A Lenovo, em parceria com o Instituto do Coração – InCor HCFMUSP – maior hospital especializado em cardiologia da América Latina –, anunciam o lançamento do TRAdA (Telemonitoramento Remoto Assistido de Arritmia), uma plataforma inovadora que auxilia na identificação de eventos de arritmia, que conta com o poder da inteligência artificial em um dispositivo IoT vestível para monitoramento cardíaco em tempo real.
No Brasil, mais de 20 milhões de brasileiros sofrem de algum tipo de arritmia cardíaca, doença responsável por mais de 320 mil mortes súbitas todos os anos no país, segundo dados da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC), o que torna o monitoramento eficaz e a intervenção precoce extremamente importantes. Por meio de um dispositivo vestível, discreto e confortável, o TRAdA monitora continuamente os batimentos cardíacos e os sinais elétricos do coração, e usa algoritmos avançados de IA para identificar potenciais eventos de arritmia em tempo real. Durante o telemonitoramento, alertas importantes são enviados para um painel de monitoramento designado, permitindo que profissionais de saúde que estão acompanhando o paciente tenham uma visão geral e possam intervir rapidamente com eficiência.
Validado tecnologicamente dentro do InCor por meio de 3 fases clínicas de desenvolvimento, somando 253 participantes, o TRAdA se mostrou uma solução tecnológica bastante completa e inovadora quando pensamos em monitoramento e cuidado remoto ao paciente. Na fase 3 do projeto, foi realizado uma prova de conceito para testar a solução em 51 pacientes no pós-operatório de cirurgia cardiovascular, buscando identificar a ocorrência de arritmias quando o paciente estivesse em seu ambiente domiciliar. Novamente, o TRAdA comprovou sua eficácia, identificando episódios de arritmia e gerando alertas que permitiram o diagnóstico preciso e tratamento adequado.
O período crítico de 72 horas após a alta hospitalar, identificado pela pesquisa cardíaca brasileira, é particularmente vulnerável as complicações, e a solução da Lenovo oferece um suporte fundamental durante essa janela. “Enxergamos oportunidade em um mercado significativo e inexplorado no Brasil ao prover uma solução de gerenciamento de risco de arritmia mais econômica e eficiente. Acreditamos que essa abordagem inovadora não somente contribuirá para salvar vidas, como também otimizará os recursos do sistema de saúde, ajudando a reduzir custos e elevar a qualidade do atendimento”, explica Ricardo Bloj, presidente da Lenovo Brasil.
Por meio do comprometimento da companhia com o rigor científico, a inovação tecnológica e uma abordagem centrada no paciente, a Lenovo quer revolucionar a detecção e o tratamento de arritmia, salvando vidas e melhorando a qualidade de vida de milhões de pessoas em todo o mundo. “Após a validação bem-sucedida do mercado no Brasil, planejamos expandir nossa solução para novos mercados na América Latina nos próximos dois anos, garantindo que nosso sistema seja adaptado para os dados demográficos e o cenário regulatório específicos de cada região”, completa.
“A inovação na saúde não se dá apenas nas novas ideias, produtos e soluções, mas também de como podemos integrá-los na assistência aos pacientes e para vencermos os desafios presentes do engajamento deles na sua jornada de tratamento, como, por exemplo, o monitoramento remoto de alguns parâmetros fisiológicos que identifiquem possíveis quadros de arritmias. Se diagnosticados com mais rapidez esses eventos, então permitirão ações preventivas e corretivas precoces, no final resultando em maior segurança à saúde dos pacientes. Este é um dos grandes motivadores para essa parceria com a Lenovo – criar as pontes de colaboração que fomentarão a inovação sinergética”, comenta o pesquisador-líder do projeto TRAdA, Prof. Fabio B. Jatene, vice-presidente do InCor e coordenador do InovaInCor.
Vitória – 26 anos, sem histórico prévio de doenças cardiovasculares
Em fevereiro de 2024, durante a Fase 2 clínica do projeto TRAdA, a paciente foi telemonitorada por 7 dias e relatou espontaneamente o sintoma de “palpitação” através de um aplicativo para relato de sintomas. A equipe clínica, ao identificar uma correlação entre o sinal eletrocardiográfico registrado na plataforma e o relato do sintoma, realizou uma teleconsulta para avaliação. Após, foi identificado pela equipe médica que a paciente apresentava uma arritmia chamada taquicardia supraventricular, o que levou à indicação de um procedimento de ablação para correção da arritmia. Um mês após a intervenção, a paciente encontrava-se assintomática, sem novas queixas.
Adão – 56 anos, com comorbidades associadas, sem histórico de arritmia prévia
Após tratar uma insuficiência mitral no InCor e passar por uma cirurgia bem-sucedida em fevereiro de 2024, o paciente foi incluído no Projeto TRAdA, recebendo telemonitoramento domiciliar por 15 dias. Durante o telemonitoramento, ele relatou palpitações pelo aplicativo do estudo, levando a uma teleconsulta e posterior encaminhamento ao hospital, onde foi confirmada uma fibrilação atrial. O paciente precisou ser hospitalizado e durante essa internação, foi diagnosticado precocemente com tromboembolismo pulmonar (TEP), um quadro grave que pode estar relacionado à arritmia detectada. O telemonitoramento permitiu intervenção rápida e direcionada, destacando a importância dessa tecnologia no cuidado pós-cirúrgico.
Vera Lúcia – 64 anos, com comorbidades prévias e histórico de arritmia no pós-operatório imediato
A paciente foi internada no InCor para uma cirurgia cardiovascular e, durante o procedimento, sofreu uma parada cardíaca, sendo necessária reanimação. Próximo ao término da cirurgia, apresentou um bloqueio atrioventricular, que resultou em batimentos cardíacos lentos e irregulares, exigindo o uso de um marcapasso temporário para estabilizar o ritmo. Na UTI, também apresentou flutter atrial, uma arritmia que acelera os batimentos, corrigida com sucesso por cardioversão. Após a alta, foi telemonitorada em casa por 15 dias, período em que um alerta indicou um episódio de fibrilação atrial, levando ao seu encaminhamento ao Pronto-Socorro do InCor, onde o diagnóstico foi confirmado e tratado. Em decorrência do evento, o telemonitoramento foi estendido por mais 15 dias, ao final dos quais a paciente relatou melhora dos sintomas e não apresentou novas complicações.
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