Hoje é o Dia Internacional da Privacidade de Dados e a Kaspersky divulga suas previsões de privacidade para 2023, com as tendências que estão surgindo devida a integração cada vez maior entre a vida social e a tecnologia. Os smartphones continuarão simplificando cada vez mais as tarefas que eram feitas com a tradicional burocracia em papel, mas entre as novidade destaca-se a presença, cada vez maior, do metaverso no dia-a-dia das pessoas.
O documento foi desenvolvido com base nas avaliações dos especialistas em privacidade da Kaspersky e, de acordo com eles, o grande impasse no debate em torno da privacidade serão:
1. A fragmentação da Internet levará a um mercado de rastreamento de comportamento mais diversificado e direcionado à localização e verificações de dados compartilhados entre diversos paises
A maioria das páginas onlines estão cheias de rastreadores que recolhem dados comportamentais para serem usados, principalmente, em publicidade direcionada. Contudo, em muitas regiões, as autoridades estão se tornando cada vez mais cautelosas no compartilhamento de dados com empresas estrangeiras. Isto leva as empresas a mostrarem preferência pelas autoridades locais, o que pode ter várias implicações em termos de privacidade. Uma empresa menor pode ser menos interessante para cibercriminosos, mas também enfrenta menos processos por parte das entidades reguladoras.
2. Os smartphones continuarão a subtituir os documentos em papel
Atualmente, os smartphones ou outros dispositivos são amplamente utilizados como métodos de pagamento, tornando os cartões clássicos de débito e crédito obsoletos em alguns países. Além disso, os smartphones podem ser utilizados para fins médicos – como certificado de vacinação – ou mesmo como uma versão digital do documento de identidade. Por um lado, um sistema devidamente implementado poderia ajudar a lidar com a verificação sem expor o documento completo. Por outro lado, os smartphones armazenam uma grande quantidade de dados pessoais o que concentra muito valor em um único alvo de ataque. As consequencias disso já são vistas no famoso caso de roubo de celular — relembre as dicas de segurança para evitar as dores de cabeça com essa ameaça.
3. Empresas terão que combater os erros humanos na segurança online para conseguir mitigar os riscos das ameaças internas e da engenharia social na proteção de dados
Conforme as empresas implementam medidas de cibersegurança cada vez mais abrangentes, passando do antivírus para o XDR (Detecção e Respostas Estendida) ou mesmo a procura proativa de ameaças, as pessoas continuam sendo o elo mais fraco. Espera-se que a má configuração das soluções de armazenamento de dados na nuvem cause menos vazamentos de informações, resultando em mais violações por falhas humanas. Para mitigar estas ameaças, as empresas devem investir na prevenção, como a educação digital dos funcionários sobre cibersegurança.
4. Vamos ouvir mais preocupações sobre a privacidade no metaverso – mas com os smartphones e a IOT, não estaremos já no metaverso?
A quantidade de dados que as pessoas geram apenas fazendo pagamentos on-line e transportando um celular ao longo do dia é suficiente para saber muitas informações sensíveis. Dispositivos domésticos inteligentes, cidades inteligentes com vigilância de vídeo onipresente, carros equipados com múltiplas câmaras e posterior adoção da Internet sem fio mudarão muito o que conhecemos como privacidade. Assim, enquanto o metaverso promete trazer experiências offline para o mundo on-line, o mundo on-line já está tomando posse do domínio físico.
5. Para impedir o vazamento de dados, as pessoas terão seguro contra eles
Viver uma vida moderna tem um custo para a privacidade: por exemplo, encomendar comida ou utilizar um serviço de delivery irá gerar, no mínimo, geodados sensíveis. No entanto, a consciência da privacidade está crescendo e as pessoas começam a tomar medidas preventivas para minimizar as pegadas digitais. Embora já existam serviços que recuperam perdas em caso de roubo de identidade, espera-se que no futuro surja uma maior variedade de ofertas de seguros para isso.
“Em 2022, vimos como a atividade reguladora deslocou o mercado global de dados para empresas locais. Ao mesmo tempo, este ano foi repleto de eventos que mostraram como a coleta de dados dos consumidores pode ter um impacto direto nas relações entre os cidadãos e os governos. Além disso, não podemos negar que tópicos como o metaverso, a IA ou a aprendizagem de máquinas permanecerão no centro das atenções dos especialistas em privacidade em 2023. Ainda assim, acreditamos que os eventos geopolíticos e econômicos de 2022, bem como as novas tendências tecnológicas, serão os principais fatores a influenciar o panorama de privacidade em 2023”, comenta Fabio Assolini, diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina.
Estas previsões fazem parte do Kaspersky Security Bulletin (KSB) – uma série anual de previsões e artigos analíticos sobre as principais mudanças no mundo da cibersegurança. Clique aqui para ver outras peças da KSB.
