Testamos o Sony Xperia XZ1 e seu incrível Criador 3D

Por mais que digam que a Sony esteve um pouco apagada no mercado em 2017, não podemos negar que a empresa trouxe vários lançamentos interessantes durante o ano, principalmente no segmento high-end.

A linha X foi a maior agraciada com lançamentos, chegando a pelo menos 5 modelos disponíveis no Brasil, entre intermediários e high-end: XA1, XA1 Ultra, XA1 Plus, XZ Premium e XZ1, atual top de linha que nós tivemos a oportunidade de testar e trazemos todos os detalhes nesta análise completa.

 

Design

O design dos aparelhos Sony tem se tornado uma questão polêmica. Enquanto muitas pessoas têm dito que o clássico visual quadradão está perdendo a graça, ficando obsoleto, a Sony assume uma postura defensiva, dizendo que seus consumidores gostam deste design, tendo inclusive realizado uma pesquisa que apontou com a maioria dos consumidores optaram pela marca justamente pelo design. Ao mesmo tempo, a empresa sinalizou recentemente a intenção de mudar o design de sua linha de produtos para 2018.

Não que o design seja feio, na verdade o Sony Xperia XZ1 é bonito, porém possui um visual batido, bem datado, precisando realmente de uma renovada. Suas bordas superior e inferior, por exemplo, poderiam diminuir, otimizando mais o espaço da tela, podendo assim oferecer aparelho menores com tela maiores, tendências que cada vez mais empresas têm seguido.

Por falar nas bordas frontais, na parte superior temos a câmera frontal, uma saída de áudio interno e o logo da Sony, enquanto na inferior há uma saída de áudio externo. Já na lateral direita temos o botão Power, onde também é o sensor de impressões digitais, o botão de volume e o botão dedicado da câmera, enquanto na lateral esquerda fica o compartimento para SIM Cards e microSD.

Na parte de baixo do aparelho, além do microfone, localiza-se também a entrada USB-C, sendo que a entrada para fone de ouvido está na parte superior do smartphone.

Na traseira, bem no meio, temos o logo Xperia, enquanto na parte superior temos além do flash e do sensor NFC a lente da câmera, numa posição que eu não acho muito boa, bem no canto, onde fica fácil tocar sem querer e acabar estragando a captura de fotos e vídeos.

Em relação ao tamanho, o produto conta com 148 x 73 x 7,4 mm, menor que o XZ Premium, que já analisamos anteriormente, embora ainda seja um tamanho relativamente grande, considerando que o produto conta com uma tela de 5,2 polegadas. Mas assim como em seu irmão de linha, não é nada que chegue a incomodar, nem é necessário nenhum tipo de malabarismo para usá-lo.

Um dos principais destaques dos antigos flagships da Sony era serem à prova d’água, que era alardeado e propagandeado com orgulho pela empresa. Os tempos mudaram, problemas apareceram e hoje, mesmo com a certificação IP65/68, a Sony indica apenas que o Xperia XZ1 é apenas resistente à água.

Inclusive, como forma de se isentar de qualquer responsabilidade, a Sony ainda adiciona a seguinte recomendação no manual do usuário:

O Xperia XZ1 é resistente à água e protegido contra poeira. Portanto, não se preocupe caso comece a chover ou seja preciso lavar o dispositivo, mas lembre-se de que todas as entradas e tampas devem estar firmemente fechadas. Você não deve colocar o dispositivo completamente embaixo da água ou expô-lo a água do mar, água salgada, água com cloro ou líquidos em geral, como bebidas. Abusos e uso indevido do dispositivo invalidarão a garantia. O dispositivo foi testado com a classificação de proteção contra a entrada de água IP65/68. 

O sensor de impressão digital, no botão power, localizado na lateral do aparelho funciona bem, reconhecendo a digital com rapidez, mesmo em posições variadas do dedo.

 

Tela

O Sony Xperia XZ1 possui uma boa e grande tela IPS LCD de 5,2 polegadas, com qualidade excelente, potencializada por tecnologias como HDR, TRILUMINOS Display e X-Reality for mobile, que podem ser bem aproveitadas principalmente na reprodução de vídeos em alta-definição.

