O Jeito iFood de Inovar: Destaques do iFood Move 2024

O iFood Move 2024 reuniu, nos dias 25 e 26 de setembro, em São Paulo, um público de cerca de 10 mil empreendedores do setor de restaurantes, com foco na troca de experiências e inovação tecnológica. O evento destacou as tendências de mercado, inovações em atendimento ao cliente e a crescente presença da inteligência artificial no foodservice.

iFood Move 2024 reuniu, nos dias 25 e 26 de setembro, em São Paulo, um público de cerca de 10 mil empreendedores do setor de restaurantes (foto: divulgação iFood Move)

Inovação e Impacto Tecnológico

O iFood Move apresentou uma série de soluções tecnológicas voltadas para a otimização dos negócios no setor de alimentação. Um dos destaques foi o lançamento do iFood Salão, uma nova frente de negócios com totens de autoatendimento. Essa tecnologia tem como objetivo resolver desafios comuns aos restaurantes, como a formação de filas e a perda de oportunidades de vendas. Restaurantes que adotaram o sistema já relataram um aumento de 15% no faturamento, além de insights detalhados sobre o comportamento dos clientes, tanto no ambiente físico quanto no digital.

“Quando falamos de autoatendimento, pensamos nas dificuldades dos estabelecimentos, como a formação de filas, perda de oportunidades de aumentar o ticket médio e o cliente que vai embora. Temos, então, um mundo de possibilidades. O totem é uma peça fundamental nesse processo. É o início da jornada do iFood Salão“, afirmou Roberto Gandolfo, presidente de Food Delivery no iFood.

Totem de autoatendimento do iFood para restaurantes (foto: divulgação iFood Move)

Além disso, o evento também destacou iniciativas voltadas para o crescimento sustentável dos restaurantes. Bruno Henriques, presidente do iFood Pago, ressaltou a missão da empresa de compartilhar a fórmula de sucesso do iFood com seus parceiros. “Imagina se cada um dos 350 mil restaurantes pudesse executar o mesmo modelo que o iFood usou para crescer? O impacto seria imenso”, disse Henriques.

Bruno Henriques, presidente do iFood Pago, fala das soluções do iFood para facilitar a vida de restaurantes (foto: divulgação iFood Move)

Para viabilizar esse crescimento, o iFood Pago baseia-se em três pilares essenciais: Crédito, para facilitar o acesso a capital; Banco Digital, que oferece soluções financeiras integradas; e a Maquinona, que otimiza o recebimento de pagamentos nos estabelecimentos.

Outro ponto alto foi a discussão sobre o impacto da inteligência artificial (IA) nos negócios, com painéis liderados por especialistas como Paulo Silveira, CEO da Alura, que alertou para a necessidade de adoção de IA como ferramenta indispensável para o futuro do setor.

Debate sobre o uso de inteligência artificial em restaurantes no iFood Move (foto: divulgação iFood Move)

O restaurante ou a empresa que não encarar os mecanismos de dados vai ficar para trás. Não é uma questão de gostar ou não gostar. Estou querendo fazer este alerta”, disse o especialista. “Mas precisa entender com um conhecimento minimamente profundo, ou não vai aproveitar todas as potencialidades da IA”.

Casos como o da hamburgueria Cabana Burger, que triplicou seus resultados de marketing ao utilizar IA para personalizar o atendimento ao cliente, demonstram o potencial transformador dessa tecnologia.

Efeito iFood: o impacto socioeconômico da plataforma

O iFood divulgou durante o evento a nova edição da pesquisa que mede o impacto socioeconômico da plataforma, realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), mostrando que, em 2023, o delivery movimentou 0,55% do PIB brasileiro, um crescimento em relação a 2022 (0,53%) e 2020 (0,43%). Erica Diniz Oliveira, economista-chefe do iFood, destacou o efeito multiplicador, que reflete a movimentação econômica em toda a cadeia produtiva. “Ao considerar a compra de um hambúrguer na plataforma, por exemplo, existem efeitos diretos, indiretos e induzidos na economia. Como uma engrenagem, são estimados os impactos em toda a cadeia produtiva: o pagamento dos funcionários da hamburgueria, a produção agrícola dos insumos para fazer o alimento, o combustível consumido no transporte até as embalagens de papel utilizadas para a entrega“, explica. Esse efeito gerou R$ 110,7 bilhões em atividades econômicas.

Cada R$ 1.000 gastos em estabelecimentos parceiros via iFood gera outros R$ 1.390 na economia, beneficiando setores como comércio, pecuária e transporte. No campo tributário, cada R$ 1.000 em impostos gerados pelo iFood traz R$ 1.119 adicionais ao longo da cadeia.

A pesquisa também revela que, em 2023, o iFood ajudou a criar mais de 909 mil empregos, representando quase 1% da população ocupada no Brasil. Para cada 100 empregos diretos, outros 67 são gerados indiretamente.

Entre os parceiros, restaurantes que ingressaram no iFood entre 2017 e 2020 geraram 10,2% mais empregos formais do que os que ficaram fora da plataforma. Pequenos negócios tiveram um impacto ainda maior, com aumento de até 20% nas contratações formais em 2020.

