Vamos falar sobre Blockchain?

Blockchain é ainda um terreno a ser descoberto, que gera muitas dúvidas, mas pode trazer grandes benefícios às empresas que resolverem apostar nas oportunidades de negócios que se abrem a partir desta nova tecnologia.

Este artigo é uma parceria com a Equinix, empresa global de interconexão e data center, com informações do gerente de Solution Marketing da empresa, Wellington Lordelo, que fala sobre as diferenças entre o blockchain na internet pública e privada, além de comentar sobre os benefícios para empresas e nos fornece uma visão de futuro.

 

Pra começar, é importante definir, ou pelo menos tentar: O que é Blockchain?

Também conhecido como “o protocolo da confiança”, é uma tecnologia que visa a descentralização como medida de segurança. Fazendo uma analogia para facilitar o entendimento, é como se fosse um grande livro contábil, o famoso livro-razão, onde são registradas vários tipos de transações, porém os registros estão em “páginas” espalhadas pelo mundo, que são na verdade milhões de computadores.

No caso das criptomoedas, ou seja, moedas totalmente digitais, como o Bitcoin, são registrados envio e recebimento de valores. Sendo assim, temos um imenso banco de dados, formado por uma série de blocos que juntos formam uma cadeia. É daí que vem o nome Blockchain, ou “cadeia de blocos”. Cada bloco nesta cadeia contém informação ou transações e vão sendo adicionados à cadeia de modo linear e cronológico. Apagar qualquer registro é uma tarefa “quase” impossível.

 

As principais propriedades da Blockchain são:

  • Sem um único administrador, baseia-se em um modelo de confiança compartilhada entre usuários, totalmente descentralizado.
  • Os registros não são atualizáveis, assim não há como alterar transações realizadas. Ele permite apenas inclusões.
  • Tem um único esquema lógico (virtual) global que é armazenado por meio de várias cópias físicas distribuídas.

 

Blockchain hoje

Atualmente, a tecnologia blockchain vem sendo usada basicamente das seguintes formas:

  • Como meios de distribuição de criptomoedas, sendo a Bitcoin a mais conhecida, embora existam outras.
  • Como uma plataforma (autorizada) para trazer benefícios de custo e eficiência nos processos de negócios das empresas.
  • Como ferramenta para garantir integridade e segurança de dados.

Os usuários estão estudando seriamente a tecnologia blockchain em verticais como supply chain, trading e mercado financeiro, governo e no segmento de health care. Eis a razão:

  • Manutenção de registros inalteráveis: agências governamentais e empresas estão interessadas em manter o controle de dados, com a garantia de não serem alterados.
  • Utilização da ferramenta para denuncia de notícias falsas que circulam pela internet.
  • E- Voting: na Estônia, por exemplo, a tecnologia blockchain já é utilizada pelo governo para computar votos eletrônicos.
  • Desenvolvimento de um marketplace descentralizado, alimentado por um livro-caixa distribuído, escalável e em tempo real.
  • A adoção de criptomoedas está ganhando impulso à medida que mais empresas de grande porte passaram a aceitar criptomoedas. Uma das vantagens é a possibilidade de operar em nível de microcentavo, dispensando arredondamentos. No entanto, as redes de blockchain públicas apresentam problemas, como invasões, por exemplo.
  • Eliminação do intermediário: hoje, as transações financeiras que cruzam as fronteiras entre países passam por intermediários que acrescentam custos e retardam a circulação. O blockchain elimina intermediários, com transações mais rápidas, seguras e menos dispendiosas.

 

Empresas e a adoção das tecnologias blockchain

É clara então a tendência de adoção da Blockchain por parte das empresas, mas como devem se preparar para usar a tecnologia? Afinal de contas, esta movimentação pode tanto ser um grande acerto, quanto um grande tiro no pé.

Segundo a Equinix, o blockchain privado deve passar a atrair mais empresas em 2018. Principalmente por serem redes fechadas, em que a gestão da identidade digital é feita de forma mais segura. As provedoras das redes para diferentes setores precisarão hospedar seus dados em múltiplos locais, de forma distribuída, para garantir baixa latência. Este tipo de ambiente é encontrado dentro de ecossistemas como o da Equinix, por exemplo, cuja plataforma global pode dar suporte a redes distribuídas por todo o mundo.

 

Redes públicas ou privadas?

A principal diferença entre o blockchain público e privado é o mecanismo de consenso. No público, os usuários não se conhecem, portanto, o nível de confiança é baixo, necessitando uma sobrecarga computacional maior. Assim, a verificação ou validação de cada transação é bastante alta e demorada.

Já na conexão privada, a confiança é maior, pois é baseada na permissão de acesso. É possível fazer uso de algoritmos compartilhados mais simples e rápidos. Como resultado, em vez de algumas transações por segundo, é possível fazer milhares delas.

Além disso, em blockchains privados, os registros das transações podem ser criptografados e estão disponíveis apenas para as partes autorizadas, o que, por sua vez, ajuda a satisfazer os requisitos de privacidade dos participantes.

 

Então qual será o futuro?

“A Equinix acompanha de perto as tecnologias blockchain e seu funcionamento para que seus clientes possam otimizar sua utilização dentro das operações de TI e modelos de negócios”, explica Wellington Lordelo da Equinix Brasil. Segundo o executivo, inicialmente, o uso do blockchain pelas empresas tem acontecido com o intuito de completar os sistemas de TI existentes, sem, no entanto, adotá-lo em seus principais processos corporativos.

Dentre as previsões em torno do Blockchain para 2020, temos:

  • 20% dos sistemas comerciais/financeiros globais vão empregar tecnologias de blockchain (IDC Blockchain Report 2017).
  • 5% das entidades governamentais vão empregar blockchain para fins de registros transparentes oficiais (Gartner Blockchain Report 2017).
  • 80% das iniciativas corporativas relacionadas a blockchain não honrarão suas promessas porque os casos de uso estarão inadequados para a utilização das tecnologias blockchain (Gartner Blockchain Report 2017).
  • A adoção do blockchain não envolve apenas integração da tecnologia à uma infraestrutura de TI, mas trata-se de um negócio que também está mudando processos internos. É preciso que a organização perceba o que a tecnologia pode fazer pelo seu negócio e o potencial do valor agregado. “Isso ainda pode consumir vários anos em um processo de tentativa e erro”, acredita Lordelo.

É certo que, num futuro breve, as empresas estarão envolvidas em múltiplas redes de blockchain (por exemplo, supply chain, finanças etc.) e vão querer que seus negócios estejam localizados próximos de seus parceiros. Neste sentido, uma alta densidade de rede e cloud, como de uma plataforma de marketplace, serão importantes ferramentas para a adoção do blockchain, tanto para fornecedores, quanto para empresas. Principalmente em um cenário em que empresas passem a atuar com diferentes modelos contratuais, mas queiram garantir a legitimidade do acordo entre ambas partes.

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