 

Câmera

A experiência com câmeras nos top de linha da Sony costumam ser bem satisfatória, até porque estamos falando de uma das principais fabricantes de componentes para câmeras para celulares do mundo, que equipa inclusive grandes sucessos de suas concorrentes. Sendo assim é comum esperarmos o melhor de seus próprios aparelhos e talvez, justamente por isso, a experiência desta vez não tenha sido tão boa. Expectativa demais para um resultado que não passa do OK.

Não que a câmera de 19 MP seja ruim, mas parece que nem todos os recursos embarcados conseguiram trazer um resultado que impressione desta vez. Recursos como Motion eye, sensor de imagem para celular Exmor RS de 1/2,3 polegadas, mecanismo de processamento de imagem BIONZ, captura preditiva e lente G f2.0 de 25 mm da Sony.

Certamente um dos maiores pontos positivos relacionados à câmera, que não é novidade nos aparelhos Sony, é o botão dedicado que permite a inicialização bem rápida da câmera, assim como o disparo.

Mas para não acharem que estou pegando no pé, melhor do que falar, é mostrar, por isso seguem abaixo alguns exemplos de capturas de fotos feitas com a câmera do Sony Xperia XZ1.

Temos uma bela fotografia de flor, um clássico da primavera. Uma excelente captura, que mostra um foco no primeiro plano, com desfoque no plano de fundo, nitidez e brilho, ficando devendo um pouquinho só na saturação e cores.

Esta foto, relativamente simples, mostra algumas falhas da câmera do XZ1. Ambiente externo, porém com iluminação boa, tanto que fotos tiradas no mesmo ambiente, com outro smartphone, ficaram muito boas. Além disso, na tentativa de compensar a exposição, temos muito ruído na imagem, sem contar a falta de nitidez, principalmente no plano de fundo.

Mais uma foto eu ilustra os mesmos problemas relatados acima, porém podemos adicionar aqui problemas no contraste e nas cores, o que pode ser muito bem percebido no vestido da cosplayer e, principalmente, no casaco vermelho do cosplayer à direita.

Mais uma foto em ambiente interno, num shopping, para ser mais exato. Deixando de lado a parte da propaganda (que não é merchan, infelizmente), esta foto tinha tudo para ficar excelente, porém faltou nitidez, saturação, equilíbrio no brilho, o que acabou deixando a imagem um pouco sem graça. O assunto até está bem destacado, porém acaba destoando do contexto.

Pra terminar, duas fotos de paisagem, tiradas num dia claro. São os maiores exemplos de como uma câmera que tinha tudo para ser excelente, acaba ficando limitada no OK. Ou seja, as fotos estão relativamente boas, mas nota-se, novamente, a falta de saturação, cores lavadas e falta de contraste.

É muito estranho perceber que a câmera do XZ1 é praticamente a mesma do XZ Premium, que se saiu tão bem nos testes, o que nos leva a crer que o problema aqui é a otimização do software da câmera, problema que já aconteceu em outros lançamento da marca e que foram facilmente resolvidos em atualizações posteriores.

O aplicativo de câmera também traz, como em outros lançamentos, funcionalidades, efeitos e recursos que tentam trazer uma certa graça para a câmera, como o efeito tilt shift, olho de peixe, caleidoscópio e o recurso que as crianças adoram, a Realidade Aumentada, que coloca diversos cenários e objetos no assunto fotografado e que no XZ1 ganha um extra muito especial, do qual falaremos em breve.

Outros recursos foram incorporados à câmera, com o objetivo de melhorar a experiência de uso, como por exemplo, a captura preditiva, que inicia o carregamento de imagens um segundo antes do botão do obturador ser pressionado, oferecendo até quatro imagens para escolher após o registro.

A câmera frontal do Sony Xperia XZ1 possui 13 MP, lente grande-angular f/2.0 de 22mm, tecnologia SteadyShot com modo ativo inteligente (estabilidade de cinco eixos) e sensor de imagem para celular Exmor RS.

