O Mind The Sec 2024, maior evento de cibersegurança da América Latina, reuniu centenas de especialistas, executivos e líderes do setor para discutir as principais ameaças e soluções para o crescente desafio de proteger dados e sistemas no cenário digital atual. Realizado em São Paulo, o evento abordou desde o impacto da inteligência artificial (IA) até as novas técnicas de ataques cibernéticos, com palestras que proporcionaram uma visão abrangente sobre os caminhos que a segurança da informação está trilhando.
Com a cibersegurança se tornando uma prioridade estratégica global, muitos dos especialistas que participaram do evento já estão trabalhando em soluções para os desafios de 2025. Entre as principais preocupações estão a falta de visibilidade sobre ameaças cibernéticas em tempo real, a necessidade de melhorar a gestão de acessos críticos, o controle sobre o uso indevido de acessos privilegiados e o monitoramento limitado de vulnerabilidades e incidentes.
Além disso, as discussões giraram em torno da urgência de regulamentar o uso da IA e como essa tecnologia, ao mesmo tempo que amplifica a capacidade defensiva, também se torna uma poderosa ferramenta nas mãos de cibercriminosos. Palestras como as de Mikko Hyppönen e Alexandre Patarra revisitaram a dualidade da IA e os desafios de garantir que a inovação tecnológica seja utilizada de forma ética e segura.
A inteligência artificial (IA) esteve no centro dos debates do Mind The Sec 2024, com especialistas explorando seu papel duplo: como uma poderosa aliada na proteção de sistemas e, ao mesmo tempo, uma ferramenta perigosa nas mãos de cibercriminosos. Durante o evento, Mikko Hyppönen, renomado especialista em cibersegurança, apresentou como a IA tem o potencial de revolucionar a defesa digital, sendo capaz de identificar padrões de ameaças e prever ataques antes que aconteçam. No entanto, ele também destacou o outro lado da moeda, alertando para o uso crescente da IA em ransomwares personalizados e ataques cada vez mais sofisticados.
Um ponto de destaque na palestra de Hyppönen foi a ideia de que, ao contrário do que muitos imaginam, a IA não tem interesse em interferir diretamente na vida humana. Para ele, o verdadeiro desafio não é o domínio da IA sobre a humanidade, mas sim garantir que essa tecnologia seja segura e ética, alinhada aos objetivos de seus desenvolvedores. “A IA não se importa conosco. Ela não está interessada no que estamos fazendo”, comentou, afastando os temores de que sistemas superinteligentes representem uma ameaça iminente à nossa existência. O especialista também comparou a possível relação entre humanos e IA no futuro à maneira como tratamos os animais hoje, sugerindo que uma “inteligência superior” pode nos ver de forma semelhante.
Hyppönen também compartilhou previsões sobre o futuro da IA, sugerindo que estamos vivendo o auge do “hype da IA”, mas que muitas das empresas líderes nessa área hoje podem não manter sua relevância nos próximos anos. Ele ressaltou os avanços da IA em setores como a música, mas expressou ceticismo quanto ao sucesso da tecnologia em mercados como os games e o cinema. Além disso, ele fez uma reflexão sobre a evolução do poder computacional, comparando smartphones modernos a supercomputadores de duas décadas atrás, e sugeriu que a IA generativa seguirá o mesmo caminho de outras inovações tecnológicas: trará benefícios, mas será necessário lidar com suas vulnerabilidades.
Complementando essa discussão, Alexandre Patarra, especialista da IBM, aprofundou-se nas preocupações em torno da IA generativa e os desafios de segurança que ela traz. Patarra alertou para os riscos associados ao envenenamento de modelos de IA, à concentração de dados sensíveis e às questões de privacidade no uso dessas tecnologias. Ele enfatizou a necessidade de estratégias robustas para proteger todas as camadas de desenvolvimento e consumo de IA, garantindo que a inovação não amplifique as vulnerabilidades.
À medida que o cenário digital se torna mais complexo, os cibercriminosos continuam a inovar em seus ataques, colocando empresas e governos sob constante ameaça. No Mind The Sec 2024, novas ameaças como ransomware, phishing e ataques direcionados dominaram as discussões, reforçando a importância de uma abordagem proativa em prevenção e detecção.
Martin Vigo, fundador da Triskel Security, apresentou uma análise detalhada sobre as ameaças emergentes, destacando a necessidade de as empresas estarem sempre um passo à frente. Ele explorou como a crescente utilização da inteligência artificial tanto em defesa quanto em ataques cibernéticos está criando novas vulnerabilidades. Vigo também alertou para o aumento das Ameaças Persistentes Avançadas (APTs) e malwares cada vez mais sofisticados, exigindo que organizações invistam em tecnologias de resposta rápida para mitigar os riscos.
Uma pesquisa apresentada pela Acronis revelou um crescimento significativo nos ataques de ransomware e phishing no Brasil, destacando a urgência de implementar medidas robustas de segurança. O Relatório de Ameaças Cibernéticas, referente ao primeiro semestre de 2024, indicou que o Brasil está entre os países mais atingidos, com taxas de detecção de malware em níveis preocupantes.
Os dados revelaram um aumento consistente ao longo dos meses:
O Brasil também ficou em quarto lugar entre os 15 principais países em termos de URLs maliciosas bloqueadas, com 21,8% dessas URLs sendo impedidas apenas em abril de 2024.
