Há poucos dias precisei ir até a Rua Santa Ifigênia para adquirir alguns produtos eletrônicos. Para quem não sabe, a Rua Santa Ifigênia é famosa pela grande quantidade de lojas voltadas para artigos eletrônicos, suporte técnico e afins. É o paraíso geek em São Paulo, onde é possível encontrar uma infinidade de produtos que abrangem desde artigos para iluminação, passando por eletroportáteis como monitores de TV de alta definição, Video Games, home theaters, equipamentos de som e vídeo até artigos de informática. Mas uma coisa chamou atenção nesta minha visita. As famosas galerias, que reúnem stands que comercializam de tudo, estavam cheias, mas basicamente os stands que atraiam a maior quantidade de pessoas eram os que ofereciam equipamentos para desbloqueio de TV por assinatura, os famosos “gatonet”. Em determinados stands do tipo haviam até filas e distribuição de senhas, isso sem contar que numa rápida passagem, contei quase 10 destes locais.
A pirataria de sinal é um realidade inconveniente, que se tornou um grande sucesso no Brasil, infelizmente. De acordo com números da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA), o número de assinantes de TV paga atingiu em 2018 o total de 17,7 milhões de lares. A ABTA, porém, estima que sem a pirataria, o mercado de televisão por assinatura teria receitas anuais de R$ 4 bilhões a mais e estaria pagando R$ 550 milhões a mais de impostos anualmente.
Ainda de acordo com a ABTA, existem hoje mais de 3,3 milhões de decodificadores piratas em funcionamento no Brasil. Na ponta do lápis, se o “gatonet” fosse uma empresa legalizada, ocuparia a terceira colocação no ranking nacional, atrás apenas de Claro/Net, com 8,9 milhões de clientes, e da Sky, com 5,2 milhões. E não é só isso. Os decodificadores piratas, que usam a internet para roubar o sinal das TVs por assinatura, são um risco à segurança virtual dos usuários.
Mas a “festa” (pra não dizer crime, que é o que realmente é), pode estar com os dias contados. A Irdeto, empresa mundial de segurança de plataformas digitais, apresentou durante o NAB Show 2019, um dos principais eventos globais do setor de mídia, realizado de 6 a 11 de abril em Las Vegas, NV, USA, soluções para auxiliar na segurança e privacidade das empresas de TV por Assinatura, com destaque para suas soluções contra a pirataria digital e também tecnologias desenvolvidas para Android TV, como o App Watch e Irdeto Armor.
De acordo com Gabriel Ricardo Hahmann, diretor de vendas da Irdeto no Brasil e América Latina, a empresa está em constante evolução para entender as necessidades do mercado: “NAB Show é um dos principais eventos do setor de mídia e uma oportunidade para apresentar as soluções que a Irdeto desenvolve para levar segurança 360 graus e proteção aos conteúdo das operadoras contra a distribuição ilegal , com tecnologias para Android TV, como a App Watch e Irdeto Armor”.
A popularização dos serviços de streaming no Brasil, especialmente de canais que nasceram com esse propósito, como a Netflix, tem mudando a forma como os brasileiros consomem produtos pela televisão. Porém, o streaming, associado a um aumento significativo da pirataria de sinal, o popular “gatonet”, está gerando dificuldades para as empresas de TV por assinatura.
Lembrando que, como já anunciamos aqui, a Irdeto também está trabalhando com operadoras de TV numa nova tecnologia, chamada Cloaked CA, que fornece uma solução de acesso condicional (CA), sem cartão, que habilita tanto Internet Protocol Television (IPTV), como Digital Video Broadcasting for Cable (DVB-C) e satélite em um único set-to-box para todas as redes. Com a tecnologia, as distribuidoras de conteúdo poderão garantir maior segurança e economia no fornecimento dos seus serviços e no combate à pirataria. A solução já é adotada por empresas internacionais e nacionais como a Bharti Airtel, maior provedor de serviços de telecomunicações da Índia; Foxtel, operadora líder de TV paga da Austrália; e a Tata Sky, principal operadora de TV por assinatura da Índia.