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Review | Motorola One

Motorola One! Sabemos que o One no nome se refere à adoção do Android One, uma versão do sistema operacional do Google, porém, por extensão de sentido, podemos dizer também que One se refere a um reinício da Motorola, sim, outro reinício. A empresa, uma das principais e mais emblemáticas fabricantes de smartphones do mundo, tem um histórico recente de altos e baixos, com problemas financeiros que já quase a levaram à falência por algumas vezes, porém, a empresa têm conseguido dar a volta por cima a cada revez, ainda que muitas vezes com o apoio de suas proprietárias, já que ser vendida e revendida faz parte de sua história recente também.

A Motorola foi uma das primeiras a apostar forte no Android, lá no início do sistema, quando passava por uma de suas piores fases. Sua aposta foi bem-sucedida, principalmente com o lançamento do lendário Motorola Droid, ou Milestone, como chegou ao Brasil. O sucesso ajudou a reerguer a empresa, que mesmo seguindo com suas fases problemáticas, cravou seu nome entre as gigantes fabricantes de smartphones. A parceria com o Google se mostrou benéfica, antes da aquisição da parceira, que acabou não durando muito, e seguiu benéfica até agora, por isso é fácil entender porque a empresa correu para mais uma vez ser uma das primeiras no lançamento de um smartphone em outra parceria com a gigante responsável pelo Android.

Adotar o Android One foi uma decisão até natural para a marca. O mesmo não se pode dizer da polêmica decisão de aproveitar o lançamento para experimentar um novo visual, mas moderno, mas ousado e mais próxima da última tendência dos concorrentes, o que torna impossível não haver uma comparação, principalmente com os lançamentos da Apple. Uma decisão polêmica e arriscada, mas talvez seja justamente o que a empresa precisava, após seus últimos lançamentos, que não foram tão bem recebidos pelo público e mídia especializada. Outra decisão discutível, no que se refere ao mercado brasileiro, foi trazer apenas a versão básica do produto, deixando de lado o Motorola One Power, um produto com mais potência e talvez mais chances de brigar no segmento intermediário. No momento, consumidores brasileiros que desejam uma experiência com o Android One, devem se contentar com o Motorola One, ou desistir da experiência, caso ache que o mesmo não oferece um bom custo-benefício. A questão é, será que não oferece?

Testei o Motorola One por várias semanas e, nesta análise, tentarei oferecer subsídios para que cada um que está lendo este texto possa tirar suas próprias conclusões, pois, como costumo dizer, hoje em dia é difícil apontar o melhor smartphone, pois o que existe é o melhor para cada um. Então vamos lá, conheçam o Motorola One!


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Design

Desde que foi anunciado, os principais comentários a respeito do Motorola One é quanto a sua semelhança com o iPhone X/XS. Assim como outras fabricantes já têm feito, a Motorola, ou melhor, a Lenovo, não foi muito sútil nisso, com destaques característicos, como o famigerado notch, uma característica da qual os modelos até então estavam livres, e o posicionamento da câmera traseira, que não minha opinião, acaba ficando numa localização pior do que era adotada até então nas linhas Moto, ou seja, no centro do aparelho. Como eu sempre costumo dizer, deixar a câmera muito no canto facilita deixar o dedo sem querer sobre as lentes, em uso ou não das câmeras.

Bom, no geral, o desenho, o corpo do produto lembra muito o da Apple, o que, sinceramente, não acho um problema. Sinceramente, apesar da semelhança, dificilmente alguém confundiria um Motorola One com um iPhone X, e além disso, tendências existem para serem seguidas, e isso já aconteceu com quase todos os aparelhos e tecnologias já lançadas. Não podemos esquecer que a própria empresa da maça também tem sua cota de cotas descaradas, sendo assim, nada que desabone a Motorola aqui, muito pelo contrário, pois o design alcançado foi muito bonito, com ótima construção, mesmo para um corpo totalmente de plástico, embora sua moldura seja tão bem feita, que passaria facilmente por metal.

É um aparelho gostoso de usar, com ótima pegada, leve e com uma textura que o deixa firme na mão, diminuindo os riscos de queda. Aliás, para minimizar possíveis problema em caso de acidentes, e sabendo que a maioria dos usuários correm para adquirir uma capa de proteção tão logo adquirem um smartphone novo, a Motorola já envia uma capa transparente na caixa, uma boa pedida para usuários desastrados, ainda mais quando se trata de um lançamento, que nem sempre se encontra com facilidade.


