Em outubro, mês que busca valorizar o papel do professor – profissional responsável por ensinar conteúdos e pelo desenvolvimento integral dos estudantes, formando cidadãos críticos e conscientes – especialistas fazem uma reflexão sobre como a integração entre novas tecnologias e as competências socioemocionais podem transformar o dia a dia dos docentes.
Aline Castro da Silva, diretora executiva da marca Sistema de Ensino pH, explica que o papel do professor vai muito além do ensino tradicional, pois envolve a criação de um ambiente escolar que favoreça o desenvolvimento de habilidades que ajudam os estudantes a enfrentarem os desafios da sociedade.
Segundo ela, o professor que entende sua responsabilidade contribui diretamente para a formação de cidadãos críticos e engajados. “Ele estimula os alunos a questionarem, refletirem e analisarem diferentes pontos de vista, fazendo com que a sala de aula se torne um espaço democrático, onde diferentes perspectivas são analisadas e debatidas, tornando o processo educativo mais dinâmico e democrático”, afirma.
Para incentivar o pensamento crítico em sala de aula, é necessário que esse profissional crie um ambiente que valorize a curiosidade e o questionamento. Isso, de acordo com a especialista, pode ser feito por meio de metodologias ativas, como debates, resolução de problemas, projetos em grupo e individuais e estudos de casos.
Essas práticas desafiam os alunos a pensarem de forma independente, questionarem o que lhes é apresentado e tomarem decisões baseadas em evidências. “Além disso, oferecer feedback construtivo e promover o diálogo, em vez de respostas prontas, ajuda a desenvolver a capacidade de analisar, interpretar e criar soluções inovadoras, habilidades essenciais para o pensamento crítico”, diz Aline Castro.
Profissionais que atuam diariamente com estudantes, professores devem ter seu lado emocional cuidado com atenção. Porém, quando se aborda esse tema, ainda existe um certo tabu a ser superado, segundo o assessor pedagógico do programa Líder em Mim, Matheus Portelinha. “Quando se trata do compartilhamento de situações que são mais subjetivas do que profissionais, o educador tende a ter receio da exposição”, destaca.
De acordo com o especialista, isso ocorre porque os professores sentem que carregam o fardo de serem “detentores do conhecimento”. Assim, eles geralmente acreditam que não podem errar ou demonstrar vulnerabilidade.
Para o assessor pedagógico, promover a saúde e o bem-estar dos professores é fundamental para um futuro saudável durante suas jornadas de trabalho. Isso pode ocorrer por meio da implementação de práticas de educação socioemocional nas escolas. Matheus Portelinha pontua que a gestão e a coordenação das escolas desempenham um papel crucial neste ponto. “Quando esses líderes não estão engajados, a iniciativa pode perder força. A falta de comprometimento pode resultar em uma implementação superficial e na ausência de um suporte contínuo para os professores e alunos”, destaca.
Eleita a palavra do ano de 2023 pelo Dicionário Collins, a Inteligência Artificial (IA) foi desenvolvida com o intuito de automatizar e facilitar processos cotidianos a partir da interpretação de dados que permitem que as máquinas executem tarefas que auxiliem os seres humanos. A popularização de ferramentas baseadas em IA como o Chat GPT e o Gemini gerou uma ampla discussão sobre o uso ético dessas plataformas.
No âmbito educacional não é diferente. “O uso indevido de Inteligências Artificiais na educação pode ser um problema, mas, quando utilizadas de maneira segura e eficaz, essas ferramentas são fortes aliadas”, defende Talita Fagundes, gerente pedagógica da plataforma par, solução didática híbrida da SOMOS Educação. Segundo ela destaca, o avanço constante da tecnologia exige que as escolas e os professores estejam sempre atualizados sobre as novidades digitais. Por isso, é tão importante inserir esses conceitos em sala de aula.
Neste contexto, a gerente pedagógica sugere que o educador adote práticas como elaborar os planos de aula com o auxílio de IAs, diversificar os recursos didáticos e metodologias a partir delas e aproveitar essa adesão em sala de aula para promover discussões sobre o uso adequado das tecnologias.
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