É indiscutível que a Inteligência Artificial (IA) é a tecnologia do momento. As soluções que utilizam o recurso conseguem tomar decisões assertivas e rápidas, além de considerar bem mais variáveis do que o humano é capaz. Prova disso é a NotCo, referência em inovação de alimentos, que desde a sua fundação, em 2015, tem se apoiado na ferramenta para transformar a indústria alimentícia, impulsionando experiências alimentares com benefícios sensoriais e funcionais.
Chamada de Giuseppe, a IA proprietária ajuda a marca a explorar milhares de matérias-primas de forma mais rápida e eficiente, já que analisa receitas e estruturas moleculares de alimentos de origem animal para elevá-los de maneira inédita com combinações 100% vegetais. A base da solução possui mais de 2 mil ingredientes documentados, que são avaliados a partir de filtros sensoriais (cor, sabor, textura) e culinários (performance em receitas doces, salgadas, quentes e frias), além de análises físicas, químicas e nutricionais.
Com essa avaliação, é possível criar alternativas que vão além simplesmente do plant-based. A linha NotMilk, por exemplo, transforma a experiência de consumir o leite, um dos ingredientes mais clássicos da cozinha brasileira. A categoria dá luz ao sabor, textura e nutrição, mas sem trazer desconforto, inchaço e refluxo, sensações comuns geradas no consumo dos produtos de marcas tradicionais.
“Não se trata só de uma categoria de alternativo de leites vegetais, mas a opção ideal para quem não quer abrir mão do consumo de leite, mas por alguma razão precisa, seja por conta de alergia, intolerância ao leite ou aos seus componentes. Nosso objetivo é que as pessoas tenham a mesma experiência do leite, e conseguimos produzir um produto que entrega isso e é feito com ingredientes vegetais”, diz a Diretora Latam de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da NotCo no Brasil, Cynthia Pereira. “Portanto, é uma prova de como o Giuseppe cria lançamentos saborosos, acessíveis, nutritivos e sustentáveis, ao mesmo tempo que atende às principais demandas dos consumidores de forma clara e transparente”, completa.
Preparo em constante evolução
Desde o início de seu desenvolvimento, há quase uma década, o Giuseppe tem passado por constantes melhorias e aprimoramentos em suas capacidades. Para isso, a solução utiliza uma abordagem de otimização de experimentos orientada pela machine learning, reduzindo a necessidade de ensaios laboratoriais e garantindo eficiência na criação dos novos produtos da marca.
Hoje, a ferramenta engloba múltiplos sistemas, cada um deles especializado em uma fase distinta do processo criativo. O Biagio, por exemplo, explora as fórmulas à base de plantas geradas pela IA considerando aspectos nutricionais, de sabor e sensoriais. Já o Discovery é responsável por hospedar os dados e análises ricas de ingredientes vegetais e animais a nível industrial.
“Todas as informações fornecidas por essas diversas funcionalidades do Giuseppe ajudam os nossos cientistas e chefs a entender as principais lacunas da indústria alimentícia tradicional”, afirma Pereira. “Consequentemente, podemos selecionar os ingredientes mais eficientes para a escalabilidade do produto sem cair em clichês, como aconteceu com a nossa ‘cerveja de Natal’. A IA ajudou a estruturar uma bebida com notas que remetessem ao período, demonstrando que o sabor e a afetividade são tão importantes quanto a tabela nutricional”, completa.
Novos desafios
Um dos maiores desafios enfrentados pela IA da NotCo foi a necessidade de simular a complexidade dos sabores e texturas dos alimentos tradicionais. Para superar isso, a tecnologia utiliza técnicas de otimização de experimentos, reduzindo drasticamente a necessidade de ensaios laboratoriais.
É o caso do Synthesis, que permite ajustes finos nas formulações com base na análise própria dos atributos sensoriais e nutricionais, além do auxílio dos chefs e cientistas. Ou o Flora, sistema que também otimiza a colaboração entre os fabricantes e os criadores de aromas, garantindo que as nuances de cada sabor sejam perfeitamente capturadas.
A diretora da NotCo reforça que esse processo contínuo de feedback entre os chefs e o time de P&D é crucial para o aprimoramento contínuo do Giuseppe. “Ter uma pessoa que experimenta as receitas e atua lado a lado com a IA faz com que a tecnologia alcance o seu potencial completo, porque a comida está totalmente relacionada com o fator emocional. Do almoço com os pais a uma noite inesquecível em um restaurante, cada uma dessas experiências só pode ser rememorada, aprimorada e elevada se colocarmos os seres humanos como protagonistas nesta jornada de inovação”, conclui.