Terminou nesta quinta-feira, em São Paulo, o maior evento de negócios da economia digital do País. Durante os dois dias de evento, passaram pelo São Paulo Expo mais de 8 mil pessoas, que tiveram acesso a mais de 144 horas de conteúdo e 370 palestrantes, entre CEOs de grandes marcas e personalidades internacionais como Eduardo Guizar, ex-colaborador da NASA na área de robótica e presidente da Cluster Aeroespacial de Sinaloa, que abordou o tema “Marte: nossa próxima moradia”, bem como José L. Barletta, presidente do Barnews Research Group, que fez uma reflexão sobre as grandes tendências tecnológicas – Blockchain, Metaverso e NFTs, além das oportunidades que podem ser geradas para atender a silver economy.
“Os números mostram que havia uma demanda reprimida do público. O comportamento entre os participantes de eventos em ambientes presenciais é bem diferente dos ambientes online. Costumo dizer que não tem pior ou melhor, mas são diferentes. Enquanto o online torna o evento acessível para qualquer pessoa no mundo com acesso à internet, o presencial aproxima as pessoas. O online dá a oportunidade para o participante “acompanhar” e o presencial faz com que o visitante “faça parte”. O que as empresas buscam em uma feira é a interação, o “olho no olho” com o seu cliente ou futuro cliente. Neste ponto, o presencial é imbatível quando as empresas querem apresentar seus produtos, projetos e voltar com a bagagem cheia de networking”, afirmou Flavio Horta, CEO do Digitalks.
O 2º dia do evento começou com o Special Track “O poder de controlar e aumentar suas chances de influência” com o estrategista de comunicação assertiva Ricardo Voz. Ele abordou como o método PPE (percepção, pertencimento e empoderamento) pode auxiliar a ter e reter a atenção das pessoas certas, conduzindo uma conversa de negociação, capaz de ampliar a possibilidade de vender muito melhor suas ideias, serviços e produtos.
Na sequência ocorreu um dos debates mais aguardados do dia, que reuniu no auditório Congress Fiamma Zarife, diretora-geral do Twitter Brasil; Claudia Woods, CEO da WeWork para a América Latina e Luis Meisler, vice-presidente executivo da Oracle América Latina, sob mediação de Marcelo Sousa, CEO da MarketData, para discutir “O foco dos CEOs nos próximos anos”.
“Difícil fazer previsões depois do que a gente passou. Com certeza foi a crise mais transformadora que tivemos. Mas, a previsibilidade nunca fez parte do dicionário dos executivos brasileiros, então estou com um otimismo cauteloso. Teremos eventos como a Copa do Mundo junto com a Black Friday, momento atípico, assim como as eleições, trazendo cenários de incerteza. De qualquer forma, diante de toda essa situação, os anunciantes estão focados em ROI e de onde todo esse retorno está vindo. Temos também a jornada do consumidor, que muda a cada crise. E o Twitter está atuando de forma consultiva para ajudar as marcas nesse sentido, para potencializá-las”, destacou Fiamma.
Para Luis, mais do que nunca as pessoas precisam fazer o que gostam e se manterem atualizadas. “A Oracle sempre foi formadora de talentos desde a base. Temos um programa de formação totalmente inclusivo. Formação de talento é tudo, queremos formar um mercado resiliente”, destacou. Segundo Claudia, da WeWork, as empresas, de forma geral, tinham um modelo de comando e controle muito forte, que foi alterado durante a pandemia. “Precisamos esquecer o modelo anterior e criar um verdadeiro canal de escuta para os colaboradores”, complementou.
Falar em inovação é tarefa complexa, mas, ao mesmo tempo, instigante. São muitos os pontos de transformação que o mundo enfrenta e uma coisa é certa: empresas que não aderirem ao digital estarão em desvantagem competitiva nos próximos anos.
Em algumas partes do mundo, a inovação se tornou o grande foco em negócios. Um exemplo é Israel, país que atualmente está no topo em relação a investimentos em tecnologia e criação de projetos inovadores. Mais de 10% dos unicórnios de todo o mundo estão em Israel e o país é o primeiro no mundo em recursos destinados para pesquisa e desenvolvimento: 5% do PIB.
Durante o Digitalks Expo, três empresas israelenses com atuação no Brasil participaram do painel “Inovação e oportunidades de negócios”, no auditório Innovation Experience. Amit Louzon, CEO da Ituran Brasil, disse que as empresas de Israel têm uma cultura de gestão natural. Colaboradores de todos os níveis hierárquicos têm autonomia para trazer ideias, e isso não é um privilégio do CEO.
“Hoje, o gerenciamento de dados é o grande desafio das empresas. Nosso objetivo é utilizar a análise dos dados para dar aos nossos clientes a oportunidade de prever a intenção dos consumidores. E a Inteligência Artificial é a chave para isso!“, afirmou Thiago Siqueira, diretor de Vendas da NICE.