Um dos grandes destaques do Xperia XZ Premium também está presente no XZ1, o recurso de gravação de vídeo em super câmera lenta, que continua muito legal, mas que ainda decepcionando pelo limite de gravação de apenas 6 segundos de vídeo, que é muito pouco, e o principal, a falta de som da captura da super câmera lenta. Ou seja, durante o vídeo, temos o som normal, porém na hora da câmera lenta o vídeo fica mudo.

E já que estamos falando sobre vídeo, o Sony Xperia XZ1 também captura vídeos em 4K. Alguns vídeos feitos com o aparelho podem ser conferidos nos seguintes links:

 

Armazenamento

Assim como o XZ Premium, o XZ1 também conta com 64 GB de capacidade de armazenamento interno, considerado o mínimo para qualquer smartphone premium, já que até alguns intermediários já têm sido lançados com esta capacidade. Além disso, também é possível ampliar a memória para até 256 GB com uso de um cartão microSD.

 

Sistema e Aplicativos

Chegamos enfim na seção desta análise onde falaremos dos dois principais destaques do Sony Xperia XZ1, pontos que realmente o distanciam de seus antecessores, pelos menos por enquanto.

Primeiramente, o Sony Xperia XZ1 é o primeiro smartphone já lançado que possui o sistema operacional Android em sua versão mais recente, a 8.0 Oreo. Isso significa um sistema bem fluído, maduro e seguro, embora não se tenha tanta diferença na interface, que ainda recebe uma leve camada de personalização da Sony, mas que acaba mais agregando do que atrapalhando.

Assim como todo smartphone Sony, este vem com vários aplicativos e recursos, muitos da própria Sony, alguns úteis, outros nem tanto. Aplicativos como o Movie Creator, agregador de notícias e redes sociais Socialife, o PlayStation, que permite visualizar informações da PSN, TrackID e o Xperia Lounge, que oferece promoções e benefícios exclusivos para clientes Sony.

Mas desta vez a Sony embarcou uma funcionalidade que dá o que falar, e falar bem, muito bem. Estamos falando do Criador 3D, um recurso incrível e muito interessante que permite digitalizar e modelar rostos, cabeças e objetos em 3D, abrindo a partir daí um leque de possibilidades que pode ser explorado tanto num campo mais profissional como para diversão com amigos e familiares.

O digitalizador 3D funciona muito bem, embora a curva de aprendizado não seja tão simples. Isso porque até pegar o jeito a gente apanha um pouco, até entender que precisamos de algumas condições ideias, que não são encontradas com facilidade. Isso inclui, por exemplo, iluminação e espaço ideal.

O vídeo acima ilustra um pouco do que é possível fazer com o Criador 3D, assim como mostra como é feita toda a digitalização e modelagem. Mas acredite, o vídeo faz parecer muito mais fácil do que realmente é.

E depois de obter o objeto 3D, o que é possível fazer? Muitas coisas. É possível usar recursos da própria Sony, como a ferramenta de transformação ou a Realidade Aumentada, que permite criar bonecos das pessoas digitalizadas, que podem interagir com cenários reais.

É possível criar avatares e publicações em redes sociais ou simplesmente compartilhar o arquivo com amigos, além de ser possível salvar uma digitalização 3D como papel de parede interativo.

Impressoras e laboratórios de impressão 3D estão se tornando mais populares, de forma que é possível imprimir as criações feitas com o smartphone, criando lembranças, estátuas e versões comestíveis de um avatar, por exemplo.

Além de tudo isso, é possível também usar um aplicativo como o Shadow e criar diversos tipos de animações, como GIFs, clipes e trailers divertidos, para se divertir com os amigos. O mais legal aqui, é que os arquivos enviados para o aplicativo ficam disponíveis na nuvem e podem ser usados em qualquer smartphone.

Desempenho

Não temos do que reclamar em relação ao desempenho do Sony Xperia XZ1, que durante todo o tempo rodou jogos e aplicativos de forma excelente, sem travar, ficar lento ou qualquer coisa que poderia causar algum problema, mostrando que o aparelho faz bom uso de seu processador Qualcomm Snapdragon 835, GPU Adreno 540 e 4 GB de RAM.

