Por que trabalhar fundamentos do Pensamento Computacional na primeira infância?

Comemorado em 21 de março, o Dia Mundial da Infância foi criado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) para reforçar a importância de se assegurar os direitos das crianças. A data é, também, uma oportunidade para refletir sobre como estão sendo formados os “adultos de amanhã”, afinal, é durante essa fase que os pequenos desenvolvem suas habilidades e personalidades. Na educação, por exemplo, é preciso ter um maior cuidado ao trabalhar com crianças que estão na primeira infância, isto é, até os seis anos de idade.

De acordo com orientações da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a ludicidade é a melhor opção pedagógica para a educação infantil. Durante essa etapa, a criança pode ter o primeiro contato com áreas de conhecimento que serão aprofundadas nos próximos anos escolares, como a Matemática e o Português. Com as atuais mudanças curriculares, é importante que os pequenos já tenham um conhecimento básico das novas disciplinas, como é o caso da educação digital, atribuída pela Política Nacional de Educação Digital (PNED).

Para Daniel Carlos de Freitas, assessor pedagógico da Mind Makers, a proposta de trabalhar desde a primeira infância conceitos relacionados à ciência da computação e à robótica, contempladas por disciplinas como Pensamento Computacional, oferece uma janela oportuna de aprendizagem. “É nesse período em que as experiências sensitivas, sinestésicas, de experimentar os ambientes e explorar os sentidos (tato, olfato, audição, visão), são muito potencializadas na criança”, afirma Daniel Freitas.

Apresentar conceitos de Pensamento Computacional na educação infantil, porém, não necessariamente envolve o uso de grandes ferramentas tecnológicas. Conforme explica o assessor pedagógico, a ideia é que os professores não adotem o uso de tela, mas trabalhem os conceitos de Pensamento Computacional a partir de formas geométricas, orientação espacial, formas e desenhos indicando direção de movimento, deslocamento de si e do objeto no espaço físico, sempre explorando a ludicidade.

Como trabalhar computação de forma lúdica?

A pergunta pode parecer complexa, mas a resposta é simples: explorando a criatividade. Nos anos iniciais, o Pensamento Computacional pode ser desenvolvido com atividades que instigam a entender a computação de forma concreta, por exemplo, pedindo que as crianças analisem uma sequência de seis formas geométricas, o que faz com que elas compreendam fundamentos da computação. Segundo Freitas, a professora pode mostrar aos alunos um modelo para que todos possam ver uma sequência de seis formas geométricas, com três possibilidades: um círculo, um quadrado ou um triângulo. “Além de formas geométricas, existem três cores diferentes para cada uma: vermelha, azul e amarela. A professora mostra uma sequência aleatória, apresentadas em linha, uma do lado da outra. Os estudantes recebem uma quantidade variada dessas peças e precisam reproduzir a mesma sequência”, explica o assessor pedagógico.

Quais os benefícios do Pensamento Computacional?

Com o apoio de metodologias ativas, os estudantes têm o incentivo de assumir responsabilidades e criar autonomia ao explorarem o universo da computação. Ao contrário das aulas tradicionais, em que o professor apresenta o conteúdo e o estudante apenas absorve, as metodologias ativas colocam o aluno como o protagonista do conhecimento e o professor como um mediador. “As metodologias ativas usam ferramentas diferentes das tradicionais com uma visão inovadora. Dessa forma, a criança tem mais autonomia e atuação durante a aula e, como resultado, a escola se torna mais interessante e dinâmica. As opiniões do aluno, seus pensamentos prévios e até suas dúvidas se tornam mais valorizados e se tornam o ponto de partida para o desenvolvimento do saber”, conclui Freitas.


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