Segundo Diego Barreto, CEO do iFood, o crescimento reflete a consolidação do delivery no Brasil. “Em agosto de 2024, o iFood alcançou a marca inédita de 100 milhões de pedidos no mês, ou seja, quase 40 pedidos por segundo. A pesquisa Fipe mostra que o nosso impacto também cresceu de forma consistente, muito além da pandemia e furando a bolha do food delivery, já que os novos negócios, como as verticais de Mercado e Farmácia, já representam mais de 6% do nosso efeito multiplicador. Isso se deve à inovação, à inteligência artificial, aos nossos parceiros e aos investimentos feitos nos últimos anos. Estamos só começando.”

Tendências e Futuro

No iFood Move, Simone Galante, CEO da Galunion, apresentou a Mandala de Tendências para 2024/25, destacando a tecnologia onipresente como o principal motor do crescimento no foodservice. A digitalização, o uso de dados, novos modelos de negócio e experiências personalizadas foram apontados como fatores essenciais para o sucesso.

Entre os principais insights da pesquisa:

  • Consumidores utilizam, em média, 2,7 canais para pedidos de delivery ou retirada;
  • Saudabilidade e produtos com ingredientes brasileiros tradicionais, como feijoada, estão em alta;
  • iFood (79%) e WhatsApp (63%) são os canais mais usados para pedidos;
  • 71% dos clientes apoiam o uso de IA em programas de fidelidade;
  • 85% são influenciados positivamente por restaurantes que cuidam bem de seus funcionários;
  • Inflação e falta de mão de obra qualificada são os principais desafios para 2025.
o iFood Move foi palco de discussões sobre tendências e futuro no segmento de foodservice (foto: divulgação iFood Move)

Simone Galante encerrou a apresentação com um conselho para quem comanda um negócio na área de foodservices. “Primeira coisa que tem que ser capaz em qualquer negócio é a escuta. Como estou escutando meu cliente? Como estou sabendo se ele está gostando do serviço ou não? Da embalagem ou não? Em seguida, meu conselho é ouvir as pessoas que trabalham no negócio”.

Inovação no iFood: O Modelo dos Jetskis e a Inteligência Artificial

Em conversa com a imprensa, Marcos Gurgel, diretor de inovação do iFood, explicou o conceito de jetskis, pequenas equipes ágeis criadas para testar e implementar rapidamente novas soluções. Este modelo permite que o iFood mantenha sua operação principal enquanto experimenta novas ideias de forma autônoma e ágil, comparando o core business a um grande navio e os jetskis a pequenas embarcações rápidas.

Marcos Gurgel, diretor de inovação do iFood (foto: Além do Click Tech)

No iFood, os jetskis são formados por equipes multidisciplinares, com autonomia para explorar novas tecnologias e modelos de negócio. Gurgel destacou que cerca de 80% desses projetos não são levados adiante, mas o foco é “colocar mais gasolina no que realmente importa”, priorizando rapidamente as iniciativas mais promissoras.

Dois exemplos práticos mostram como o modelo impulsiona a inovação. O primeiro é o uso de IA generativa (GenAI) para melhorar a experiência de compra em supermercados. Testado em 200 pequenos mercados, a tecnologia gerou uma conversão significativamente maior em comparação a chatbots tradicionais. O segundo exemplo é o uso de drones para entrega. Apesar dos testes iniciais não mostrarem vantagens em tempo de entrega, a tecnologia encontrou um uso prático em Aracaju, expandindo a área de cobertura de restaurantes e aumentando as vendas.

A cultura de experimentação no iFood, reforçada pelo modelo jetski, continua a ser o motor da inovação, sempre se adaptando rapidamente ao feedback do mercado.

Empreendedorismo e Inspiração

Serena Williams foi uma das palestrantes mais esperadas do iFood Move, onde compartilhou sua experiência como empreendedora e destacou a importância da resiliência e inovação para o sucesso nos negócios. Já aposentada do tênis, Serena hoje é uma influente empresária. Ela fundou a Serena Ventures, uma empresa de capital de risco que investe em startups lideradas por mulheres e pessoas negras, com foco na diversidade e inclusão.

Serena Williams, uma das palestrantes mais esperadas do iFood Move (foto: divulgação iFood Move)

Durante o evento, Serena enfatizou como superou desafios tanto no esporte quanto nos negócios, traçando paralelos entre sua trajetória e a jornada dos empreendedores brasileiros. Segundo Diego Barreto, CEO do iFood, Serena foi escolhida por sua capacidade de se reinventar em meio a dificuldades, algo que ressoa com os profissionais do setor de food delivery.

Além de Serena, o evento contou com chefs renomados e líderes do setor, como Janaína Torres, eleita a melhor chef do mundo pelo World’s 50 Best, e Jay Livingston, CMO do Shake Shack, que discutiram inovação e atendimento ao cliente. Janaína compartilhou sua visão sobre inclusão gastronômica e alimentação escolar, enquanto Livingston abordou a expansão global da Shake Shack e a importância de ingredientes de qualidade e impacto positivo nas comunidades.

Jay Livingston, CMO da rede de fast food Shake Shack (EUA), em apresentação no iFood Move (foto: divulgação iFood Move)

Essas discussões foram parte da estratégia do iFood Move de trazer insights valiosos para preparar os empreendedores para o futuro do food delivery na América Latina.

Assim, a primeira edição do evento revelou como o setor gastronômico está se moldando para o futuro, com um foco claro em inovação constante e parcerias estratégicas. Ferramentas como inteligência artificial, autoatendimento e análise de dados estão redesenhando o atendimento ao cliente e a gestão de negócios, abrindo novas oportunidades de eficiência e personalização.


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