Novas oportunidades: carreira no ambiente jurídico vira opção entre profissionais tech

O relatório Futuro do Trabalho – Edição 2023, e que envolveu 803 empresas, que coletivamente contratam mais de 11,3 milhões de pessoas em 27 tipos de indústria e 45 economias diferentes, trouxe a análise das profissões que mais vão crescer até 2027, colocando os cargos de tecnologia entre os mais relevantes para os próximos cinco anos, com destaque para Analista e Cientista de Dados, Especialista em Big Data, Analista de Inteligência de Negócios, profissionais de banco de dados e redes, Engenheiro de Dados, Segurança da Informação e Especisliatas em IA.

A pandemia representou uma fase de enormes desafios para o setor jurídico. Dentre todas as mudanças ocorridas, uma das mais significativas foi a abertura de espaço para impulsionar a transformação digital no segmento. Alavancado principalmente pelas legaltechs, a adoção da tecnologia tem sido responsável não só por melhorias e avanços, como também proporcionado uma nova oportunidade de mercado: a inserção de profissionais de tecnologia na área.

Este é o caso, por exemplo, de Leonardo Nascimento, desenvolvedor PHP de softwares da Invenis – legaltech que tem como propósito ajudar a resolver os litígios do Brasil. Cursando Análise e Desenvolvimento de Sistemas, o profissional ingressou no universo jurídico após ter enxergado grande vocação para desenvolver soluções específicas para a área. “Contribuir na economia de tempo para advogados, diretores jurídicos e demais profissionais do segmento é altamente recompensador. Sempre tive essa vontade e fico contente de que estamos conseguindo dar a oportunidade para que todos eles se concentrem em atividades mais estratégicas no dia a dia”, comenta.

Além do propósito, Nascimento revela ainda que atuar em uma startup oferece uma série de vantagens em comparação às empresas tradicionais. “Na Invenis, tenho autonomia para mostrar minhas habilidades como desenvolvedor. Em outras companhias, esse movimento seria um pouco mais difícil de acontecer. Além disso, a cultura, dinâmica e flexibilidade da startup permitiu que equilibrasse minha vida pessoal, incluindo meus horários de faculdade e cursos”, conclui.

Outro profissional que está realizado com o setor é Julho Justino, contratado em 2020 pela Invenis, apesar do pouco conhecimento inicial na área. “Até aquele momento não tinha qualquer experiência no setor, então precisei entrar de cabeça na nova realidade. A partir do momento que entendi as dores dos advogados, fiquei cada vez mais empolgado em estruturar soluções que facilitem a automação dos inúmeros serviços jurídicos disponibilizados pela Invenis”, relata.

“Trabalhar com tecnologia é a possibilidade de criar soluções que impactem e facilitem a vida das pessoas e ver isso se concretizando na prática é muito gratificante”, completa Justino.

A visão dos executivos

De acordo com Matheus Bombig, cofundador da Invenis, nos próximos anos cada vez mais profissionais da área de tecnologia devem atuar em empresas que desenvolvem soluções para o universo jurídico. “Trata-se de um segmento que possui muitos dados e exige que estas informações sejam trabalhadas de forma segura. As legaltechs têm sido responsáveis por inovar e suprir as necessidades de um mercado em franco crescimento. Com a tecnologia, oferecemos uma rotina mais prática e eficiente para todos”, avalia.

Para Rafael Goulart, Diretor de Tecnologia da Aurum – empresa pioneira na criação de soluções para advogados, escritórios e departamentos jurídicos – o setor jurídico é exigente. Por isso, validar oportunidades e as dores do setor acabam se tornando um trabalho mais complexo aos profissionais de tecnologia, uma vez que demanda criar e nutrir a confiança, além do cuidado com a segurança dos clientes.

Por isso, é muito importante que os analistas de desenvolvimento e demais profissionais da área tech entendam como funciona o universo jurídico. O mercado é muito visado em termos de segurança da informação, e esse tema precisa ser muito bem tratado em qualquer movimento feito pelas empresas”, explica.

Cíntia Brito, diretora de People & Places na Aurum, reforça a importância da convergência entre os dois universos. “O setor jurídico ainda é muito tradicionalista, fiel ao processo em papel e à gestão manual. O trabalho de construção dessa confiança é uma provação diária”, afirma. “Além disso, precisamos ressaltar que este é um mercado bastante exigente, pois são pessoas que lidam com informações e dados muito sensíveis”, conclui.


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