 

Bateria

A Sony sempre alardeou a duração de bateria como um de seus principais trunfos, trazendo inclusive recursos com o objetivo de otimizar a economia e até a carga. Infelizmente a prática não tem se mostrado satisfatória, já que em nossos testes o desempenho da bateria ficou um pouco abaixo do esperado, situação que tem se tornado comum nos últimos smartphones da Sony testados.

Mesmo os recursos agregados, como Smart Stammina, Onovo Adaptive Charging e Battery Care parecem ajudar muito. Por outro lado o carregamento rápido pode ser um alívio, porém outro problema aqui. A Sony não coloca na caixa do produto um carregador do tipo Quick Charger, que precisa ser adquirido a parte.

Uma coisa que gostamos de deixar claro é que nossos testes são realizados com o aparelho em uso no dia a dia, como qualquer usuário faria. Wi-Fi, redes móveis, GPS, aplicativos diversos e jogos, tudo isso utilizado durante o dia, naturalmente, com todo o uso sendo monitorado.

Primeiros dias monitorando a bateria do Sony Xperia XZ1. No primeiro dia tirei o smartphone da tomada cedo e saí para um evento, lançamento das vendas de um smartphone. Muitas fotografias, alguns vídeos e uso intenso de internet, tanto Wi-Fi quanto móvel. Resultado: Duração de aproximadamente 8h. Ou seja, não era nem 5 horas da tarde e o smartphone já pedia carga.

No mesmo dia, chegando em casa, coloquei para carregar e tirei da tomada no início da noite. Usei bastante a internet no Wi-Fi, assisti alguns vídeos, ouvi música, coisas básicas numa noite de sábado. Certamente a bateria aguentou mais, certo? Errado! Um pouco antes de dormir, 5h30 depois, a bateria já estava abaixo de 30%.

Próximo dia de testes, domingão, tirei o aparelho da tomada por volta da hora do almoço. Passeio com os filhos, shopping, cinema, uso menos intenso. Na hora de dormir estava com aproximadamente 30% de bateria. Resolvi deixar para ver até onde ia. Ao acordar no dia seguinte usei por mais uma 2 horas sem carregar e perto das 9 horas da manhã a bateria estava em 5%. Resultado total, considerando uma noite de sono: Aproximadamente 20 horas.

Para tentar melhorar esses resultados, ativei o Modo STAMINA, que restringe alguma funções do dispositivo para prolongar a duração da bateria. Dos três modos disponíveis, escolhi o de Economia de Energia Balanceada, que afeta um pouco o desempenho, mas sem afetar a usabilidade.

Infelizmente nem o modo de economia de energia parece ter ajudado, como podemos ver na imagem acima, em comparação com os dias anteriores, sem o uso do recurso.

Primeiro teste, uso intenso de internet, redes sociais e Bluetooth. Tirei o aparelho da tomada por volta de meio-dia e por volta das 8 horas da noite já estava perto de 10%. Aproximadamente 7h30 de uso.

Segundo teste, ainda com o Modo STAMINA. Mais ou menos como o do dia anterior, mas num dia um pouco mais corrido, o que significa uso menos intenso do smartphone. Neste caso a bateria chegou a durar pouco mais de 9h30.

É importante deixar claro a autonomia da bateria depende muito do perfil de cada usuário, aplicativos instalados, aplicativos em segundo plano, redes utilizadas e tudo mais. Os exemplos acima são baseados no meu padrão de uso, sendo que a nota e experiência que tenho se baseiam em comparações com outros aparelhos, de acordo com este mesmo padrão de uso.

Além do Modo STAMINA, há ainda um Modo Ultra STAMINA, que eu não costumo testar, pois se trata de um recurso de economia hardcore, um modo de emergência na verdade, que não só restringe funções, mas muda a interface do aparelho, de forma que para sair deste modo apenas reiniciando o sistema.

Neste modo, apenas funções são habilitadas, como chamadas, mensagens etc, sendo que nada mais é possível ser acessado. Ou seja, é um modo de emergência, pra quem precisa segurar a carga da bateria ao extremo, mas não pode ficar com o aparelho desligado para isso.

 

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.