A DroneShow, que aconteceu na última semana, entre os dias 15 e 17 de maio, no Centro Frei Caneca, em São Paulo, reuniu os maiores players do mercado de drones do Brasil, se consolidado como a maior feira do setor na América latina e uma das maiores do mundo. Durante três dias, os 3,5 mil visitantes que passaram pelos corredores do evento puderam conferir os grandes lançamentos e novidades do mercado, além de conhecer as recentes tendências e funcionalidades dos drones. Foram 52 expositores e 90 marcas participando do evento. E a próxima DroneShow já tem data marcada: de 25 a 27 de junho de 2019.
A DroneShow deste ano aconteceu em um momento bastante rentável para o mercado de drones no país. A organização do evento compilou dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) e aplicou um questionário com várias empresas que existem hoje no setor no Brasil. Como resultado, dados inéditos foram revelados: o mercado movimentou ano passado cerca de R$ 300 milhões e a expectativa para este ano é de um aumento de 30%. Segundo o levantamento, existem hoje no Brasil 2 mil empresas e 34 mil pessoas físicas cadastradas. São 38,4 mil drones registrados na Anac e, desse total, 35% são usados para uso profissional e o restante para uso recreacional. A estimativa é que 12 mil profissionais estejam trabalhando diretamente no setor.
De acordo com Emerson Granemann, diretor geral da DroneShow, tanto a feira focada no mercado de drones, quanto a MundoGEO#Connect, a maior e mais importante conferência e feira do setor geoespacial que acontece em conjunto, cumpriram com a sua missão. “As feiras DroneShow e MundoGEO#Connect apresentaram soluções e produtos alinhados à indústria 4.0, como sensores de vários tipos embarcados em satélites, aviões tripulados, carros, drones e estações fixas. Realidade virtual, tecnologia embarcada e softwares inteligentes completaram a feira junto com empresas prestadoras de serviços e startups. Nas dezenas de atividades, como cursos, palestras e debates, foram apresentados resultados, tendências e uma avaliação da cadeia produtiva do setor junto às agências reguladoras sobre a atual legislação. Ficamos bastante satisfeitos com o resultado obtido e em 2019 continuaremos seguindo a mesma tendência de integrar os dois mundos: geo e drones”, avalia.
Estivemos presentes no evento, pudemos conferir de perto os principais lançamentos e ainda entrevistar Emerson Granemann, que nos falou um pouco sobre a feira e o mercado de drones no Brasil. Confira o vídeo com a entrevista completa abaixo:
Expositores
Este ano, a DroneShow contou com a participação de 52 expositores nacionais e internacionais – entre fabricantes, importadores e prestadores de serviço –, um crescimento de 20% em relação ao ano anterior. Segundo o diretor geral do evento, além disso todos foram unânimes em confirmar uma qualificação do público visitante em relação as edições anteriores. “Um dos diferenciais da DroneShow é que ela atrai pessoas interessadas em fazer negócios e conhecer as tendências do mercado de drones. Tivemos a presença de um público qualificado, 35% do setor público, 65% do privado, sendo 57% dirigentes e 43% especialistas, que vieram conhecer o que há de mais moderno e que é possível utilizar em seus negócios. Uma das grandes satisfações dos expositores está nisso”, garante o diretor geral do evento.
A maioria do público foi da região Sudeste (65%), seguido da região Sul (15%), Centro-Oeste (10%), Nordeste (7%) e Norte (3%). As áreas de maior interesse do evento foram: Gestão Pública (20%), Mapeamento (12%), Meio ambiente e Recursos Naturais (7%), Ensino e Pesquisa (8%), Agricultura e Florestal (11%), Infraestrutura (14%), Segurança e Defesa (4%), Imagens Profissionais (6%) e Outros (18%). Ao longo dos três dias, foram feitos muito lançamentos e realizados muitos negócios. A DroneShow também teve muito mais como: seminários, cursos e debates. Ao todo foram 35 atividades e 170 horas de programação.
