A Binario Cloud é uma empresa do Grupo Binário, que como diz o nosso entrevistado – o CBO Luiz Fernando Souza, nasceu de um encontro, tendo de um lado o Grupo Binário, que fez seu nome no mercado de telecom, oferecendo equipamentos e soluções para as principais operadoras de telecomunicações do Brasil. Em determinado momento, o grupo voltou seus olhos também para o mercado enterprise, quando começou a construir backbones para grandes empresas, incluindo estatais. Foi neste processo que teve a oportunidade de atuar dentro da Universidade de São Paulo – USP, num projeto de reconstrução da rede wi-fi de seu campus. Foi quando a equipe do Grupo Binário conheceu a equipe técnica de gestão de TI da USP, encabeçada na época por Cyrano Rizzo, que estavam terminando de desenvolver a nuvem da Universidade de São Paulo, um projeto inovador, que começou em 2008 e em 2012 já havia uma primeira versão no ar, suportando boa parte de todo o ambiente acadêmico da universidade.
Para se ter uma ideia, a USP chegou a ter servidores espalhados por mais de 140 locais diferentes, o que tornava a gestão deste parque extremamente complexo e oneroso. Assim, a estratégia de centralização dos recursos computacionais foi uma das mais importantes e acertadas na época, num período em que computação em nuvem era um conceito extremamente novo, com pouquíssimas empresas trabalhando com isso. Depois do sucesso da implantação da nuvem da Universidade de São Paulo, Cyrano Rizzo foi convidado pelo time do Grupo Binário para fundar a Binario Cloud.
Nosso entrevistado, Luiz Fernando Souza, chegou em seguida, assumindo o cargo de CBO – Chief Business Officer – da Binario Cloud, responsável pelo executivo operacional da empresa, com a missão de construir o negócio, avaliar mercados e segmentação. Em nosso bate-papo, o executivo fala como está o mercado de computação em nuvem no Brasil, os desafios para expansão e o que podemos esperar do futuro. Confira!
Com a definição em cima em mente, podemos entender um pouco do panorama geral da adoção da computação em nuvem no Brasil. Há bastante resistência, não necessariamente sobre o ir ou não ir, usar ou não usar uma solução de nuvem, porque o profissional de TI em si já entendeu que precisa de ferramentas de computação em nuvem, até para ter um uso mais racional dos recursos de computação, ou seja, parar de comprar coisa e deixar parado, pois a grande maioria das empresas compra máquinas enormes, mas usa apenas uma parte dos recursos, então esta consciência o mercado já possui. Os desafios que a gente encontra na verdade é o tirar de dentro de casa, às vezes por resistência, às vezes por problemas reais, dos quais podemos citar, por exemplo, a conectividade. Há lugares que não possuem conectividade boa, enquanto outros teriam que pagar mais caro para uma conectividade estável. A própria implantação, é um processo, não é uma hora pra outra. Assim, o que a gente vê é que o mercado quer, as pessoas entendem os benefícios, mas alguns conceitos acabam dificultando a decisão e elaboração do mapa, do caminho, o que a gente chama de jornada para a nuvem, e além disso, saber como é um grande problema, porque você tem, principalmente em grandes instituições e empresas mais antigas, uma estrutura legada muito grande, então é importante saber como tratar cada uma dessas estruturas legadas. O que fazer, por exemplo, com um cara que tá rodando um sistema operacional ou uma aplicação que roda desde 1960, 1980? Não precisamos nem ir tão longe, se tiver uma aplicação de 2000, para trazer para a tecnologia de hoje já uma situação extremamente complexa.
O que acontece hoje é que na verdade, a nível de segurança, nós conseguimos inverter o jogo. A realidade é que quando se fala em usar ambiente em nuvem, hoje em dia há um nível de barreira, no que diz respeito a segurança física de dados infinitamente maior do que se tem em qualquer data center de qualquer empresa. Fora isso, a nuvem também provê um nível de segurança lógica muito maior.