Tela

Já falamos a respeito do notch, que é o primeiro ponto que chama a atenção na tela do Motorola One. Confesso que quando aparelhos com este entalhe na parte superior da tela começaram a surgir, fiquei um pouco incomodado, achava estranho e sem propósito. Pensava que talvez pudesse atrapalhar ou confundir o uso do aparelho. A verdade, é que na prática, isso não aconteceu. No final, acabei me acostumando, porém, e de certa forma, no meu caso, foi até bom, pois com o notch, os ícones de notificações dos aplicativos ficam escondidos, com apenas um pequeno ponto indicando a existência de alguma notificação. Isso acaba me distraindo menos, diminuindo até a ansiedade, que fazia com que eu constantemente limpasse ou visualizasse as notificações. Pode ser que isso incomode algumas pessoas, mas não foi o meu caso.

Em termos de qualidade de imagem, a tela de 5,9 polegadas do Motorola One não faz feio, muito pelo contrário. Considerando seu posicionamento de mercado, principalmente seu preço, temos um resultado favorável, com um bom nível de brilho e contraste, assim como sua precisão de cores.


Câmera

A Motorola, até pouco tempo atrás na rabeira em termos de qualidade de captação de imagens, tem melhorado bastante nos últimos lançamento, como é o caso do Motorola One. Com um conjunto principal de 13 MP, f/2,0, 1.12 µm, PDAF, Flash LED, o aparelho conta ainda com uma câmera secundária de 2 MP, f/2,4, 1,75 µm para captura de profundidade, com o objetivo de melhorar o modo retrato. O resultado, na prática, vocês podem conferir nos exemplos abaixo.

No geral, a qualidade obtida com a câmera do Motorola One é boa, ainda mais quando o objetivo for compartilhar as imagens obtidas nas redes sociais. Temos uma boa nitidez, cores, brilho e contraste. O resultado pode não ser excepcional, longe disso, na verdade, mas ainda sim é bom.

Claro que não podemos esperar muito do registro de fotografias noturnas ou em ambientes com baixa iluminação, porém isso é um problema para a maioria dos smartphone, sendo pouquíssimos os que se dão bem nessas situações.

Além da qualidade do conjunto de hardware, a Motorola costuma trazer em seus lançamentos recursos interessantes, em alguns casos até surpreendentes, como a gravação em 4K 30 fps e uma Estabilização Digital (EIS) bem competente. Outro recurso, que apesar de não se novidade, é bem-vindo, é a integração com o Google Lens, que permite obter informações sobre objetos, textos, cenários e outros assuntos apenas apontando a câmera do smartphone.

Outros recursos que podemos destacar é a seleção de cor, o modo manual e o Cinemagraph, que cria efeitos de movimentos e partes pré-determinadas pelo usuário da foto, criando um GIF com resultado bem bacana.

Selfies

Pra quem curtir as famosas selfies, o Motorola One conta com uma câmera de 8 MP, f/2.2, com flash LED dedicado. Em relação aos recursos, temos o Modo Retrato, para tirar selfies com o fundo desfocado, o Cinemagraph, do qual já falei acima, e um modo de Selfie em Grupo, que nada mais é do que um modo de selfie panorâmica. Confira abaixo exemplos de fotos registradas com a câmera frontal do Motorola One.

Vídeo

Confira também um exemplo de vídeo feito com o Motorola One.


Sistema e Aplicativos

Não é de hoje que a Motorola utiliza a experiência com o “Android Puro” como uma de suas principais campanhas de marketing, ainda que na realidade a experiência nem sempre fosse 100% pura, porém, num mercado dominado por interfaces modificadas, principalmente no mercado brasileiro, muitas vezes era o mais próximo que o usuário podia chegar de uma experiência limpa com o sistema móvel. Desta forma, a adoção do Android One no Motorola One acaba não sendo um grande diferencial dentro dos smartphones da empresa. Claro que neste caso temos um sistema ainda mais limpo, mas o que atrai mesmo nesse sentido é a garantia de uma atualização mais rápida. Tanto que o aparelho é o primeiro a receber a atualização oficial para o Android 9 Pie, e sim, neste caso estamos falando de Brasil.

Contar com uma experiência pura do sistema não significa deixar de lado recursos interessantes das fabricantes, assim, os usuários podem se beneficiar dos recursos Moto, ainda que de forma mais discreta.

