[Entrevista] Universal Robots: Cobots ganham espaço nas empresas

Durante o Looqday 2023, evento de tecnologia e inovação que aconteceu em São Paulo no final de agosto, uma das coisas que mais chamou a atenção do público era um cobot da Universal Robots que faz dedicatórias em livros.

O cobot, chamado de UR5e, é um robô colaborativo que é projetado para ser seguro e fácil de usar. Ele é equipado com uma caneta e um suporte para livros, e pode escrever dedicatórias personalizadas em livros de qualquer tamanho.

Benefícios dos cobots para as empresas

Os cobots são uma tecnologia que está ganhando cada vez mais espaço no mundo corporativo. Eles oferecem uma série de benefícios para as empresas, incluindo:

  • Aumento da produtividade: Os cobots podem realizar tarefas repetitivas e perigosas, liberando os funcionários para se concentrarem em atividades mais estratégicas.
  • Melhoria da segurança: Os cobots são projetados para serem seguros, evitando acidentes e lesões.
  • Redução de custos: Os cobots podem ajudar as empresas a economizar dinheiro em custos de mão de obra e treinamento.

O crescimento do interesse por cobots é impulsionado por uma série de fatores, incluindo a crescente demanda por automação, a diminuição do custo dos cobots e a crescente conscientização sobre os benefícios da segurança.

Desafios para a adoção de cobots

Apesar dos benefícios dos cobots, ainda existem alguns desafios para a sua adoção. Um desses desafios é a falta de conhecimento e treinamento sobre a tecnologia. Outro desafio é a necessidade de adaptar os processos e a infraestrutura das empresas para a utilização dos cobots.

Bruno Zabeu, Gerente de Desenvolvimento de Negócios da Universal Robots na América do Sul

A Universal Robots é uma fornecedora líder de robôs colaborativos (cobots) usados em uma ampla gama de indústrias e na educação. Fundada em 2005 e com sede em Odense, Dinamarca, a companhia visa criar um mundo onde as pessoas trabalhem com robôs, não como robôs. Sua missão é simples: automação para qualquer pessoa, em qualquer lugar. Desde a introdução do primeiro cobot comercialmente viável em 2008, a Universal Robots desenvolveu um portfólio de produtos que refletem uma variedade de alcances e já vendeu mais de 75.000 cobots em todo o mundo. Um extenso ecossistema cresceu em torno da tecnologia cobot da empresa, criando inovação, escolha para os clientes e uma gama de componentes, kits e soluções para atender cada aplicação.

Tive a oportunidade de entrevista Bruno Zabeu, Gerente de Desenvolvimento de Negócios da Universal Robots na América do Sul, que falou um pouco mais sobre o cobot que estava no evento e e também aborda os benefícios dos cobots para as empresas e o seu futuro.

Entrevista com Bruno Zabeu, Gerente de Desenvolvimento de Negócios da Universal Robots na América do Sul

ACT: Sobre o cobot que estava no evento Looqday, como ele funciona?

Bruno Zabeu: Foi criado um prompt de ChatGPT para gerar textos com o contexto do evento. O nome do convidado é o input e o promp gera uma mensagem customizada. Um segundo algoritmo feito em mathematica (treinamento de várias letras cursivas individuais do autor) e um terceiro algoritmo utilizado para unir cada letra, convertem perfeitamente na caligrafia do autor para que o cobot replique a mensagem igual o autor a faria.

ACT: Quais são suas principais características?

Bruno Zabeu: É um robô colaborativo com visual moderno. Desenvolvimento de ferramenta com design prático e movimentação suave com máximo de destreza, visando a maior naturalidade possível.

ACT: Quais as outras aplicações possíveis para um braço robótico como este, além de escrever dedicatórias?

Bruno Zabeu: Existem inúmeras aplicações para cobots e, honestamente, acredito que ainda existam muitas a serem criadas. Nossa missão é tornar automação acessível a todos através de uma plataforma robótica com interface mais simples e segura. Na indústria de alimentos e bebidas temos aplicação de encaixotamento e paletização. Na indústria automotiva, temos aplicação de adesivos/colas, parafusamento, inspeção visual. Na indústria de eletrônicos temos testes de equipamentos, inspeção funcional, manipulações. Temos hoje aplicação em todos os segmentos industriais, inclusive aqui no Brasil. E podemos ir além… Cada vez mais vemos aplicações fora da indústria utilizando nossos cobots pela sua facilidade. Temos aplicações em serviços como cobots que servem algo ou customizam algo para o cliente. Na França existe uma pizzaria que utiliza 3 cobots para prepararem a pizza exatamente do jeito customizado do cliente em exatos 13 minutos. Na televisão temos cobots manipulando câmeras e facilitando o trabalho da equipe. Na educação temos uma grande frota para preparar a força de trabalho futura por meio de atividades interativas e divertidas. Temos cobots que fazem manutenção em linha viva de alta tensão (operador fica dentro do caminhão com óculos de realidade virtual operando dois cobots na plataforma via garras hapticas). Existem inúmeras aplicações e, como comentei, muitas mais estão por vir.