Depoimentos dos Expositores
“Essa foi a minha primeira participação na DroneShow e posso dizer que nosso objetivo foi alcançado. Além de expor novas tecnologias, pude também conhecer o que está acontecendo no mercado de drones. Percebi que o público é diferenciado, qualificado e vem para a feira com o objetivo de fechar negócios. Estou muito satisfeito”. Samuel Salomão, fundador da SMX Systems
“A nossa empresa tem dois anos e desde o ano passado já gostaríamos de participar da DroneShow. Tínhamos grande expectativa em relação à feira e agora deu para ter um estande. Ficamos muito satisfeito com tudo que vimos. Tivemos resultados melhores do que esperávamos, pois aqui mesmo, no ambiente feira, conseguimos vender nossos produtos. Além disso, já temos contatos para novos negócios e tenho certeza que essa participação renderá bons frutos”. Gabriel Moresco, sócio da Geopantanal
“Nossa primeira participação foi bastante vitoriosa, superou as nossas expectativas. Aqui pudemos conversar com representantes de grandes empresas, como Petrobras, Ibama, Engemap e Fototerra, por exemplo, todas interessadas em nossas tecnologias. São parcerias que começaram dentro da DroneShow e que se estenderão para os negócios. Ficamos muito felizes com o retorno e ano que vem certamente estaremos aqui novamente”. Aimoré Dias, diretor da Hawk Geotechnology
“A DroneShow é nossa principal referência como feira de tecnologia. Ela dita tendências, e reúne púbico super qualificado, essencial para fortalecer a nossa marca e gerar novos negócios aqui mesmo e no curto prazo.” – Fabricio Hertz – diretor da Hórus
Confira as principais novidades
Drone com Reconhecimento Facial
A Black Bee Drones, formada por estudantes da Universidade Federal de Itajubá, chamou a atenção dos visitantes da DroneShow com um drone que faz reconhecimento facial. Com um aparelho autônomo de filmagem é possível aplicar essa solução utilizando um algoritmo para focar em uma pessoa específica. O público também viu uma forma alternativa para controlar o drone: a aplicação de resposta a estímulos sonoros. Como os drones estão cada vez mais equipados, o sistema de prevenção de colisão revelou que, alguns aparelhos como o Phantom 4 e o Mavic Pro, ao voar para a frente contra a parede, por exemplo, ele deverá, de forma autônoma, recuar e evitar a colisão.
O Drone de 100 mil Reais
Você sabia que um drone pode chegar a mais de US$ 100 mil? É o que mostra a empresa Dahua Technology.
Dependendo da tecnologia acoplada a ele, o valor pode ser bem maior. Esse tipo de equipamento pode ter várias aplicações: resgate de emergência, prevenção a fogo em florestas, bases navais, patrulha florestal, reconhecimento facial, supervisão de trânsito, energia eólica, segurança e muito mais.
Drone de Entregas
Com o objetivo de entregar medicamentos, a empresa SMX desenvolveu um drone para delivery. Para isso, utiliza um hexacóptero e um programa desenvolvidos pela marca nacional SMX Systems. A promessa é que o aparelho e a carga sobrevoem uma rota de 500 metros com velocidade máxima de até 32 km/h. A altitude deve ser de 15 metros. Para fazer a entrega dos medicamentos, a SMX utiliza o drone SMX-DLV-1 com um software instalado para receber as coordenadas de origem e destino do delivery. Logo após decolar com a rota pré-programada, a empresa responsável pela simulação afirma que é possível monitorar todo o trajeto em tempo real com a ajuda de uma câmera acoplada no equipamento. De acordo com a SMX Systems, a tecnologia que será usada na primeira simulação oficial pode ser útil em áreas de risco ou de difícil acesso. É possível ainda auxiliar na área da saúde com entregas de emergência em hospitais e regiões distantes.
Drones de Asa Fixa
A Xmobots apresentou seus modelos sem hélices: o Arator 5B, ao Echar 20D e ao maior modelo de todos, o Nauru 500B. A diferença básica entre eles é, além do tamanho, está na autonomia de voo, na maneira como são movidos e no sistema de decolagem e pouso. O menor deles, o Arator, decola diretamente das mãos do usuário e pode funcionar por 1 hora a 1 hora e 20 minutos. O Echar chega a ter autonomia de voo de 2,5 a 3 horas e decola com o auxílio de um estilingue, que o arremessa como em uma catapulta. Também foi destaque o mestre em mapeamento agrícola oferecido pela Xmobots: o Nauru, que se parece com uma miniatura de avião e também decola por meio de catapulta, retornando ao solo usando paraquedas. Ele possui uma autonomia impressionante de até 10 horas e motor de combustão, ao contrário dos outros dois modelos. Todos eles possuem câmeras de última geração e uma precisão de poucos centímetros.
Resgate na Água
A Guarda Civil de São Paulo mostrou durante a DroneShow um equipamento criado pela empresa gaúcha SkyDrones: um drone com sistema de resgate SARtube (com boia auto inflável e software de aproximação e lançamento automáticos). O equipamento já foi testado na Represa Guarapiranga durante o lançamento da Operação de salvamento com drones no socorro às vítimas de afogamento. Ao identificar uma vítima de afogamento, os equipamentos de drones com boias salva-vidas acopladas, são direcionados até o local onde a vítima se encontra e, dessa forma, é acionado o dispositivo que solta o sistema de boias sobre a água para auxiliar no primeiro socorro à pessoa no momento do afogamento até a chegada do resgate. O O sistema utilizado é o SARtube (do inglês Search and Rescue – busca e salvamento), que pode ser acoplado a diversos tipos de drones e consiste de lançador e boia auto inflável, além do software pelo qual o aparelho se posiciona e lança automaticamente a boia, depois que o operador toca sobre a imagem da vítima no visor de seu controle. A boia infla logo que toca na água e serve de suporte para a vítima enquanto a equipe de resgate está a caminho. A principal vantagem é que a tecnologia pode ser instalada em drones menores e de baixo custo – no caso dos bombeiros brasileiros, modelos Phanton, da chinesa DJI.