Por exemplo, o Moto Ações, que traz as ações Agite para Iluminar, que permite ativar e desativar a lanterna simplesmente agitando o telefone duas vezes, e o Câmera Instantânea, onde podemos acionar a câmera simplesmente movimentando o punho duas vezes rapidamente. Ambas as ações funcionam mesmo com o smartphone bloqueado.

O Moto Tela também está presente, com a exibição de notificações simples, que aparecem e desaparecem com a tela desativada, quando pegamos o smartphone ou quando determinadas notificações são recebidas, como mensagens, por exemplo. É possível, inclusive, um certo nível de interação, acionando controles de reprodução de áudio e vídeo, por exemplo.

Outro recurso, que aos poucos já vêm se tornando padrão, mesmo em smartphones do segmento intermediário e até inferiores, é a autenticação biométrica por impressão digital, com o sensor localizado na parte traseira, quase no local onde se localizava a câmera nos modelos da linha Moto. O sensor está localizado bem no logo da Motorola, o icônico batwing, uma ótima sacada de design, que garante discrição e sutileza no sensor.

#HelloAndroidPie

E quanto ao Android Pie, já disponível para o Motorola One? A atualização para o aparelho que estava testando chegou nos últimos dias de testes, então foi pouco o tempo de experiência que tive com a nova versão do sistema, mas o suficiente para destacar aqui algumas alterações e melhorias. A começar, pela interface da tela inicial. Assim que o aparelho reiniciou com o novo sistema, percebi que a barra de pesquisa do Google agora não faz mais parte da tela inicial, como um simples Widget. Localizada na parte inferior da tela, abaixo dos ícones de aplicativos fixos, não consegui descobrir como tirar ou mudar a mesma de lugar.

Outra novidade são as Sugestões dos Aplicativos mais Usados e Ações, na parte superior da grade de aplicativos. A barra de notificações e comandos foi totalmente redesenhada, ganhando um visual mais limpo, assim como os comandos de volume, que foram realocados para a lateral direita da tela e, na minha opinião, se tornaram menos intuitivos. Ao pressionar o botão volume, apenas o volume de mídia é exibido, com um ícone sendo exibido acima permitindo apenas silenciar os toques e vibrações. Ao clicar no ícone de configurações, exibido abaixo, uma tela de configurações completa se abre, possibilitando assim controlar os demais níveis de volume, a saber, Chamadas, Toque e Alarme. Há ainda a opção de configurar o modo Não Perturbe, um atalho para silenciar toque, Dolby Audio, Selecionar o Toque e outras configurações.

Voltando às notificações, abaixo da barra de notificações agora há um atalho para configurar as notificações, permitindo ativar ou desativar notificações por aplicativo, o que não é novidade. Agora, o modo Não perturbe recebeu uma novidade. Com um clique, na barra de comandos, é possível configurar para que não seja exibido nenhum aviso de notificação na tela.

Outra novidade é o Menu Bem-estar Digital, em Configurações, que contabiliza a quantidade de tempo que passamos usando o smartphone durante o dia, demonstrando o tempo de uso de aplicativos. Com o recurso, é possível determinar limites de uso para cada aplicativo ou funcionalidade do aparelho, ou mesmo um limite total do tempo de uso do smartphone, podendo ser configurado por horário. É uma forma do Google tentar ajudar o usuário a diminuir o vício em smartphone.

A navegação entre aplicativos recentes também mudou, está mais amigável e agora na horizontal, e não mais na vertical. Senti maior rapidez na navegação entre aplicativos. A captura de tela também foi melhorada. Basta segurar o botão Ligar/Desligar e selecionar o ícone Captura de Tela. Opções serão exibidas na barra de notificações, permitindo Compartilhar, Excluir ou Editar.


Hardware e Desempenho

A experiência com o Motorola One foi surpreendente, e o principal motivo está na performance do aparelho, que apesar de contar com um conjunto de hardware básico, com um processador Qualcomm Snapdragon 625, processador gráfico Adreno 506 e 4 GB de RAM, se mostrou muito competente durante os testes, revelando o acerto da empresa na otimização do hardware em conjunto com um sistema mais enxuto. Aliás, após a atualização para o Android Pie, senti uma leve melhora na performance, que até então já era muito boa.

