[DroneShow 2019] Principais Novidades e Entrevista com Emerson Zanon Granemann

Aconteceu na última semana, entre os dias 25 e 27 de junho, em São Paulo, a quinta edição da DroneShow, feira voltada para o mercado de drones, aeronaves não tripuladas e geotecnologia no Brasil.

Neste ano, o evento contou com amostra tecnológica, dez seminários, fóruns e 19 cursos, além de eventos especiais e arenas com atividades. Entre os destaques tivemos o primeiro drone híbrido brasileiro, o Nauru 500C, da XMobots, lançamento de novas funcionalidades da Mappa, uma plataforma on-line de processamento de imagens com drones da Horus; e a apresentação do DJI Terra, uma nova ferramenta de software capaz de transformar dados de drones em modelos em 3D digitais e em mapas para facilitar análises e tomada de decisões.

Estive presente no evento, onde pude conferir de perto os principais lançamentos e ainda entrevistar Emerson Zanon Granemann, fundador da MundoGEO, especialista em drones e idealizador da DroneShow, que nos falou um pouco sobre a feira e o mercado de drones no Brasil. Confira o vídeo com a entrevista completa abaixo:

[DroneShow 2019] Principais Novidades e Entrevista com Emerson Zanon Granemann

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Mercado de Drones no Brasil

Os setores de drone e geotecnologia movimentam juntos R$ 1,5 bilhões com a geração de mais de 100 mil empregos, sendo 70 mil no setor de geotecnologias e 30 mil no setor de drones. Estima-se que tenhamos hoje mais de 100 mil drones voando no Brasil, sendo que 70 mil estão cadastrados na ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), e destes, 35% estão registrados para uso profissional. Dados da Frost & Sullivan apontam um crescimento anual mundial do mercado de 33% até 2020, com destaque para África e América Latina, que devem apresentar um crescimento ainda maior.

DronwShow 2019

Promovida pela MundoGEO, a DroneShow é hoje um dos maiores eventos de drones do mundo, reunindo expositores nacionais e internacionais do segmento, fabricantes, importadores e prestadores de serviço. Em paralelo à feira acontecem cursos, seminários e debates sobre legislação, empreendedorismo, uso de drones na agricultura, inspeção de obras, segurança, filmagens profissionais, topografia e mapeamento.

Em 2019 a DroneShow contou com amostra tecnológica com 80 expositores, dez seminários, fóruns e 19 cursos, com 200 palestrantes e mais de 240 horas de conteúdo, além de eventos especiais e arenas com atividades.

O tema principal desta DroneShow foi Drones e Geotecnologias na Indústria 4.0, por isso, incorporou em seu conteúdo palestras e debates sobre tecnologias disruptiva como Big Data, Inteligência Artificial, Internet das Coisas, Machine Learning, Realidade Virtual e Aumentada e Tecnologia Autônoma.

Um dos grandes destaques da feira foi a presença da Black Bee Drones, um dos Projetos Acadêmicos de Competição Tecnológica da Universidade Federal de Itajubá (Unifei). A equipe, que visa estimular o desenvolvimento de tecnologias úteis para solucionar problemas do cotidiano com o uso de um drone, conquistou o primeiro lugar na International Micro Air Vehicle Competition and Conference (IMAV) 2018, realizada na Austrália, em 2018.

Durante os três dias da DroneShow eles realizaram algumas aplicações que são típicas da competição mundial e outros desafios que podem ser facilmente adaptados para situações do dia a dia. Entre as demonstrações: os drones para reconhecimento facial e de objetos. Estes são os mais comuns na resolução de problemas cotidianos, por exemplo, para identificar criminosos e durante perseguições de automóvel ou na fiscalização para controle do tráfego.

“A aplicação para objetos funciona por meio de postos-chave na imagem capturada pelo drone e comparadas com o objeto em questão. Caso haja reconhecimento, o drone executa um movimento de acordo com a posição deste objeto na imagem. Já os equipamentos para reconhecimento facial funcionam como o anterior, porém ao invés de seguir um objeto previamente especificado é programado para captar o rosto mais próximo detectado”, explica o engenheiro de hardware, Wanderson Andrade, capitão da equipe.