ACT: Poderia explicar o que são cobots e como eles funcionam?

Bruno Zabeu: Cobots ou robôs colaborativos são robôs mais leves e flexíveis (podendo fazer diferentes tipos de tarefas) e que foram feitos para trabalharem ao lado das pessoas (colaboração), exercendo atividades monótonas e repetitivas. Diferentes dos pesados robôs tradicionais, podem fazer funções que são de risco para os operadores e também trazem mais segurança no dia a dia pelo fato de não serem perigosos para os humanos. Por meio de uma plataforma podem ser facilmente programados.

ACT: Quais são os benefícios dos cobots para as empresas?

Bruno Zabeu: Os cobots, por permitirem o trabalho híbrido entre homens e máquinas, geram mais produtividade nas linhas de produção, ou seja, mais rapidez no desenvolvimento de produtos, menor chance de erros, entre outros. Além disso, como são leves e podem ser facilmente programados, são deslocados dentro de uma empresa de maneira prática para fazer diversos tipos de tarefas. Um único cobot pode fazer diferentes ações. Além do fato da segurança, é importante ressaltar que os robôs colaborativos contribuem para o lado social das companhias, ao tirarem colaboradores de tarefas perigosas ou que são subutilizados, permitindo que operadores migrem para funções em que podem ser mais estratégicos.

ACT: Como os cobots estão se tornando uma tendência?

Bruno Zabeu: Em todo o mundo e em diferentes tipos de indústrias os cobots já estão sendo utilizados por conta dos diversos benefícios que trazem. No cenário atual que é altamente competitivo, cada vez mais as empresas querem rapidez e qualidade, e os cobots são um caminho de sucesso para isso. Além do mais, a segurança dos colaboradores tem se tornado algo cada vez mais relevante e por isso, os cobots estão crescendo no mercado. O trabalho híbrido também é uma tendência, o que garante ainda mais espaço para o crescimento da tecnologia cobot.

ACT: Quais são os desafios para a adoção de cobots?

Bruno Zabeu: Os cobots estão saindo de uma fase de Early-Adopters para Early Majority e isso impacta na forma como o mercado enxerga este tipo de solução (agora há mais clareza que é uma tecnologia que veio para contribuir em diversos aspectos). O grande desafio para adoção da tecnologia é modelar o Business Case para que haja maior precisão no cálculo de Payback e ROI das soluções. Nós estamos criando um mundo no qual as pessoas trabalhem COM robôs e não COMO robôs. Ao longo de toda histórica da robotização, os modelos de cálculo levavam em consideração redução de headcount e a análise era feita entre uma operação automatizada vs manual. Nós abordamos, muitas vezes, o modelo híbrido e, portanto, a conta é outra. Temos estudos científicos e casos de sucesso (inclusive no Brasil) que mostram que homem+máquina é muito mais produtivo do que um ou outro. Além desta questão, julgo que as incertezas políticas e alto custo do capital agregam um fator de risco que o empresário coloca na balança no momento de implantar alguma inovação.

ACT: Qual é o futuro dos cobots?

Bruno Zabeu: EMPOLGANTE. Estamos falando de uma tecnologia que começou a surgir na indústria em 2008 e vem crescendo de forma exponencial e com aplicações cada vez mais fora da caixa. Vendo não só como os cobots estão evoluindo, mas também todas as tecnologias periféricas a eles (ferramentas, câmeras, acessórios, etc), cada vez mais teremos sistemas mais completos, mais simples de operar e mais flexíveis, e a criatividade humana vai colocar na prática projetos de forma muito mais rápida e eficiente. É simplesmente empolgante ver inovações que acontecem, inclusive aqui no Brasil (temos um cliente que desenvolveu sua própria solução inovadora com uso de nossos cobots e a patenteou).


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