Na apresentação do relatório, Gaidar Magdanurov, presidente da Acronis, destaca a necessidade de as empresas fortalecerem suas defesas de cibersegurança. Ele menciona que as crescentes taxas de detecção de malware no Brasil são um claro indicativo de que as organizações devem investir em treinamento de conscientização e soluções integradas de segurança. Segundo Magdanurov, tecnologias como o Acronis XDR podem não apenas aumentar a proteção das empresas, mas também reduzir os custos com ataques cibernéticos.
O relatório, baseado em dados de mais de 1 milhão de endpoints globais, sugere que o Brasil continua sendo um alvo prioritário para os cibercriminosos, reforçando a necessidade de barreiras de proteção mais eficazes e estratégias de segurança avançadas.
A gestão de riscos foi um dos temas centrais no Mind The Sec 2024, com especialistas reforçando a necessidade de uma abordagem proativa para enfrentar as crescentes ameaças digitais. De acordo com a pesquisa da Acronis, as empresas brasileiras enfrentam uma variedade de riscos, que vão desde falhas de segurança interna até ataques externos altamente sofisticados.
Durante o evento, Marta Helena Schuh, diretora de Cyber & Tech Insurance na Howden Brasil, abordou a crescente relevância do seguro cibernético como uma solução crucial para mitigar não apenas as perdas financeiras, mas também os danos à reputação que podem surgir em consequência de ataques cibernéticos. Ela destacou que o seguro cibernético passou a ser um componente essencial nas estratégias de segurança das empresas, fornecendo uma camada adicional de proteção diante das ameaças modernas.
Marta Schuh aprofundou a discussão sobre os aspectos críticos do risco cibernético, ressaltando que, além de proteger as finanças, o seguro cibernético também tem um impacto direto nas classificações de crédito das empresas. À medida que o cenário digital evolui, as agências de classificação passaram a incorporar a cibersegurança em suas avaliações, reconhecendo que práticas robustas de gestão de riscos e uma cobertura adequada de seguro podem influenciar positivamente a avaliação de crédito.
Ela também enfatizou que a conformidade com as regulamentações de segurança cibernética é fundamental. Governos e reguladores vêm criando frameworks abrangentes para proteger infraestruturas críticas e dados sensíveis. As empresas que falharem em aderir a esses regulamentos podem sofrer sérias consequências financeiras e danos à reputação, além de verem suas classificações de crédito afetadas.
Por fim, Schuh alertou para o fato de que a falta de medidas eficazes de mitigação de riscos e um histórico de incidentes cibernéticos podem resultar em rebaixamentos de crédito e no aumento dos custos de empréstimos. Dessa forma, a cobertura de seguro cibernético, combinada com uma estratégia de gestão de riscos bem estruturada, não só ajuda a proteger os ativos da empresa como também melhora sua resiliência financeira a longo prazo.
No Mind The Sec 2024, líderes do setor de cibersegurança compartilharam suas perspectivas sobre o futuro da área e os principais desafios enfrentados pelas empresas. Regis Paravisi, da Acronis, por exemplo, enfatizou a evolução constante das ameaças cibernéticas e a importância de implementar soluções integradas que protejam as organizações em múltiplas camadas. Ele destacou a necessidade de uma abordagem holística, capaz de garantir a resiliência diante da sofisticação crescente dos ataques digitais.
Emerson Lima, da Adistec, ressaltou o papel fundamental da educação e conscientização dos colaboradores na prevenção de ataques que exploram a vulnerabilidade humana. Segundo ele, a cultura de segurança dentro das empresas é um dos pilares para minimizar os riscos cibernéticos, já que o fator humano ainda é uma das principais portas de entrada para ataques como phishing e engenharia social.
Os especialistas foram unânimes em afirmar que, apesar dos avanços em tecnologia de segurança, o maior desafio continua sendo a escassez de profissionais capacitados para lidar com a complexidade crescente dos ataques. A falta de mão de obra qualificada para atuar na área de cibersegurança está se tornando um obstáculo crítico para muitas empresas que buscam proteger seus dados e redes.
O Mind The Sec 2024 destacou a cibersegurança como uma prioridade estratégica inadiável para empresas de todos os segmentos. Com o aumento das ameaças e o avanço acelerado de tecnologias como a inteligência artificial, é imperativo que as organizações não apenas adotem soluções tecnológicas de ponta, mas também invistam no desenvolvimento contínuo de seus profissionais.
As discussões reforçaram a importância de uma abordagem ampla e integrada, que combine gestão de riscos, prevenção e o uso de seguros cibernéticos. Em um cenário digital cada vez mais ameaçador, a cibersegurança deve ser encarada como um investimento indispensável para a continuidade dos negócios e a proteção da sociedade como um todo, indo muito além de uma simples questão de custos.
A Paris Filmes, em parceria com a CCXP24, o maior festival de cultura pop do…
A Neo4j, referência em banco de dados e análise de grafos, anunciou que dobrou sua…
*Felipe Rossi, CEO da 4B Digital Na última década, a computação em nuvem assumiu…
Uma iniciativa inédita no Brasil acaba de definir Negrete como o primeiro influenciador do país…
Quem está esperando para comprar geladeira, micro-ondas e lavadora já pode aproveitar as promoções da…
Depois de celebrar o Dia da Toalha, símbolo da cultura nerd e geek, em parceria…