O grupo também apresentou o projeto “Corda”, um algoritmo desenvolvido para o IMAV 2018, onde o drone deve “seguir” uma corda alocada no chão formando um caminho. O equipamento percorre esse caminho autonomamente, indicando o melhor percurso a ser seguido no trajeto. O público também poderá ver uma forma alternativa para controlar o drone: a aplicação de resposta a estímulos sonoros.

“Nesse caso, o computador de solo, onde está rodando o sistema, identifica uma frequência específica que dispara algum comando para o drone. Essa aplicação também pode ser usada com drones de segurança que executam uma missão após o sistema identificar o som de um alarme, por exemplo”, detalha.

A XMobots lançou e demonstrou o primeiro drone híbrido brasileiro, o Nauru 500C, que promete revolucionar a coleta de dados em grandes áreas agrícolas e ambientais, entre outras. Desenvolvido sob demanda para o setor de celulose, que na época da estiagem sofre grandes prejuízos causados por incêndios florestais, o equipamento que pesa 25 quilos possui autonomia de 4 horas de voo, podendo percorrer distâncias num raio máximo de 60 quilômetros e mapear até 16.000 hectares em um único voo.   O Nauru 500C é considerado híbrido por incorporar a tecnologia VTOL (Vertical Take-Off and Landing) em seu sistema de pouso e decolagem, ou seja, decola e pousa na vertical e ao atingir a altura de 80 metros assume as características de voo linear de um VANT de asa fixa. Além disso, vem equipado com um sistema de sensores estabilizados que podem transmitir, em tempo real, vídeo HD nos espectros visível e termal para a tela da estação de controle monitorada pelo operador.

Outra novidade foi apresentada pela Santiago e Cintra Geotecnologias, que lançou na feira o eBee X, um novo VANT de asa fixa da senseFly. O equipamento é completo para mapeamento de áreas, ampla cobertura, reconstruções 3D, alta qualidade de imagens, criação de mapas térmicos e segurança na coleta de dados.  O eBee X vem com novas travas nas asas que garantem maior segurança de voo, graças a tecnologia Endurance Extension e possui autonomia de 1h30min de voo, além da exclusiva câmera S.O.D.A. 3D, permitindo maior precisão e alta tecnologia.  Além disso, a marca também apresenta a linha completa Pix4D, o software de processamento de imagens de drones mais utilizado do mercado e distribuído com exclusividade. Serão apresentados os módulos Pix4DMapper, Pix4DFields e Pix4DBIM.

Também exposto na DroneShow 2019, o Spirit AirCraft é uma aeronave 100% nacional com um dos melhores custo-benefício do mercado. Construído sob rigorosos padrões de qualidade, o equipamento apresenta as mais modernas técnicas de construção disponíveis, peças em extrusão 3D, estruturas em fibra de carbono e revestido em chapas de polipropileno alveolar.  Entre os diferenciais estão os dispositivos de segurança para impacto, sistema de eliminação do VORTEX nas asas, Airspeed com sensor Digital sem tubos, Asas Bipartidas para facilitar o transporte acomodado em um case ultra resistente, entre outros. Com ele é possível voar por 50 minutos, podendo ser usado na agricultura, topografia e mineração.

A DJI, uma das mais populares marcas de drones também marcou presença no evento, não só com os diversos modelos expostos em vários estandes, atendendo uma infinidade de soluções, mas destacando-se com uma nova ferramenta de software capaz de transformar dados de drones em modelos em 3D digitais e em mapas para facilitar análises e tomada de decisões. O DJI Terra permite que as empresas e organizações utilizem a tecnologia para capturar, visualizar e analisar imagens aéreas em uma vasta gama de aplicações, como em segurança pública, construção civil, infraestrutura, agricultura e cinematografia.

Com capacidade de mapeamento em tempo real, o DJI Terra permite que pilotos de drones gerem mapas ortomosaicos em 2D rapidamente conforme o drone voa, sendo ideal para missões com tempo limitado nas quais percepção situacional é fundamental e decisões devem ser tomadas em minutos.  Além da criação de mapas e modelos, o DJI Terra auxilia usuários na análise de dados e na obtenção de informações instantâneas com ferramentas de análise de fácil uso, concedendo uma variedade de medidas, como distância linear, área da superfície e estimativas volumétricas.

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