Os oito núcleos Cortex-A53 de 2,0 GHz deram conta do sistema e de praticamente todos os aplicativos e jogos testados com tranquilidade, sem engasgos, reboots e outros dos problemas que aparelho básicos enfrentam. Lembrando sempre que estamos falando de um smartphone intermediário, ou seja, não espere uma performance premium. A performance é boa, levando em conta o seu hardware e o seu segmento, mas possui limitações, como já vimos em relação ao design e câmera.

Os testes realizados com aplicativos de benchmark deixam isso claro, como podemos ver nas tela abaixo. Mas não se prendam a isso, pois como eu já disse, o Motorola One é perfeitamente capaz de lidar com os mais diversos tipos de aplicativos e jogos com tranquilidade.

O Motorola One surpreendeu por isso. Durante os testes, não encontrei um ponto negativo em termos de performance para mencionar, ao contrário de aparelhos do mesmo nível, que sempre deixam a desejar em algo. Proporcionando uma interface suave, o smartphone da Motorola oferece uma excelente experiência de uso no dia a dia. Colabora ainda com a experiência os 64 GB de armazenamento interno, dos quais aproximadamente 53 GB estão disponíveis para o usuário, além do suporte a cartão de memória de até 256 GB.


Bateria

Por fim, chegamos a avaliação da autonomia do aparelho, que, novamente, não decepcionou. Em vista de outros aparelhos recentemente testados, a duração da bateria do Motorola One, de 3.000 mAh, pode ser considerada boa, mais uma vez mostrando a boa otimização de hardware combinado com um sistema mais limpo. Não chega a ser excepcional, mas me aguentou no dia a dia, mesmo nos dias de uso mais intenso, como em eventos e outras situações onde uso mais de seus recursos. Os exemplos estão abaixo, em telas capturadas durantes os testes com o aparelho, que mostram diversas situações de uso diferentes.

Voltando a falar sobre o Android Pie, a nova versão do sistema utiliza inteligência artificial para aprender com as preferências de cada usuário, sendo um dos principais destaques a função Bateria adaptável, onde o aparelho aprende a priorizar os apps preferidos, ajudando na economia de bateria. Aliás, o menu de configurações de Bateria também recebeu mudanças, com o sistema avaliando, por exemplo, o uso do smartphone. Caso o uso esteja acima do normal, ações são sugeridas para otimizar o uso.

Além disso, o Motorola One possui suporte ao eficiente sistema de recarga rápida, contendo na caixa um carregador de 15W.


Especificações

Sistema Operacional Android One 9, Pie
Memória (RAM) 4 GB
Armazenamento (ROM) 64 GB, suporta cartão microSD de até 256 GB
Peso 160 g
Cores Black; White
Tela 5.9”, HD+ (720 x 1520) IPS – Corning Gorilla Glass
Bandas 2G – GSM/GPRS/EDGE (850, 900, 1800, 1900 MHz)3G – UMTS/HSPA+ (850, 900, 1700, 1900, 2100 MHz)

4G – LTE (B1, B2, B3, B4, B5, B7, B8, B28)

Dimensões 149.5 mm x 72.2 mm x 7,97 mm
Conectividade USB-C, entrada de fone de ouvido de 3.5 mm
Cartão SIM Dual Chip Inteligente (nano SIM)
Bluetooth Versão 4.2
Câmera Traseira 13 MP + 2 MP com auto foco (PDAF); Abertura f/2.0 e f/2.4 ; Flash LED; Zoom digital 8X (para fotos); Modo Retrato; Cor em destaque; Cinemagraph; Panorama; Modo Manual; Fotos dinâmicas; Visor ativo (reconhece códigos QR e de barras); Câmera Instantânea; Melhor Foto; Vídeo em Ultra HD 4K, 30 fps; Vídeo câmera lenta; Time lapse
Captura de Vídeo Full HD 1080p, 30 fps
Câmera Frontal 8 MP; Abertura de f/2.0; Flash LED; Modo Retrato; Cinemagraph; Selfie em grupo; Modo Manual; Modo BeautyVídeo 1080p, 30 fps; Vídeo câmera lenta; Time-lapse
Processador Qualcomm Snapdragon 625, com CPU octa-core de até 2.0 GHz, GPU Adreno 506
Localização GPS, AGPS, Beidou, GLONASS
Sensores Sensor de impressão digital, acelerômetro, giroscópio, sensor de luz ambiente, sensor de proximidade, bússola
NFC Sim
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