Para José Luiz de Genova, diretor regional da Taboola, o brasileiro aprende com a cultura israelense a ter um senso de sonhar, sempre. “As empresas deste país prosperam com propósito. Definimos as estratégias de curto e médio prazo e, com esse dashboard em mente, atuamos para o avanço dos negócios”.
Outro ponto abordado pelos três painelistas é a velocidade com que a cultura israelense se adapta às inovações, sempre com um olhar de futuro. “A NICE, por exemplo, se antecipa às necessidades de empresas, consumidores e colaboradores no que tange às relações, de forma a criar experiências e jornadas fluídas. E satisfação se reflete em fidelização, algo extremamente importante nos dias de hoje”, enfatizou Siqueira.
No painel “Tendências em Marketing com os CMOs do Brasil”, no auditório Congress, Fernanda Magalhães Schmid, diretora de Marketing do Mercado Livre, defendeu que o digital precisa de especialização em algumas áreas. “Não está mais claro quem é o parceiro e quem é o competidor. Para mim, essa é a grande tendência para os próximos anos”.
Marcelo Trevisani, CMO da IBM Brasil, alertou que muitas empresas não estão fazendo o básico do marketing digital. “Precisamos fortalecer esse âmbito básico do nosso setor. Só assim, conseguiremos manter a transparência com o nosso consumidor.”
Sobre CX, os palestrantes focaram na importância de entender cada parte dos processos, seus pontos fortes e as dores do seu cliente. “Hoje, 70% das empresas brasileiras não conseguem trabalhar bem com seus dados. A experiência é importante, mas a relevância que a sua empresa tem para o seu público, o seu cliente, é ainda maior”, ressaltou Trevisani.
Segundo a diretora do Mercado Livre, os conteúdos mais rápidos estão em alta diante de um consumidor instantâneo. “Temos que incentivar os usuários a utilizarem os vídeos a favor de suas marcas. Essa é uma tendência que veio para ficar e só tende a aumentar”, acrescentou Fernanda Magalhães.
Tomas Trojan, COO da Cadastra; Gabriel Souza, head de marketing da Nexcore; Leonardo Paz, CEO do Imovelweb; Rebeca Oliveira, partner sucess manager da Monday com e Pedro Ivo Martins, sócio-diretor da Dito, discutiram no painel “Jornadas omnichannel: como se destacar no encontro do físico com o online?” a importância da estratégia para nos tempos atuais.
Segundo Gabriel, para se tornar uma empresa omnichannel, é preciso começar “dentro de casa”, buscando as melhores tecnologias, atitude que precisa partir da liderança. “Omnichannel sem tecnologia não existe, é um casamento eterno. Porém, é importante ressaltar que as ferramentas tecnológicas escolhidas precisam entregar as necessidades do negócio. Se não puder ser omnichannel, pelo menos crie invista nas melhores estratégias para atender o seu cliente”, afirmou.
Para Pedro, não investir na omnicanalidade é perder o principal ativo do negócio: o cliente. “Quando não somos tratados como únicos, tendemos a não comprar. Uma pesquisa recente da McKinsey mostrou que apenas 2% das empresas no Brasil têm uma visão 360º do consumidor com base em dados. Qualquer coisa que fizermos para tratar o cliente como único, com base em suas informações, já fará uma diferença para ele”, disse.
A jornada omnichannel também foi abordada dentro do mercado imobiliário. Leonardo Paz comentou que a própria pandemia ajudou a digitalizar o setor, mas que o contato físico ainda existe no momento das visitas ao imóvel. “Temos toda uma jornada digital no portal, que auxilia o usuário a chegar mais preparado na hora do encontro presencial com o corretor”. O CEO do Imovelweb também reforçou a importância de investir no omnichannel, nem que seja aos poucos. “Se o mercado imobiliário conseguiu ser mais digital, qualquer indústria no país também pode”, complementou.
Rebeca ressaltou que, mesmo com o trabalho remoto, todos na empresa devem estar conectados e o cliente deve receber o maior nível de transparência possível. “Oferecer boas jornadas e experiências digitais para os colaboradores e consumidores é muito importante e devem ser perpetuadas cada vez mais nos próximos anos”.
De acordo com Tomás, o omnichannel é fundamental para que os negócios prosperem. “É muito mais sobre pessoas do que sobre canais. Os desafios de centralização de dados são estruturais, envolvem todas as esferas de uma empresa. Temos que buscar formas de centralizá-los para que possamos enxergar as jornadas completas dos nossos consumidores, independente do canal”, complementou Tomás Trojan, da Cadastra.
Na palestra “Investidores e fintechs: os riscos e oportunidades para os dois lados do balcão”, João Bezerra Leite, líder de investimentos em fintechs da Bossanova, moderou um debate com especialistas de investimentos e pontuou que as fintechs estão moldando uma nova cadeia, juntamente com os investidores.
