De acordo com dados divulgados no início de 2022 pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), só no último ano, a internet banda larga conquistou cerca de 5 milhões de novos assinantes no Brasil. Em termos comparativos, houve crescimento de 14% no número de usuários registrados, que saltou de 36,3 milhões, em dezembro de 2020, para 41,4 milhões, no mesmo período de 2021. O destaque, ainda segundo a agência, ficou por conta dos acessos com tecnologia de fibra ótica, que já somavam 26 milhões, até o final do ano passado.
Porém, a contratação de um plano de internet de alta velocidade não é garantia de uma melhor qualidade de conexão. Prova disso são os resultados, divulgados no último mês de março, da pesquisa “Satisfação e Qualidade Percebida”, também coordenada pela Anatel e realizada pela consultoria Kantar TNS. Segundo o levantamento, entre os serviços de telecomunicações avaliados, a banda larga fixa é o que mais deixa o consumidor brasileiro insatisfeito, com nota 6,88, em uma escala de 0 a 10.
Esses baixos índices de avaliação têm sido registrados desde 2015, quando a pesquisa começou a ser aplicada no país, e se devem, em grande medida, ao mau funcionamento dos serviços de banda larga oferecidos. No entanto, há que se considerar que, para além do plano de dados contratado pelo consumidor, existem outros fatores capazes de interferir tanto na qualidade da conexão quanto na cobertura do sinal de internet.
Pensando nisso, a Mercusys, uma das principais fabricantes mundiais de dispositivos de rede, preparou o material abaixo, com dicas e informações trazidas pelo Gerente de Vendas da marca, Alexandre Nogueira, destacando alguns dos elementos que podem prejudicar a qualidade da conexão Wi-Fi, mesmo com um bom plano de dados. Confira:
Uma das primeiras atitudes a se tomar para garantir uma melhor cobertura da rede de internet sem fio é posicionar o roteador próximo ao centro do ambiente onde ele será utilizado. Conforme explica Nogueira: “O sinal Wi-Fi é transmitido em várias direções. Por isso, não é recomendável que o usuário deixe o roteador em um canto da sua casa ou estabelecimento comercial, correndo o risco de sofrer com uma diminuição significativa da cobertura sem fio. O ideal é que o dispositivo seja colocado próximo ao centro do ambiente, para que, assim, possa cobrir mais espaço”.
Além disso, vale destacar que produtos Wi-Fi residenciais geralmente utilizam antenas omnidirecionais, que irradiam o sinal horizontalmente ao seu redor, mas têm menor alcance vertical. Assim, é importante colocar o roteador sobre uma mesa ou prateleira que o mantenha um pouco mais alto, a fim de otimizar a transmissão realizada pelas antenas.
Em geral, superfícies metálicas têm um alto poder de refletir o sinal Wi-Fi. Como grande parte dos espelhos utiliza revestimentos de metal em sua face traseira, é comum que esse tipo de objeto interfira significativamente na propagação do sinal.
Segundo aponta o especialista da Mercusys: “É preciso que o usuário evite posicionar espelhos em frente ao roteador. Afinal, isso pode fazer com que o sinal seja vítima de um efeito do tipo ‘bate-e-volta’, não sendo propagado corretamente pelo ambiente”.
Dispositivos que geram ondas eletromagnéticas, como rádios, fornos de micro-ondas e telefones fixos sem fio, também podem atrapalhar o desempenho do sinal de uma rede Wi-Fi doméstica. Isso porque muitos deles operam na frequência 2,4 GHZ, a mesma do Wi-Fi utilizado na maioria dos roteadores, fazendo com que a eficácia do sinal seja diminuída. Aos poucos, os modelos de roteadores mais recentes, do tipo dual-band, têm resolvido esse problema, já que também operam na faixa dos 5 GHz.
“O usuário deve se certificar de que seu roteador é compatível com as duas faixas de frequência e, se possível, mudar para a de 5 GHz. Nela, a conexão Wi-Fi não estará sujeita a interferências de outros eletrônicos, como alto-falantes e câmeras de segurança, deixando o ambiente menos sobrecarregado e mais propício para a propagação do sinal”, afirma Alexandre Nogueira.
Embora já seja de conhecimento geral que as paredes são obstáculos para a propagação do sinal Wi-Fi, vale ressaltar que alguns materiais geram mais interferência do que outros. Paredes de tijolos, por exemplo, são menos densas no que diz respeito à absorção de radiofrequências do que paredes construídas em gesso ou concreto.
“Não à toa os banheiros costumam ser considerados ‘vilões’ do Wi-Fi, especialmente por conta dos azulejos. Afinal, em se tratando da distribuição do sinal de internet, paredes grossas e bem revestidas costumam ser barreiras mais difíceis de transpor. Assim, para evitar problemas, o ideal é não deixar o roteador em ambientes muito fechados”, ressalta o executivo da Mercusys.
Não à toa, a água é considerada uma barreira natural para o sinal Wi-Fi. Afinal, em teoria, quanto maior for a concentração de um determinado líquido no ambiente, maior tende a ser o nível de interferência causado por ele. Embora em uma praia ou piscina isso não ocorra de forma tão acentuada — por se tratarem de ambientes abertos e com maior facilidade de propagação de sinal –, no interior de uma residência, o ideal é manter os roteadores distantes de objetos como aquários, que concentram um grande volume de água em único local.
“Em se tratando de redes de internet doméstica, os aquários podem ser considerados verdadeiros ‘inimigos’ do Wi-Fi. Por isso, eles não devem ficar próximos, ou mesmo posicionados em linha reta com roteadores. Caso contrário, é bem provável que o usuário tenha problemas com a sua conexão”, finaliza Alexandre Nogueira.
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