Open Insurance no Brasil enfrenta desafios regulatórios e tecnológicos, mas especialistas apontam integração com Open Finance como chave para evolução. Essa é a principal conclusão da quarta edição do estudo “Análise de Mercado do Open Insurance 2025”, lançado pela Capgemini Brasil. A pesquisa, consolidada como referência no setor, ouviu 147 executivos em etapa quantitativa e 20 líderes em entrevistas qualitativas, incluindo representantes de seguradoras, corretoras, insurtechs e órgãos reguladores.
Impactos adiados e expectativas revisadas
Apesar de avanços regulatórios, como a Lei Complementar 213/2025 que transferiu à SUSEP a supervisão das Sociedades Processadoras da Ordem do Cliente (SPOCs), o ritmo do OPIN desacelerou. 73% dos executivos acreditam que os impactos reais só serão percebidos a partir de 2027 ou 2028, um adiamento em relação às previsões anteriores. O otimismo também caiu: 57% se declaram confiantes, sete pontos percentuais abaixo de 2024.
Integração com Open Finance: consenso no mercado
Para 80% dos entrevistados, conectar o OPIN ao Open Finance é essencial para gerar valor e aprofundar o conhecimento sobre o cliente. Essa integração permitiria criar jornadas mais completas e produtos personalizados, seguindo exemplos já consolidados no setor bancário. “A integração com o Open Finance é estratégica para agregar valor ao OPIN; acelerar discussões com o BACEN deve ser prioridade pelo impacto positivo esperado no mercado e para consumidores”, destaca o estudo.
IA generativa como aliada
Outro ponto relevante é a tecnologia. 82% dos executivos acreditam que a inteligência artificial generativa e agêntica terá impacto positivo no desenvolvimento do ecossistema OPIN, especialmente na análise de dados e na criação de novos modelos de negócio. No entanto, a pesquisa alerta para lacunas tecnológicas e sistemas legados que ainda dificultam a integração.
Principais desafios
O relatório lista obstáculos que precisam ser superados para destravar o OPIN:
- Falta de entendimento da sociedade sobre benefícios do modelo.
- Gestão inadequada e fragmentada de dados.
- Jornada de consentimento pouco amigável.
- Riscos de segurança da informação em ambientes interconectados.
- Alto custo regulatório e baixa clareza sobre casos de uso.
O que esperar para os próximos anos
Segundo a Capgemini, 2026 será um ano decisivo, com ajustes regulatórios liderados pela SUSEP e maior foco em integração com Open Finance. A consultoria recomenda que empresas tratem dados como ativos estratégicos, invistam em jornadas simples para consentimento e desenvolvam soluções inovadoras para monetização.
O estudo completo pode ser acessado AQUI e traz insights detalhados sobre tendências, desafios e oportunidades para seguradoras, insurtechs e corretores.