Porém, é importante pontuar que as falhas no geral não estão relacionadas a um problema de infraestrutura, mas na grande maioria das vezes é um problema operacional, no próprio usuário, que instala coisa que não sabe, confira firewall errado, abre porta que não deve. Por isso a gente procura também conscientizar tanto clientes quanto o mercado no geral, educando a respeito de boas práticas relacionadas à segurança.
Além disso, depois que a empresa passa esta camada, começa a se preocupar um pouco com persistência de dados. Um dos próximos passos de grande parte das empresas acaba sendo o backup, que garante uma certa segurança, a partir do momento que seus dados ainda estão em seu ambiente, porém suas cópias de segurança estão na nuvem. Mas no mercado em geral temos visto um ciclo de investimentos, entre 2010, 2015, em infraestrutura como um todo, assim, no geral, as empresas tem se encontrado num nível de reavaliar sua infraestrutura. Por um lado, temos o “cara” de TI avisando que o servidor está obsoleto, precisando ser trocado, enquanto do outro lado temos a gestão, que começa a ouvir falar cada vez mais da nuvem e seus benefícios, que é mais barato, mais seguro, etc.
Existe ainda um outro fator, que o hardware, que cada vez mais também já está mais preparado para a computação em nuvem, está tendo um custo maior, o que pesa quando uma empresa vai fazer uma cotação para renovar o seu parque tecnológico, já que a empresa acaba encontrando ou hardwares muito básicos, para pequenas empresas, que estão começando e não precisam de muitos recursos, ou aqueles que já possuem recursos até demais, focados em grandes data centers e que acabam sendo muito caros. Então, no geral, vemos segmentos como indústrias, empresas de serviço, escritórios de advocacia, instituições de ensino, instituições de saúde, como hospitais, por exemplo, que já fizeram um movimento no passado de não ter mais um data center, ou seja, alocou seus dados em algum lugar, seja através de serviços de hosting, colocation etc., e hoje também se encontram no dilema de renovar o contrato desses serviços ou partirem para a nuvem.
Outra coisa que acontece também, impulsionado pela transformação digital, os negócios precisam testar tecnologias novas, o que no modelo tradicional de computação se torna mais caro e complexo. Acabamos voltando então para os Softwares as a Service (SaaS), que acabam sendo uma solução para essas empresas realizarem seus testes com novas tecnologias. Imagina, por exemplo, um laboratório de imagens que quer testar a transmissão de exames via streaming. Certamente a melhor solução que a empresa vai encontrar será um serviço em nuvem.
Mas, mais do que isso, está relacionado ao consumo de hardware mesmo. Numa solução de nuvem a gente utiliza praticamente 100% de todos os componentes que compõe o hardware; processador, memória, storage, rede, placas etc., sendo assim temos pouco desperdício. O que temos é uma sobra, que é uma margem de segurança para suportar uma variação natural dos workloads. Então é este o conceito que a gente tem tentado trazer para o mercado.
Em vias gerais, o que o mercado tem estimulado, e é o que a gente estimula, para o profissional de TI é ele entender a camada mais baixa, além da virtualização. Entender sobre Hipervisor, os conceitos básicos, pois assim ele terá mais flexibilidade para trabalhar com algo que o mercado sonha, que é o multicloud.
A evolução acontece já há alguma tempo. A gente vê cache, a gente vê CDN, vê coisas acontecendo, só que isso são pra ferramentas estáticas. Então, essas ferramentas que eram para conteúdos estáticas, hoje começam a ter capacidade de processamento. Isso tende a fazer que a demanda por automação possa ser atendida com maior eficiência. Essa é uma das grandes coisas que estão por vir.
A nossa expectativa, e é para o que a gente trabalha, é que a gente entregue compunção em nuvem como a gente entrega um tomada. Este prédio aqui pode ter uma solução em nuvem funcionando lá embaixo e qualquer um que alugue já possa sair utilizando. Este conceito na verdade é o nosso princípio, foi pra isso que nasceu a Binario Cloud.
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