Segurança Pública e os Desafios para a Integração Tecnológica | Bate papo com Alexandre Nastro, da ISS

Seja na Copa do Mundo ou nas grandes cidades, a segurança é um fator decisivo para a manutenção da ordem. Impedir a escalada da violência no Brasil é possível, desde que haja inteligência, planejamento e integração tecnológica, esta é a opinião de Alexandre Nastro, Country Manager da ISS Brasil, com quem batemos um papo muito interessante neste vídeo. A ISS – Intelligent Security Systems – é uma provedora de soluções tecnológicas voltadas para a área da segurança, atuando inclusive em alguns dos estádios onde estão acontecendo os jogos da Copa do Mundo de 2018, na Rússia.

Confira o vídeo e não deixe de ler também, logo abaixo, o artigo do Alexandre Nastro: Impedir a escalada da violência no Brasil é possível, desde que haja inteligência, planejamento e integração


Impedir a escalada da violência no Brasil é possível, desde que haja inteligência, planejamento e integração

Por Alexandre Nastro, Country Manager da ISS Brasil

O Brasil tornou-se palco, ao longo das últimas décadas, das mais variadas e inacreditáveis formas de violência, sobretudo nos grandes centros urbanos. A combinação explosiva entre desigualdades sociais, políticas ineficazes e um quê de burocracia gerou uma crise na segurança pública sem precedentes, cujo impacto é percebido em todos os setores da sociedade. Isso faz com que a população cobre respostas inovadoras e, ao mesmo tempo firmes. Foi o que senti ao participar, na capital do país, do 1° Simpósio Internacional de Segurança Pública. O evento, que foi promovido pela Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), reuniu especialistas do Brasil e do exterior e, também, profissionais que entendem os problemas relacionados à segurança pública em sua raiz. As discussões demonstraram que a tecnologia é a chave e o caminho para controlar e impedir a escalada da violência no Brasil.

É isso mesmo. Por mais que a situação esteja cada vez mais além do limite do suportável, a tecnologia torna perfeitamente possível reverter esse quadro. Virar a mesa. Ganhar o jogo. Mas, para isso, é preciso ter inteligência, sobretudo no planejamento para o uso desses recursos. Tomando como exemplo o Rio de Janeiro (onde a violência não dá trégua, mesmo com inciativas amplamente divulgadas, como as Unidades de Polícia Pacificadora e a intervenção do Exército), a falta de inteligência dificulta iniciar qualquer investigação. Existem recursos, mas falta estratégia. E, também, união.

É verdade que cada estado faz o que pode e o que está ao seu alcance para dar conta das demandas. E é correto dizer que existem, sim, grandes e importantes ações para inibir a criminalidade (Big Data e Inteligência Artificial não são mais realidades distantes ou coisa de ficção científica). Embora alguns estados estejam mais adiantados que outros, todos querem fazer algo – e isso é bom, porque há o senso comum de que sem inciativa, os bandidos continuam a tomar conta da situação. Mas, no meu entendimento, é preciso que o Governo Federal faça a sua parte, promovendo a integração de todas as bases de inteligência para, enfim, chegarmos a um sistema único.

Infelizmente, os movimentos nesse sentido são lentos, o que faz com que tenhamos a sensação de estar “tapando o sol com a peneira”, já que ao inibir a violência em um determinado local, os criminosos automaticamente migram para outras regiões. Tomando novamente o exemplo do Rio de Janeiro, fica fácil entender a equação: sem uma base de dados integrada e sem compartilhar as informações, as soluções temporárias e sem planejamento a longo prazo fizeram com que a mancha criminal do Nordeste aumentasse consideravelmente. Regiões onde nunca se ouviu falar em violência foram dominadas com rapidez pelo problema.

O modelo atual de aquisição de equipamentos e soluções é outro entrave para o controle da criminalidade, pois restringe – e muito – a aquisição de novas e modernas tecnologias. Por isso, o Brasil precisa, e com urgência, descobrir modelos mais avançados de negociação e aquisição, que sejam adaptados à realidade brasileira e que tirem o sistema atual da obsolescência. Nesse sentido, defendo o incentivo às parcerias público-privadas, que já contam com vários cases de sucesso, inclusive na cidade de São Paulo. E, também, investimentos substanciais em educação e em formação, para que o uso dos equipamentos adquiridos (seja no modelo atual, ou via PPP) aconteça em sua totalidade.

Vencer a violência e a criminalidade depende de todos nós. Mas, como eu destaquei anteriormente, é preciso inteligência, união de dados e planejamento. Com profissionais capacitados, ferramentas cada vez mais intuitivas e integração das informações, teremos assertividade e poder para vencer essa guerra.

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.