O Open Finance pode revolucionar a forma de realizar transações financeiras no Brasil, destaca conselheira da Abranet no Futurecom 2022

A Conselheira do Comitê de Meios de Pagamento da Abranet (Associação Brasileira de Internet) e representante da associação no Conselho de Open Finance do Banco Central, Priscila Faro, afirmou nesta terça-feira (18) que o Open Finance, conceito que permite o compartilhamento de dados de forma automatizada (p.ex. dados cadastrais de contas e cartões, transações de iniciação de pagamento e encaminhamento de proposta de crédito) envolvendo bancos, instituições de pagamentos, demais instituições autorizadas, pode revolucionar o setor no Brasil. “O Open Finance, em conjunto com o Pix, tem o poder de ampliar o acesso dos consumidores às suas informações financeiras, e revolucionar a prestação de serviços no país”, disse. A afirmação aconteceu durante participação da associação no Futurecom 2022, o maior evento de tecnologia, telecomunicações e transformação digital da América Latina.

Presidente da Abranet, Eduardo Neger e a conselheira, Priscila Faro, no estande da associação na Futurecom 2022
Presidente da Abranet, Eduardo Neger e a conselheira, Priscila Faro, no estande da associação na Futurecom 2022

A Conselheira da Abranet e head de Legal Fintech do Mercado Livre Mercado Pago, foi uma das palestrantes do painel O tsunami “Open”: os próximos passos para colocar cada vez mais brasileiros para dentro deste jogo. Participaram também do evento, Elias Sfeir, presidente da ANBC (Associação Nacional dos Bureaus de Crédito), Ricardo Taveira, CEO da Quanto e Eduardo Prota, CEO da N26. O debate foi mediado por Boanerges Freire, presidente da Boanerges & Cia.

De acordo com Priscila, o país tem como meta o desafio de implementar o maior Open Finance do mundo e destaca que a regulação e a divulgação, massiva e de forma simples, de seus benefícios são cruciais para a mudança de cultura da população brasileira, como aconteceu com o Pix, consolidado no Brasil e visto como referência para outros países, como os Estados Unidos.

“Cada vez mais, os clientes vão poder acessar todas as suas informações financeiras de forma centralizada e com isso poderá gerir sua vida financeira em um único lugar, com produtos e serviços personalizados, além de ter acesso a crédito com melhores preços, taxas e limites entre outros benefícios”, ressaltou.

O objetivo é simplificar a jornada dos clientes para que tenham maior autonomia na escolha de um serviço, produto ou outro tipo de ação ofertada por instituições financeiras.

“Além disso, o Open Finance é seguro, vai promover o aumento da competitividade e transparência ao mercado, além de garantir empoderamento aos consumidores, o que gera também mais responsabilidade”, explica a conselheira da Abranet.

Segundo ela, o Banco Central tem um papel fundamental na regulação e tem feito trabalho assertivo, especialmente com autorregulação, por meio de debates envolvendo diversas cadeiras setorizadas que reúnem desde os grandes bancos, até empresas credenciadoras de cartão e cooperativas, o que vai gerar eficiência positiva nas normas.

De acordo com a representante da Abranet, após a implementação de todas as fases, o Open Finance caminhará para atingir o mesmo sucesso do Pix. “É uma ferramenta que simplifica a jornada do cliente, traz incremento nas vendas para o comércio e diversas vantagens para o consumidor, além da inclusão financeira e democratização de serviços financeiros para a população, completa”.

Abranet no Futurecom 2022

O presidente da Abranet, Eduardo Neger destaca o enfoque da participação da associação no Futurecom 2022, pela 15ª edição consecutiva, que visa trazer para o mercado a imagem da cadeia de valor da internet. Para ele, é importante enxergar que a internet não é só infraestrutura, mas o que dá vida a internet são as aplicações.

“Aplicações nos conteúdos, nas empresas que além da conectividade, levam para o consumidor ferramentas com plataformas de comércio eletrônico, meio de pagamentos, ensino à distância, telemedicina e outros. É isso que dá vida à internet e traz sentido a expansão da infraestrutura da rede de banda larga no Brasil”, explica.

Segundo Neger, a Abranet tem essa visão ampla, já que surgiu desde o início da internet comercial brasileira, com conjunto heterogêneo de empresas, tanto em dimensões, desde pequenas empresas locais até empresas multinacionais associadas, até nas aplicações, desde provedores regionais que atuam localmente, até empresas de abrangência nacional e internacional.

“O enfoque da participação da Abranet em eventos dessa natureza é sempre levar essa visão plural da cadeia de valor da internet do Brasil”, define Eduardo Neger.


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