodesk, para que todas as áreas usem as ferramentas para agilizar seus processos e reduzir as distâncias entre as obras e o escritório da companhia, em São Paulo. Neste intuito, foi instalada uma tela interativa na sede paulista, onde profissionais da administração central podem acompanhar em tempo real as ações necessárias para o andamento das obras. Por meio do BIM, a equipe jurídica pode ter acesso a uma obra em andamento para resolver alguma questão da sua área, por exemplo, ou os responsáveis pela área socioambiental podem checar e atualizar algum dado apenas acessando o sistema, permitindo que todos os envolvidos na obra recebam a informação em tempo real.

Atualmente a Camargo Corrêa Infra conta com quase 100 profissionais utilizando o BIM 360, acessando cerca de 11 mil documentos, entre projetos executivos, instruções de trabalho, normas técnicas, por exemplo; mais de duas mil listas de verificação de qualidade e socioambiental; além dos modelos 3D e 4D por meio de tablets e smartphones.

Visita ao canteiro de obras

Hoje, este modelo de uso do BIM já está presente em seis projetos da Camargo Corrêa Infra, entre eles a estação Morumbi do Metrô paulistano, que inclui a obra bruta, acabamento, comunicação visual, hidráulica e paisagismo da estação Morumbi-Linha 17 do Metrô e integração com a Linha 9 da CPTM; desmontagem, remanejamento, fornecimento e montagem de sistemas de CFTV, sonorização, SSX, rede aérea de tração, iluminação e tomadas na integração com a Linha 9-Esmeralda.

Após a apresentação ocorrida no escritório da Autodesk, em São Paulo, fomos levados para uma visita ao canteiro de obras e ver na prática como é a aplicada a metodologia a BIM através da plataforma da Autodesk.

Quem tiver interesse, pode acompanhar o desenvolvimento da obra, iniciada em 13 de dezembro de 2017, e, conforme informações divulgadas em junho, quase 50% concluída, ao vivo no seguinte link: https://camargocorreainfra.com/nossas-obras/estacao-morumbi-linha-17-do-metro-de-sao-paulo/

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