Para Fernando Nunes, CMO e cofundador da Transfeera, a conversa com o investidor está diferente e saudável, após certa dificuldade no início. “Evoluímos muito com a nossa equipe interna e na transparência com o nosso cliente”. Este movimento também é reiterado por Alexandre Liuzzi, da Remessa Online. “O mercado hoje está mais positivo e mais seletivo. Bons negócios ainda vão virar grandes oportunidades e ganhos de lucros. Vejo investidores mais ativos analisando – de forma mais firme – os acontecimentos dos últimos anos para uma melhor expectativa em 2023”, afirmou. Alexandre também alertou que grandes players e as fintechs vão ampliar o portfólio, seja por parceria ou via investidores.
Segundo Priscila Debres, fundadora e CEO do Lidia Bank, grandes problemas podem se tornar oportunidades. “Estamos em um momento com grandes problemas no Brasil, ou seja, muitas oportunidades para a monetização das fintechs. Temos que focar no cliente e na geração de soluções para eles”, afirmou.
Claudia Rosa, mentora e investidora-anjo do Ela Investe, acrescentou que o momento atual é bom para as empresas que estão com muitas ideias no papel. “A nossa função é acreditar nas ideias e incentivar os investidores a agregar e apoiar as fintechs.”
No painel “Investimento — Como entrar no mundo cripto, diversificar o portfólio e sobreviver à volatilidade”, a jornalista Claudia Mancini, fundadora e editora do Blocknews, fomentou o debate com a presença de Alexandre Ludolf, CIO da QR Asset; Guto Antunes, vice-presidente institucional da Crypto.com na América Latina; Pedro Kunzler, head de Estratégia Comercial da XTAGE e Thales Freitas, CEO da Bitso.
“Os projetos mais novos não são tudo o que imaginamos, pois eles têm muitos problemas, são mais fáceis de serem hackeados e bloqueados. Nesses casos, o bitcoin, que é considerado um investimento mais tedioso por não ter muito o que fazer, se torna o mais seguro”, afirmou Alexandre Ludolf. Para Pedro, da XTAGE, “comprar criptomoeda está mais fácil do que comprar uma ação. Creio que isso estará cada vez mais à disposição de todos.”
O mercado de ETFs no Brasil é fomentado pelo varejo, o que não acontece tanto lá fora. “Pela primeira vez, observamos investidores institucionais crescendo no País. Podemos atrelar esse fenômeno à entrada das gerações mais novas e digitalizadas aos cargos de liderança de grandes instituições”, pontuou o CIO da QR Asset.
“Como pulverização de investimento, defendo a ideia de conversar com o cliente sobre teses de investimentos, suas carteiras e proteção através de stablecoins, que geralmente têm seus valores ancorados em ativos mais estáveis como dólar e ouro”, disse Guto, da Crypto.com.
A stablecoin é um tipo de criptoativo com baixa volatilidade. Isso significa que o preço dela não varia muito ao longo do tempo, diferentemente do que acontece com o bitcoin e outras moedas digitais.
Dudu Godoy e Renato Opice Blum, respectivamente presidente do Sinapro e chairman da Opice Blum, se reuniram na tarde do segundo dia de evento para discutir as redes sociais e os direitos de marca, sob a mediação da estrategista de carreiras Carolina Okubo, empresária influenciadora, que tem todo o seu negócio no meio digital. O trio abordou a aceleração das leis para o meio e o significado de liberdade de expressão, que vai muito além de falar o que se pensa. “Existem leis e regras para todos, mesmo nas redes. Liberdade de expressão não é liberdade de agressão e fake news. Isso significa que o que eu falo gera consequências, inclusive pode levar a uma ação judicial”, explicou Opice Blum.
Para Dudu a autorregulamentação é a chave para saber até onde podemos chegar. Além disso, existem as leis que têm avançado muito, como é o caso da LGPD. “Embora os dados sejam a essência de várias empresas, de muitos segmentos, precisamos entender que existem regras”, acrescentou Renato.
Para finalizar, eles comentaram que os recursos das redes sociais estão superando os canais tradicionais das marcas, especialmente quando o assunto é solucionar problemas. “As redes sociais são o maior polo de comunicação que ressignificaram e ampliaram ainda mais a democracia e a liberdade de expressão. No entanto, a monetização causou uma certa profissionalização e a espontaneidade dos conteúdos se perdeu”, complementou Opice Blum.
Ainda este ano, o Digitalks produzirá mais três eventos da série Executive. O primeiro deles será dia 20 de setembro e tem como tema Retail & E-commerce. O evento é presencial (com vagas limitadas) e online. O Digitalks Executive é uma série de 5 eventos voltados aos principais líderes executivos de organizações, C-Levels e decisores de Marketing, com foco em inovação e impactos da Economia Digital nas corporações.
Os eventos são separados por macro temas chaves e atuais que permeiam o universo executivo e visam a transformação de líderes para o novo ambiente corporativo baseado na Economia Digital. No primeiro semestre aconteceram os eventos de Martech e Digital World & New Economy. Agora, acontecerão Retail & E-commerce (20 de setembro), Tech & Data (18 de outubro) e Metaverse & Innovation (08 de novembro).
O Digitalks Expo já tem data confirmada para 2023 – será nos dias 23 e 24 de agosto, no São Paulo Expo.
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